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era tarde
debruçada na janela
lágrimas a vazar nos passantes
torradas espatifavam-se nas mandíbulas
o farelo a dissolver na língua falava verdades
ela não tinha fome; porque então comia
ela tinha medo; de que?
ah! De tanta coisa que era até difícil separar as pedras do dominó.
ela sentia-se amada e amava. uma dádiva pensariam uns. um tormento outros.
a desilusão estava perto ou era incerta? inevitável talvez. impossível, ela diria.
a noite longa.
fazia-se tarde.
contemplando a paisagem; ela.
farelo de torrada a cair na calçada.
lágrimas atiravam-se nos transeuntes.
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