26.11.08

sobre nuncas e crises de ansiedade (V)

(olhares.com)

tudo misturado no aqui dentro

partes de frases costuram-se de medo e de "nãos"


impossibilidade na ponta dos dedos e um carretel sem ponta de linha para puxar.


não sei por onde começar ou terminar o que já está em andamento e preciso tecer minha colcha de retalhos habitual.


tanto por dizer perdido pelas estradas internas de meu corpo...

tanto por fazer, a dizer, a destrinchar...


é como um frango que a gente depena e dilacera para escaldar na panela de pressão para depois cozinhar com quiabos, servir com arroz.

é um lamber de beiços e limpar com o guardanapo. um gargalhar depois do almoço.

uma eterna festa sem convidados dentro de mim.

um contínuo bater de portas e malcriações.


um quer comer vendo tv,

outro está de dieta

e eu aqui, com milhares de "tuperwares" na geladeira cada um com um restinho de comida que eu não gosto

uma bagunça louca que eu não gosto

e milhares de pensamentos perdidos no tempo


esse tempo que venta ordens no meio da tarde


um fazer não fazer contínuo

de um não sei o que infantil

na indiferença de um dar de ombros e olhar para a frente


é como quase achar que é a mesma coisa

o encontrar de um abismo onde não se quer chegar

e um vôo sem asas sobre um despenhadeiro.

Um comentário:

Sunflower disse...

como é que se separa?

Quem aprender primeiro ensina pra outra. Promete?

beijas