28.8.09

1 poema para o CEP 20.000

das Canções Escorre a Poesia - CEP!

transformação na Cidade

Explica os Passos Caótico Experimentais

que Pulsam nas veias dos versos,

em verbos e frases

CEP!


[fonte da juventude ]


há dezenove

Chora o Elixir dos Prazeres

no ganir das guitarras

[Cordas vocais Envoltas em Perfume]


CEP!

Correr para Encontrar Palavras

Pessoas com sede de ouvir

tudo que dizem


o CEP faz com que a vida se aproveite


e ao celebrar hoje este momento

digo que;

CEP é sonho, é movimento, é caos

CEP é encontro, saudade, cerveja

Brindes, amigos, colheita

CEP é ganhar na mega-sena


Sentir-se sortudo, felizardo, abraçado, beijado

CEP é namorar


CEP é brincadeira, é trabalho, diversão

Diversidade, novidade, ação

TRANSFORMAÇÃO


Quem não se transformou com o CEP que atire o primeiro verso


Quem não se sentiu livre, poderoso, acolhido por aqui?


Quem quer festa?


Quem está vivo?


Quem me acompanha e grita comigo:

Viva um, viva mil, viva o CEP VINTEMIL

Dezenove vivas ao CEP


HIP HIP HURRA! Chacal


Estamos aqui para cantar parabéns para você

e receber cartas endereçadas corretamente,

porque elas,

assim como as encomendas

só batem em nossa porta

com Código de Endereçamento Postal


FELIZ DEZENOVE !!!


*Falei ontem no Sérgio Porto.

Acho que Chacal gostou.

Aliás o CEP ontem foi muito bom com: Tavinho Paes,

Os sete Novos, Pedro Lage,

Alberto Pucheu, Pedro Paz,

Mano Melo,

as Doidivinas, e +, +, +.


O CEP estava muito bem acompanhado

e apagou as velas com estilo;

como tinha que ser.


Parabéns CEP! E vida longa.


O texto dos SETE NOVOS sobre o CEP está sensacional!!! Clique aqui.

24.8.09

Mantenha distância dos fofoqueiros

Fazer fofocas, difamar e falar mal dos outros mostra que estamos julgando o comportamento alheio. Achar graça do infortúnio de alguém que não conseguiu seus intentos, revela uma tentativa de se sentir superior, melhor ou mais inteligente.

Indivíduos que se preocupam em excesso com o que os demais fazem, acabam por não cuidar com atenção de seus próprios passos e, muitas vezes, perdem a dimensão de seus atos, pois se acham acima de qualquer atitude condenável. Se assim não fosse, teriam mais cuidado em censurar aqueles cuja forma de ser parece inadequada, ridícula ou desequilibrada.

Pessoas sensatas, e que se respeitam, evitam a proximidade de fofoqueiros, pois percebem que futuramente elas mesmas poderão ser alvo de mexericos e bisbilhotices.

Além de se tornar antipática e malquista, a pessoa que faz fofocas perde a grande oportunidade de ajudar a quem está com dificuldades, seja dando-lhe uma boa palavra, sugerindo uma nova solução ou mesmo propondo uma maneira diferente de agir.

Fofocar é um vício terrível, pois o mexeriqueiro acaba por seduzir aqueles que, ávidos por saberem o que está acontecendo na vida dos outros, procuram informações indevidas, aquelas que só um leva-e-traz pode fornecer em primeira mão. É uma maneira de se tornar interessante, de trocar amizade por dados, muitas vezes sigilosos.

Por isso, todo cuidado é pouco, no caso de se conviver com pessoas maledicentes. Elas não estão conscientes de que quem joga lama nos outros, fica com as mãos sujas.

DAQUI

20.8.09

Memorable quote for Scenes of a Sexual Nature (2006)

Iris: You see, once you commit yourself to something, however bizarre it might seem to other people, you kind of owe it to yourself to enjoy the experience.

a vida é uma caixinha de surpresas ...

... ou de bombons, como disse nosso Forrest Gump. Adoro quando elas acontecem comigo, as surpresas!

Adoro também quando como um bombom - delicioso, mas tão delicioso - que é difícil descrever seu sabor.

Se o importante é provar, a mim, só me resta, curtir, curtir, curtir...

http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2009/08/18/1-juliana-hollanda-215310.asp


http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2009/08/20/5-juliana-hollanda-215943.asp

http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2009/08/22/should-juliana-hollanda-216302.asp

http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2009/08/23/gatos-de-mirikitani-juliana-hollanda-216303.asp

19.8.09

BORA PARA LÁ!

sobre fagulhas e pudim de leite (VII)


estou pensando em você


eu só quero dizer adeus,

- me despedir das pessoas -

e chorar


chove

e sempre que chove

é porque eu quero fugir

e chorar


[porque eu te quero muito e estou longe de você ]


eu tento

não te querer

tanto

para que não chova assim

com tanta assiduidade,

mas eu te quero,

sinto vontade de chorar

e chove

- chove sempre ! sempre! -


[minhas lágrimas chovem do céu]


tento fugir da chuva; digo

das minhas lágrimas
minhas roupa é de veludo

e estraga com água


[não carrego capa e nem guarda-chuva]

sinto a água deslizar
por um bueiro
penso em você
e você nem liga


não sabe que eu

estou pensando
em você


o que escorre por mim

e encharca o bueiro mais próximo

não é água

potável


você não sabe o que é

e nem eu sei o que é

e nem por onde ela desce


por onde a água desce

nem onde ela chega


água não tem máscaras

e não sabe até onde chega

e nem onde vai

chegar


a água não pensa,

não fala. é muda

e muda o tempo todo


o que não muda

é o meu pensamento

você. você. você.


deito na calçada molhada

minha cabeça dói,

e desejo chorar

não de dor

de falta


falta de você

- me falta você -

e eu sei disso

porque eu não mudo

- o mundo muda o tempo todo -

mudo o tempo todo

tempo mudo mundo

muda

tempo mundo mudo

mundo mudo


o mundo é mudo

e assim como a água

não fala


agora
quero dançar

como se ligada por um fio elétrico

e as pessoas não entendem,

mudam, passam


o cenário muda o tempo todo

meus passos etílicos em caracol

e as ligações nervosas na sua mente

me causam uma sensação de euforia

estou pensando em você. pensando em você.

pensando.


é tudo como água.

escorre. desaparece. molha.

seca.


[cega tesouras, alicates, facas]


tudo que desejo é ver você,

mas não há nada que possa

ser feito neste momento


chove

18.8.09

sobre lembranças e nuvens - fragmentos

o pior dia do resto de minha vida
ou
o dia em que a vaca quase foi para o brejo

era uma vez um gato xadrez. não. era uma vez uma vaca amarela ou qualquer coisa que o valha. não. era uma vez três vacas amarelas e seus respectivos bezerros. uma sala sem ar e muito esterco. um cheiro podre, de enxofre, no ar.

uma tia que se fazia de boazinha e uma menina malvada. sim. essa era eu. tantas coisas desnecessárias, mas importantes. e porque eu não fico quieta e fico de boca calada. porque eu tenho que sempre falar as coisas erradas nas horas erradas? porque ao invés de minha vó eu não disse: dona vaca? eu sempre me referi a ela como dona vaca. porque hoje, exclusivanmte hoje eu tive que dizer: minha vó. só para ouvir entre risos: nossa vó.

ai que raiva, mas nada que três chopps de estômago vazio entre risos com meu irmão não resolva, mas aiai, ver as pessoas querendo posar de boazinhas, injustiçadas e eu... a má, mas a única que tem trabalho. a única que não tem filhos que choram e gritam. a única que mora num bairro de rico, dizem. a única que não segura a língua. que não agüenta falsidade. a primeira a assinar a escritura e sair da sala. junto com meu irmão, claro, mas a única que não sorri quando vê que não tem necessidade. a única que não saber posar, fingir, se fazer de boazinha. as outras... ah! coitadas. injustiçadas. e eu a má, mas quer saber? tô pouco me f &**¨¨% para a dor dos outros que aliás, é dor nenhuma. a dor, saca, é minha. a minha dor. a dor que elas me fizeram sentir a vida inteira até meu pai morrer. a dor de ver a mãe delas perseguindo a minha e desejando matar a minha mãe, mas saca - quem foi primeiro? a delas e meu pai. o coitado do meu pai que morreu engasgado com um monte de sapos.

e quer saber? tô nem aí - igual àquela música brega- se acham que eu... ah! que eu... qualquer coisa. só sei que o filme de terror parte um passou e agora é questão de me preparar para o segundo ato porque ainda falta a casa da dona coisinha ser vendida.

a mim, resta, colocar um sorrisos no rosto e nunca, mas nunca mesmo deixar de ser eu mesma e isso, eu sei fazer bem. muito bem mesmo, mesmo que desagrade os outros, mas quer saber? eu tô pouco, mas nadica de nada mesmo me importando.

14.8.09

sobre fagulhas e pudim de leite (VI)

por quantas luas

meu olhar irá sobreviver

-ainda-

e respirar verdades imaginadas

num futuro próximo presente?


uma gama nova

de verbos no dicionário

e os versos da minha vida

surgem

num espaço

placa tectônica de tempo

-que se perdeu terremoto-

em meu corpo


na estante,uma boneca

-réplica repetição de mim-

e o mesmo tufão de sentimentos

rodopia pelo quarto


assim,

saio por aí

ventania


fazendo voar

tudo que sinto


por isso,

consigo derrubar

em rios gélidos

enxurradas de concreto,

amor e ardência


ardo em queimaduras, bolhas

e abelhas

nas frestas e tremores

do meu corpo

espelho


meus olhos de sorriso

e respirações ofegantes

transitam por quantas luas?


será que minha visão

ainda tem tempo de esperar

-dias e noites-

para que minha alma anteveja

o sentimento presente

que desenha na alma

corações avermelhados

de paixão?


nuances da minha juventude

esquecida em luas


-regressões projetadas-

numa tela estrela

de cinema mudo


o sol brilha estreito

no céu azul da minha boca

e meus dentes mordem

com voracidade

o que sinto


no seu pescoço

minhas unhas cravo

quando perto

e enquanto

seus braços

são enroscados corda

em volta do meu corpo

-em delírio-


sinto suas mãos

me rodeando e apertando

assim tão claras

como o brilho

de uma purpurina diamante

transparente cristal


-a lua chega-


esperei pacientemente por ela

e ela, ansiosa e amarela

grita nos meus ouvidos

enquanto o vento

sopra a boa nova

-a novidade-


você chega

e esta perto

-dentro de mim-

mais uma vez


essa noite

Recebi hoje do Alex Hamburguer ...

... e a cada dia mais percebo que SIM!
A vida vale à pena!

Obrigada, Alex.
Sua amizade e carinho
para mim
são motivo de orgulho
e felicidade.
Muito orgulho
e muita
felicidade.





Querida Juju Sachêt,

Acabo de ler 'acordei num iceberg', e fiquei com ótima impressão, embora uma primeira leitura nunca seja suficiente para emitirmos juízos de valor. No entanto, parece-me que nesse seu painel você oferece a nós, vorazes e hipócritas leitores, uma profusão de imagens e sinestesias como raramente pode-se deparar, principalmente em jovens poetas.

Embora não me utilize da palavra como meio de expressão exclusivo, por considerar que ela sofreu um grande desgaste ao longo dos tempos, além da adição de inúmeros outros meios e recursos ao alcance dos praticantes de delírios, sei reconhecer quando ela é utilizada de forma aguda e reveladora de novas instâncias, anáguas e combinações, jogo de palavras que seu próprio
'iceberg caliente' inspirou...

Fiquei também bastante lisongeado com as referências e dedicatórias que fui alvo, e fique na certeza que com essa sua incursão nem a carta de Rilke à um jovem poeta iria resistir em aceitar sua coleta com prazer e fruíção.

Que os deuses do olimpo continuem soprando a seu favor, são os meus melhores desejos.

bjks&kpbs

alex ham

13.8.09

sobre fagulhas e pudim de leite (V)


quando seus braços me aquecem,
eu,
coberta de você
visto-me de sonho
e de noite,
de madrugada

-sou hipnose-

sua língua
percorre meu corpo
e costura com beijos
uma colcha
-com retalhos de mim-

ao seu lado,
no cavalgar da madrugada,
respiro seu ar ofegante
e profano
enquanto sinto
o amanhecer
que se aproxima
-pólem-
retirado das flores
por suas mãos
abelhas
que me acariciam forte

e no agora desse atrito,
surge o mel contido em mim
- sorvete -
derretido,
expelido doce
do dentro
de mim
e explode
em essência
de amor

assim, o prazer
misturado de nós,
me escorre das pernas

acordo sorrindo
te olho

você também
sorri

10.8.09

"um dia triste, um bom lugar para ler um livro e o pensamento lá em você..."

ontem passei mais um dia triste sem você. sem te dar um presente que você guardaria na caixa para sempre, depois de abrir, sorrir e agradecer.

passei mais um dia sem que você me levasse ao seu restaurante preferido para comer feijoada e tomar batidinha de limão.

mais uma noite sem pizza com coca-cola e sua companhia.

em mais um dia sem você, meu pai, eu fiz tudo diferente. almocei lazanha que a mamãe fez para mim e tomei uma garrafa de vinho tinto, depois ví tv e fiquei deitada o dia todo pensando em como seria bom se você ainda estivesse por perto. aqui perto. para que eu pudesse te abraçar.

7.8.09


bem dormir
e bem acordar

"oh! baby, I love your way ...
Everyday!"

5.8.09

sobre nuncas e crises de ansiedade (VIII)


toda uma sorte
de cores e laços de fita
num bouquet em pedaços
no chão

lá estão as flores despetaladas
e pisoteadas
de injustiça

os estilhaços espalhados na parede do espelho
à refletir bobagens
e homens feios, estúpidos,
felizes,
tristes,
mentirosos

toda uma gama amarga de sabores
e dias nublados
a ser vista da janela

degradê de odores e ilusões
naquele jogo bobo de brincar
sobre o formato das nuvens
no céu

os medos ursos
abraçam as estrelas
e iniciam a batalha
que só finda
com a morte

[quem é mais fraco ou mais forte na guerra fria dos dias?]

4.8.09

sobre fagulhas e pudim de leite (IV)

decepção é uma bruxa que tira a capa preta na hora do banho e nua, pelada, desnuda mostra a bunda para quem quiser ver. é bom que ela se revele assim feiosa e com verruga no nariz, pois feiticeira, em outras horas, utilizava a vassoura para varrer seus defeitos para baixo do tapete persa de ilusões trançado com os melhores sentimentos de amor, amizade e confiança.

feiticeira, a desilusão de muitas caras se transmutava em beleza, em fantasia, em cervejinhas na varanda e em risadas ao cair do sol.

a desilusão fazia das madrugadas mais frias calor com um cobertor quentinho nos pés e carinho, cuidado, mas era tudo engano. a desilusão jogou o chapéu pontudo em cima da pia, tirou a roupa e mostrou a bunda na hora do banho.

a sujeira debaixo do tapete explodiu em fofoquinhas e historinhas inventadas e começou a fazer cócegas no nariz de quem estivesse por perto. parecia até essa gripe nova que vem dando tiro perdido nos pulmões de quem espirra e mesmo que seja simples alergia, rinite alérgica e só, logo vem alguém e arregala os olhos e diz: é gripe? – parece até propaganda de analgésico, mas não é.

não é propaganda nenhuma, é uma descoberta de que a desilusão é traiçoeira e as aparência enganam e enganam demais; trapaceiam, fingem, mentem, dissimulam e é ruim quando descobrimos que acreditamos em uma imensa mentira, que fomos enganadas pelo nosso coração que sempre disse: nela, você pode confiar. ela é sua amiga. sim. ela gosta de você! e o coração, coitado, sempre fez essas afirmações, pois não acreditava ser possível que alguém fosse dissimulado assim de te abraçar e beijar e ouvir, receber e ajudar, aquecer que não gostasse de verdade e de você, mas até ele coitado, se enganou.

a sua mente se enganou. você se enganou por nunca imaginar que a desilusão tivesse uma bunda branca e caída, pois andava sempre bronzeada vestida de vermelho, camuflada em uma cigana bela e vaidosa. só que a desilusão era uma bruxa e utilizava a vassoura para esconder defeitos e varrer a falta dos dentes e o sorriso amarelo para baixo do tapete voador sem pilhas para que você nunca descobrisse seus disfarces mais sórdidos e sua falta de escrúpulos. sua facilidade de manipular e toda uma dissimulação digna de Oscar de melhor filme estrangeiro.

sobre lembranças e nuvens - fragmentos


Movimento I
Nuvem - ninho

no pescoço uma cobra.

todas as noites ela a colocava para dormir na caixa-porta-cobras junto com as irmãs. a escolhida, digo, a cobra que saia para passear colocava as fofocas em dia com as outras e passava para todas a agenda do dia seguinte – para que a escolhida do próximo amanhecer já ficasse ciente dos afazeres, das companhias.

para a dona do porta-cobras -ninho eram apenas colares emaranhados numa caixinha de música que trouxe da infância. a única lembrança é que tinha ganho de presente com uns sete, oito anos, talvez do pai ou da avó, não lembrava mais.

eram cobras de pérola, de miçanga, de bolas de gude, douradas, de ouro, prata, aço. com laços, penas, cristais. curtos, longos, de duas voltas ou uma só. não saia de casa sem a cobra enrolada no pescoço.

a menina era vaidosa. seus cabelos castanhos ondulados desciam pelos ombros e quase sempre eram presos em um coque desalinhado. não sabia mais o que era cabelo longo há muito. sempre cultivou as madeixas curtas, bem curtas acima da nuca.

não tem tatuagem na nuca. não tem aliás, nenhuma tatuagem. tem vontade, mas medo de sentir dor e sabe que desmaia ao ver sangue, então, se protege de pagar mico no estúdio de tatuagem. se protege também de ter uma tatuagem torta em alguma parte do corpo. sabe que desmaiará, de dor ou de sangue em algum momento.

por causa dessa fragilidade, para se embelezar, utilizava as cobras. de ouro, de couro, sobrepostas. cobras com pingentes penduradas no pescoço e nos pulsos. muitas cobras. para ela, colares, pulseiras. para os outros, cobras.

a inveja era tanta em cima dela que os olhares e fotografias revelavam a identidade secreta dos ornamentos. cobras. muitas cobras. fulminadas por olhares de inveja.

é uma menina bacana. gosta das pessoas, acredita no ser-humano, enxerga beleza nele e não age de forma a aparecer, ostentar, mas sempre é mal compreendida. nem sempre as pessoas têm a mesma visão de mundo que ela. antes, a percebiam como esnobe, besta, rica, fútil, mas é o contrário de tudo. humana apenas.

sabe dos seus pontos fracos e não julga o dos outros. é julgada o tempo todo. mal interpretada.

cansada daquilo e com medo de ser assaltada, um dia tirou as cobras do pescoço e dos pulsos e nem relógio colocou. sentiu-se mais leve naquela manhã. no dia seguinte nem se lembrou dos assessórios guardados e deixou-os apenas para as fotografias.

sentiu-se bem sem anéis, sem pulseiras, colares, relógio. no pulso só uma fitinha azul do "Senhor do Bonfim" para proteção e ganhou vida.

ainda vaidosa não abre mão, ou melhor, orelhas dos brincos. elas ainda carregam o pesado fardo; brincos e só. nas bochechas maquiagem, nos olhos um pouco de lápis e nos lábios; gloss bem clarinho ou batom nude (cor de boca).

veste- se bem, faz as unhas todas as semanas. ainda faltam 22 semanas para acabar o ano e ainda tem 22 cores para pintar as unhas. faz disso sua religião.

a maldade e os olhares dos outros, varre para baixo de tapete. enxerga a beleza do mundo e só.

nos caderninhos escreve os sentimentos e impressões. na caixinha-de-música – “la vie em rose” muda, as cobras tristes, sem vida, sem respirar – esquecidas na mesa de cabeceira. o relógio sem bateria. consulta as horas
no celular.

3.8.09

Das invenções

como alguém pode inventar uma história dizer que ela aconteceu há um ano e tentar contá-la para outras pessoas que nem querem ouvir? a história é inexistente, pois nem o objeto da história sabe o que aconteceu. esse é um dos mistérios da vida: o "cerumano" é um bicho muito complicado. como descomplica? acho que nem nascendo de novo. nem renascendo. só rindo.

[gargalhando é que se vive a vida.]