26.9.07

After the storm

The storm (Before)

Para os Gatos de Mirikitani

parece que falta um pedaço de mim
a alma separou-se do corpo, mas está em mim
eu sou a alma
e não tenho corpo
caminho a passos largos pelo caminho
flutuoo pensando em tudo e nada ao mesmo tempo
um tapete voando sob meus pés

olho para frente
não enxergo o outro
a paisagem
ninguém...

só aqueles gatos desenhados na paisagem

tenho olhos para dentro de mim
e da minha forma de viver a arte
de vivenciar certas coisas e dores

tenho olhos para o tormento e calmaria
para ebulição, descobertas e lágrimas.

u r meant for me

você foi feito para mim
eu para você
e apesar de termos descoberto
que somos a fórmula perfeita
não conseguimos nos misturar
é como se não houvesse amanhã
e como se o despertar fosse menos que obrigação

é como se o acordar fosse algo inalcançavel
uma tarefa difícil de executar

e a noite fosse o alívio
de uma anestesia profunda, eterna e incurável


*depois do Cenáculo
incursões no sub-consciente organizam incisões antagônicas

bisturi desamolado na cegueira da humanidade

poucos enxergam o nascer do dia

in the sky

lucy com os diamantes
pássaros cantam
e amanhece

amanhece
acordei pronta para o novo. o desconhecido que a mim e todos alcança. os desconhecido que chega na hora mais improvável da espera.

acordei triste. sozinha. segura. forte. certa do absurdo. do improvável...

o choro preso que ainda me incomoda por dentro. a dor tão grande que dá medo de sacudir e piorar.

a falta de porquês entre nós me guia por um caminho confuso e sem volta.
perdi o chão e estou flutuando nuvens negras de algodão.

sou tod chuva. tempo nublado. dor.

sou toda nada
cheia desse vazio estranho
de saber-te distante

aguardo ansiosamente a sua volta
mesmo que não seja para meus braços.

25.9.07

sombras elétricas

paixão esconde
fragmentos

a vida é
cinematográfica

20.9.07

Para entender A CARTA (2)

Para entender A CARTA

A carta (parte 2)

o que eu tenho a dizer é simples:
eu já tava preparada pro fracasso, já sabia que a resposta era não e que você tinha preferido ela. isso, "quase não dói".

como eu te disse: ficasossegado, tá tudo bem, mas por outro lado; você levar ela pra lá e esfregar ela na minha cara na frente dos meus amigos?
não foi legal
e isso
doeu prá C#$%*!¨*!!!!!

sabe, você foi lá prá resolver as coisas que não precisavam ser resolvidas e se protegeu.
tudo bem em você se proteger.
você estava certo em se proteger.
todo mundo se protege, menos eu.
eu sempre me jogo da ponte mais alta e não tô nem aí prá isso.
eu já me machuquei tanto que acho ótimo mais uma cicatriz.
eu tô cansada de me apaixonar e não dar em nada e pedir carinho... "quase não dói".

o que doeu foi minha cara de palhaça!

se você quiser, nós podemos ser amigos sim, aliás, já somos amigos e isso ninguém pode tirar de nós por mais que tentem.

ainda bem que ninguém levou máquina pra fotografar e filmar a minha cara de babaca! e ninguém filmou a coisa mais humilhante que uma pessoa pode dizer sobre o amor
sobre o amor ser uma coisa humilhante, a coisa mais humilhante do mundo.
se tivessem filmado, fotografado, aí sim eu ia querer sumir do mapa
se alguém tivesse filmado a minha cara de idiota!
ainda bem que ninguém registrou a minha cara de idiota, coisa mais ridícula!

eu sabia que ontem não era o meu dia, o nosso dia. eu sabia, eu tava sentindo, tudo muito esquisito e já sabia da sua decisão,
mas pqp(!!!!)...

a cena não pára de piscar na minha frente
tá foda porque até minhas lágrimas secaram
as maõs dadas "pró forma"...
eu via nos seus olhos que você não estava feliz e queria estar do meu lado, talvez
e me dizer um monte de coisas
eu lá segurando a onda...

beber além do necessário era preciso na imprecisão do seu beijo,
no afastar das nossas almas,
minha cara de idiota no meu papel de idiota
bêbada, louca
pano de chão

eu estava lá
e enfrentei até certo ponto

depois...

fugi,sumi,
lembrei, voltei
enlouqieci
me anestesiei
senti...

pensei: morri por uma noite e alguns dias.

estou bem. amigos espero. doendo demais. não precisava a cena que pisca na minha cabeça. eu entendi e senti tudo errado no fim do começo.

ninguém tem culpa. eu, você, ela, a cerveja, as mãos dadas... ninguém tem culpa!!!

aliás, existem sim culpados.

*meus pés que caminham a passos errados no coração dos outros
e
*o trem que nos deixou na estação
meia hora antes
do combinado.


A carta

uma da manhã e eu ainda não peguei o trem da meia noite
tom waits bate na minha janela para me apressar
estou atrasada
e mais uma vez
invisível

eu atropelo a sua fala com meu caminhão de eixo duplo
ainda bem que eu esmaguei as palavras e elas ficaram presas em sua boca

o não eu já tinha nos seus olhos
por mais que o seu coração quisesse me dizer sim
e sua mente me dar explicações

ainda bem que eue freiei suas palavras e não deixei elas soltas reverberando no espaço em direção aos meus ouvidos.

-você é linda, mas não tenho coragem de andar para frente. muitas súvidas na minha cabeça e a vontade de te dar um beijo é enorme, mas ela tá vindo pra cá e eu não queria que você ficasse chateada comigo porque eu gosto muito de você e acho que a gente podia ser amigo.
por mais que eu esteja apaixonado por você eu não posso, não consigo.

não era isso que você ia dizer?

you

você podia ter feito tudo
menos o que você fez
e eu sei qe foi sem querer
que você não queria fazer o que fez,
mas fez
e na verdade, você podia ter feito tudo
somente não devia,
mas fez e foi como quebrar todos os meus dentes de uma só vez
o soco doeu e depois ficou tudo anestesiado
e parece que eu já esqueci

só que às vezes
a cena isca intermitente

você de mãos dadas com ela
você de mãos dadas com ela
você, ela
mãos dadas
maõsdadas
você de mãos dadas com ela
elaevocêdemãosdadas

é proibido

falar de amor
e de sentimento
e da gente
e de qualquer outra coisa que envolva sentimento

isso tudo aconteceu por causa da minha necessidade de debater exaustivamente nossas descobertas e decepções

homem não gosta de falar e eu acabei naufragando nas minhas próprias palavras.

medo

é o medo de uma praia sem areia que me leva até você e me afasta como um imã de mim mesma e dessa praia azul do amor
... de amor
sim, a praia do meu coração está cheia de amor pra te dar
cheia de amor pra te amar
no mar de vontades guardads com beijos de onda e pés firmes no chão

braços livres prá te tocar e sentir
você molhado de pôr-do-sol nos meus braços
entre abraços no meu colo feito mágica
eu
vento enxugando a sua pele
pronta para te esquentar
toalha

antes que a lua grite no céu
e nos percebamos mortos.

Tom Bloch

"eu encontrei o amor
e foi como quebrar os dentes"

merda!!!

merda merda merda merda merda merda merda merda merda merda merda
merda merda merda merda merda merda merda merda merda merda
merda merda merda merda merda merda merda merda merda
merda merda merda merda merda merda merda merda
merda merda merda merda merda merda merda
merda merda merda merda merda merda
merda merda merda merda merda
merda merda merda merda
merda merda merda
merda merda
merda
merda
merda

... merda merda merda merda merda merda merda merda merda merda merda

Frágil

às vezes eu quebro



A CARA!

18.9.07

hoje estou feliz, pois tá aparentemente tudo fora do lugar.

17.9.07

e pensar que estava tudo tão leve
simples
perfeitamente no lugar
arrumadinho,
limpo, feliz...

a janela aberta,
vasos de flor na sacada
crianças sorriam pela casa
adultos se abraçavam
a televisão estava sem som
o rádio tocava uma música de fundo
tudo bom,
perfeito...

minhas borboletas se aquietam no caos

a fonte secou

do coração
escorrem lágrimas
e sangue

vontade de escrever
palavras que não tenho
para dizer
que a tristeza
existe
é triste,
demora
mas passa.

------------------------

para mim ainda é difícil conviver o medo
será que sou tão assustadora assim?
acho que não
achava que não,
mas devo ser um monstro!
----------------------------------
medo.com.de.mim

14.9.07

Gtalk

conversas sérias e incertas na madrugada
o desnudar do pensamento pelo computador
escrevendo palavras, sentimentos,
abrindo o peito, mostrando a alma

o digitar das teclas acontece na velocidade
do coração que rápido está prestes a explodir

barulho que assemelha-se
à pronúncia dos sussurros
da voz da sua respiração ofegante no meu ouvido
parece que sinto você aqui ao meu lado

quando a gente tenta desligar é como se eu imã não permitisse
a hora está adiantada
a madrugada se aprofunda
os minutos passam
amanhã é outro dia

beijos escritos não assemelham-se a beijos beijados,
sinto sua boca perto da minha
a tela do computador são seus olhos
te vejo pelo teclado
o barulho é sua voz
preciso dormir
quero sonhar abraçada com você
mais um beijo, mais tempo que passa, mais vontade que chega
mais, mais, mais...
bjo, bjos, bjox
vamos tentar desligar o Gtalk
no 3

1, 2, 3

...

conseguimos!
fica a saudade
a vontade
o sono vai embora
penso, penso, penso
em você

13.9.07

Para você

é como uma foto daquele namoro que acabou sem arco-íris
rasgada na metade

o prenúncio da chuva e você sem proteção

o chão coberto de cacos
e você descalça
sem escapatória
a cortar os pés

uma foto rasgada
o namoro que acabou
sem saída
o sangue que escorre dos pés
a dor de continuar caminhando
o medo sem raios de sol
as estrelas que gritam
o olhar perdido
a impossibilidade de juntar as metades da foto...

o saber que a fita durex está lá e você pode cortar um pedaço
e depois da raiva passada
desejar colar o retrato transformando novamente 2 em 1

só que você também sabe sobre as coisas quebradas
você sabe que elas nunca voltam ao normal depois do conserto
é tudo um paliativo ao seu apego,
mas na verdade, nada adianta
porque mesmo que alguma coisa mude
sempre existirá o remendo
aquele remendo bem no meio do retrato

os olhos percebem,
o coração sente
a mente pensa
naquele pedaço de fita durex no lugar certo para sua saudade
no lugar errado para o seu orgulho,
seu amor

velhos amores apagam-se em fotografias rasgadas
novos amores acordam quando no minuto de silêncio da conversa
um absorve o ar do outro

é a respiração ofegante,
o coração acelerado antes do primeiro beijo
a foto nova no porta retrato
a outra no fundo da gaveta
uma taça de vinho na cabeceira
novos cheiros,
sorrisos
e uma vontade louca de cruzar o horizonte
com rodopios de balé.

Para Bia Norek

antes eu achava que depois do sol vinha a lua
porque a vida era o dia, a noite, o certo, o errado, o preto no branco
o início e fim sem recheio

precisei ouvir a voz de uma menina poeta
para começar a pensar em bombas de chocolate
e descobrir que o meio é a melhor parte,
pois entre a primeira e última mordidas
acontece tanta coisa...

a gente pode olhar para lado e encontrar o amor de nossa vida
ou ir caminhar e ralar os joelhos
cair da bicicleta e levantar sorrindo
ou ganhar um presente e chorar

comer pão de queijo no café, almoço e jantar
ou fazer refeições balanceadas para equilibrar o peso

a gente pode tanta coisa...
é só entender que o dia não acaba quando o sol se põe
antes da lua,
vem o vento.

sinto o cheiro de flores mortas

velhas e sem querer adjetivar demais as idéias
não consigo respirar trancafiada neste ônibus gélido com cheiro de horror
loque eu que agora pensava em vida
agora sinto medo de morrer
pessoas tossem
incomoda-me ouví-las tossindo
egoísmo sim, pode ser
eu quando tusoo penso que falam mal também de mim
tossir é muito feio
a tosse incomoda
o cheiro de flor já passou,
levou o medo com ele...
traqnuila volto a pensar em você e em toda coisa boa
que esse pensar traz.

05/09/2007

sempre olhei para os lados pra te procurar na mão contrária da rua que eu atravessava
angustiava-me pensar estar precisando de óculos, lentes de contato por não te ver
olhava para as esquinas, dentro dos carros e ônibus, calçadas, mesas de bar, shoppings, vitrines e nada...
derrotista que sou
tinha desistido
e num beco
te achei

caracóis

os caracóis da lua
iluminam delicadamente
as curvas da cidade escura

os carros com faróis baixos ultrapassam os sinais sem medir o risco
a velocidade das palavras numa briga é cruel
e todo mundo sabe que machuca
como um carro que entra por baixo de um ônibus
o recado dado, a violência, os ataques gratúitos, os gritos, a melhor argumentação, o dedo na cara, a hora da raiva

o mar, a areia, os passos, paredes, o conforto...

não importam

os caracóis da lua
iluminam delicadamente
as curvas da cidade escura

sorry

você foi muito delicado em me pedir desculpas
você foi até delicado demais
[demasiadamente delicado]

delicado por sem palavras
dizer que nunca fui digna de ser sua namorada

eu te respondo com todas as letras então
se ela é, é porque merece!
o rosto que sente o tapa
o rosto que sente a dor
rosto que sabe
o que é
o amor

essa vida sem você

tá difícil de viver
acordar e dormir todas as noites
sem esquecer o que devia lembrar
sabendo que aqui ou lá
em nenhum lugar
você está

em quarteirão nenhum
apartamento algum
no meu sofá
na minha cama
na sua casa...

tão longe essa sua presença...

eu a cada dia mais
sozinha

é proibido sonhar, mas

sem sonhar prefiro morrer sozinha num quarto escuro
e que me encontrem podre, fétida cheirando a gás as 3 da manhã de um dia festivo.
prefiro que esqueçam minhas fotos alegres e joguem no lixo meus poemas, sorrisos, gritinhos de susto e unhas mal feitas.

sem sonhar não vivo
sem viver
não morro
sem sonhar
insisto
não sou!

vocÊ desaprendeu

e eu nunca soube

você desistiu
e eu ainda tento

você sabe o quanto nos fazemos bem,
mas justifica sua incapacidade
nas minhas atitudes

eu não vou mudar
nem você
você não vai me mudar
e nem eu vou mudar você

então, por mais que eu queira esperar que o tempo mude
será sempre inverno
[entre nós]

de um beijo sem saída

sobraram marcas da fuga

lábios rachados, quadros no chão, copos trincados

a música ao longe
não lembra?
aquele rock - fundo musical das nossas conversas calmas
nosso blues - na hora do amor
o punk rock dos descontroles

não lembra?

todas as músicas, assim como os momentos, viraram uma coisa só:
AUSÊNCIA

é tudo tudo, e nada e tudo e todos os nadas
com a sua ausência
tudo é nada
sem você aqui
os travesseiros continuam no mesmo lugar
na fuga, fiquei surda
não escuto mais nada
não venha me falar agora
dos acordes desencontrados de sentimentos que não exitem
e nem das frases desconexas de seus gritos
sem nenhum sentido
de um beijo sem saída sobraram marcas da fuga
cicatrizo o dia em que acordei numa banheira de flores mortas
o cheiro era tão vermelho que até esqueci da podridão vazia de seu medo
seu medo vazio depositado em minhas expectativas
ali
me vi es
quar
te
ja
da


desci as escadas


no hospital não tinham linha cirúrgica
dormi cheia de marcas

recaída

pq ainda sofro por você se foi tão rápido, ríspido, rasteiro...

se a profundidade da entrega me trouxe para a margem depois do afogamento

pq ainda sofro por você
se o céu continua a zul mesmo quando chove
e as luzes se acendem no entardecer

pq ainda dói você quando penso?

no meu estômago
você está doendo, doendo, doendo...
doendo demais
e eu quero gritar.

tetrapak

o mundo se parece
com caixinhas de leite longa-vida
retangulares e perfeitas

embalagem inodora,
plastificada
de papelão

cores suaves, um bom design
falsas certas pinturas...

[brilho e ardência]

sinto falta das fotos de crianças desaparecidas
na lateral
e das promessas de uma vida nova.

o vazio guarda tudo na mesma lata de lixo
o cheiro azedo, o choro, a dor...

[reciclagens obrigatórias!]

cicatrizes, soluços,
aquecimento global,
el ninõ
el ninõ...

menino...
quero você
na minha xícara

love or leave me

deixe ou ame a mulher
que sempre tentei ser

ame ou abandone
numa noite escura e
em seu quarto tranquilo,
ouça o ronronar das madeiras
que coxixam às minhas costas.

deixe-me ser como quero
nesses dias sem amanhã

faça-me muleta, ponta de faca
intransigente, efêmera, fútil,
mulher

útil, inútil, necessária
em suas entranhas escabrosas,
múltiplas, inacessíveis...

ame-me ou deixe-me!

11.9.07

os caracóis da lua
iluminam delicadamente
as curvas da cidade escura