27.12.06

Kaiser Chiefs - I Predict A Riot

Sim! Eu quero voltar pra SP prá dançar isso enlouquecidamente na pista quadriculdada da FUNHOUSE- com o Nê, a Nah e o Penta.

Tom Waits - 'Downtown Train'

Isso sempre vai me lembrar "alguém" ou alguma "coisa"...

Tem coisas que marcam
outras rasgam e fazem cicatrizes

tem cicatrizes que não fecham
outras devem ser cobertas com tatuagem
umas ficam lindas
outras avisam quando vai mudar o tempo

tem coisas que a gente sabe que não pode, mas quer...

protect me from what i want
protect me from what i don´t want

e talvez eu quisesse entrar nesse trem por toda a eternidade...

só sei que hoje, tá FODA! Tudo!

Doroty

Venha ser minha Doroty
Mágico de OZ com Alice no País das Maravilhas
tudo misturado
nesse descontinuado conto de fadas
de querer com você
uma história sem final feliz
encapsulada no tempo presente

Uma coisa assim que viva o dia a dia do calendário
um hoje,

um amanhã
hoje,

um depois de amanhã
hoje,

um ontem
hoje

um hoje
hoje
hoje !

Um tudo
hoje
agora
now!

Tudo agora hoje!
now

NÃO!!!

Tudo urgente nos seus sapatos vermelhos
nos meus pés cor-de-rosa
na pele que grita você você você
no você que deseja todos os meus mins
em cada ônibus desgovernado que passa do ponto
em cada ônibus que não dá carona quando torrencialmente chove
e o bolso está furado sem 5 reais para comprar um guarda chuva descartável

O desejo de correr é mais forte do que a vida que vela o sono
do que o sangue que corre nas veias
do que o sapatear dos seus passos procurando o arco-íris
e as nuvens com gosto de anis.

pay atention

Preste atenção no amor das mulheres
que esperam,
que choram escutando música francesa.

Mulheres passam a vida
esperando homens
que as despertem
enquanto eles
tomam vinho barato
em copos de boteco
olhando para mulheres
que nunca serão deles...

enquanto as que seriam esperam...

26.12.06

I predict a Riot - Kaiser Chiefs

Watching the people get lairy
Is not very pretty I tell thee
Walking through town is quite scary
And not very sensible either
A friend of a friend he got beaten
He looked the wrong way at a policeman
Would never have happened to Smeaton
And old Leodiensian

La-ah-ah, la la lalala la
Ah-ah-ah, la la lalala la
I predict a riot, I predict a riot
I predict a riot, I predict a riot

I tried to get in my taxi
A man in a tracksuit attacked me
He said that he saw it before me
Wants to get things a bit gory
Girls run around with no clothes on
To borrow a pound for a condom
If it wasn't for chip fat, well they'd be frozen
They're not very sensible

La-ah-ah, la la lalala la
Ah-ah-ah, la la lalala la
I predict a riot, I predict a riot
I predict a riot, I predict a riot

And if there's anybody left in here
That doesn't want to be out there
Watching the people get lairy
Is not very pretty I tell thee
Walking through town is quite scary
And not very sensible

La-ah-ah, la la lalala la
Ah-ah-ah, la la lalala la
I predict a riot, I predict a riot
I predict a riot, I predict a riot

And if there's anybody left in here
That doesn't want to be out there
I predict a riot, I predict a riot
I predict a riot, I predict a riot

E eu acho que sou...

INDIE
"Os indies são jovens que adoram rock - melancólico,
barulhento ou eletrônico -,
moda e comportamento importados."
E eu: Amei a "FunHouse"! - que é considerada :
Revista Playboy uma das 28 melhores baladas de SP
Noitada Rock and Roll : "Dá para apreciar a FunHouse sem ser do esquema indie. O som - rock alternativo de primeira - faz as belas roqueiras racharem o piso de tanto pular na pista pequena. Parece festa boa da faculdade."
O Melhor da Cidade(Guia Veja São Paulo - 2003/2004)
"Inaugurado há pouco mais de um ano, tornou-se um dos clubinhos mais queridos da moçada alternativa. Na pequena pista de dança, jovens de 20 e poucos anos se esbaldam ao som de indie rock. Às sextas e sábados, bandas ao vivo garantem a animação. No piso superior fica o lounge, com uma jukebox recheada de CDs."
Superguia da Noite(Revista VIP - 2002/2003)
"Para quem está cansado da supremacia das batidas eletrônicas, a dica é ir a esse simpático sobradinho da Bela Cintra. Lá é possível curtir o mais puro rock'n'roll. Na pequena pista quadriculada, os roqueiros de plantão se soltam ao som que vai dos Stooges (cujo segundo disco dá nome à casa) aos Strokes. O aconchegante lounge, improvisado no andar de cima, abriga um colorida jukebox que dispara mais rock'n'roll."
-AQUI no Rio...precisamos de uma... sim! sim! sim!
-Até pq nesses dias que passei em SP- me acharam com cara de no máximo 19, 20 anos... - acho que os ares da terra da garoa me fizeram bem! *rsrsrsrsrsrs

FunHouse (SP)

A FunHouse é uma casa noturna localizada na Rua Bela Cintra 567, na região da Consolação, em São Paulo. Fica num sobradinho antigo, de 1941, que já foi usado como residência, escolinha infantil e, até virar a FunHouse, em 23 de agosto de 2002, era moradia de uns coreanos que fabricavam doces clandestinamente nos fundos. Não, nós não vendemos softwares. E também não se fala “Fum-Ráuse”. A pronúncia é “Fãn-Ráuse”, assim com “a”.
Este foi, originalmente, o nome escolhido por quatro roqueiros de Detroit para se referir ao local onde eles passavam a maior parte do seu tempo, lá no final dos anos 60. A casa da diversão. Foi na Fun House que esses caras, que se auto-intitulavam Os Patetas, e eram liderados por um magrelo chamado Iggy, inventaram um jeito de tocar rock inspirado essencialmente nos barulhos emitidos pelos eletrodomésticos.
Pra não cometer um lapso histórico, vale ressaltar também que esse jeito de fazer música deu início ao que, dez anos depois, viria a ser conhecido como punk, e transformou a figura esquelética e fora de controle do vocalista em padrão de beleza e comportamento. Mas isso é detalhe. O que importa é que era lá nessa Fun House que esses quatro botavam pra fora toda a infinita eletricidade que eles captavam da vida.
A FunHouse paulistana não é bem assim. Ninguém mora lá, e esse sobrado azul-calcinha ainda não deu cria a nenhum Iggy & the Stooges. Mas também não se trata de uma casa noturna montada por empresários fazedores de dinheiro que fumam charutos e viajam pra Miami, ou por oportunistas de plantão desesperados em faturar em cima das novas tendências. É claro que seus proprietários procuram fazer seu ganha-pão com este trabalho, porque é preciso fazer a feira. No entanto, pelo mesmo motivo que, na primavera de 1970, os Patetas de Detroit se trancaram na FunHouse e gravaram 7 horas e 52 minutos de música pra fazer um disco de 36 minutos (propriamente intitulado Funhouse), os responsáveis por este estabelecimento noturno mergulharam de cabeça na missão de construir este templo porque estavam respondendo a um chamado da natureza. A FunHouse não é uma moda nem um ato oportunista.
Isso se explica em parte pelo fato deste empreendimento não ter sido feito com a intenção de agradar a ninguém que não seus próprios mentores (e talvez seja por isso que agrada a muita gente). Chame isso de personalidade, se quiser. Assim sendo, a FunHouse não se identifica com nenhum rótulo genérico (indie, ou rocker, ou electro, ou whatever). E também não corre atrás das tendências de época.
Isto posto, também fica claro que esta FunHouse paulistana não tem absolutamente nenhum parentesco com quaisquer outras fun houses espalhadas pelo Brasil e pelo mundo afora. Mas garanto que seus proprietários também não arrancam os cabelos por causa delas. Aliás, que venham outras, porque uma cidade cosmopolita precisa de opções. E se você também já se sentiu órfão de opções... seja bem vindo. Essa casa foi construída para gente como você. Divirta-se e trate-a com carinho. E depois, monte uma banda, pinte um quadro, escreva um livro, abra um negócio seu. E tenha certeza que só assim você estará fazendo a sua parte para, quem sabe, vir a ser um dos patetas você também.

Retirado de: http://www.funhouse.com.br

quando chega o verão...

Ultar-violeta de raios turquesa
absorvidos no calor do boné
abelhas pousam

sol escaldante
não sei estar aqui

eco
sentir na praia
sentar
rimel borrado

na cadeira quente
favos de mel

por favor, não sei esperar
por raízes de árvore
nem por águas de coco

não sei separar
cartas de baralho
nem fazer pic-nic

não sei
explodir
prazeres dispersos
nem ventos mundanos

ficar pelada em furacões
alheia
não gosto,
mas sei

a alma nua
olhos que me vêem
sei não...

pode ser inverno hoje.

Retrospectiva 06

esquecer
amar é tão difícil
hoje

esquecer
paixão no fundo da mala
ontem solidão

esquecer
areias no fundo do tênis

palavras
no canto do armário
solidão

gavetas abertas
coração

esquecer
solidão
coração

estar incerto
em todo longe perto

dizer em você
tudo e nada

devo me esconder
na solidão do coração
esquecida

swiming pool

aquecer piscina
tulipas boiam
ondas...

olhos negros
envenenados
mergulham
azuis no céu

santo sol
esquenta chuvas
luas negras
imaginário no futuro
das estrelas virgens

cloro arde
vazio de emoções

estar completo
ser quebra-cabeças
água quente borbulha
sangue

sopro faz bolhas de sabão
sorrio no escuro do dia
translúcida

22.12.06

Clarice Lispector (1977)

Clarice Lispector

Tavinho Paes disse que sou a Clarice lights... rsrsrsrsrs

sem querer me achar, mas...eu acredito! eu acredito!

20.12.06

Ciclos

a vida é cíclica. é engraçado como círculos abrem, fecham, abrem, fecham...
eu me cerco de cuidados e de repente...

me pego em situações tão "dejà-vu"...
tão já vividas, vistas, sentidas...
e tudo isso na minha vida acontece nos fins do ano.
sempre de novembro a janeiro.
[ENGRAÇADO]
dá vontade de gargalhar!!!
Tive dois ciclos reabertos em dezembro...
a energia começou a mudar em novembro...
e em janeiro, como isso vai ficar?
[DUNNO]
Tudo na mesma época
tudo quase igual
como dois e dois são quatro.
neste caso, no meu caso...
na verdade,
apenas três.
nada concreto,
nada palpável,
nada correto.
apenas uma estrada aberta.
uma estrada de mão dupla, aberta.
para baratinar minha cabeça,
que já é assim meio baratinada...
sonhadora,
meio louca,
pirada,
pancada...
depois de "sonhos de uma noite de verão" eu estava quieta, aqui sonhando... e o passado voltou num piscar de olhos. uma briga de um ano atrás ontem virou paz e a naturalidade...tranquila... só olhando. tudo volta como se não tivesse acabado. não é mais como era, mas parece que é o começo. só que hoje é novo. tudo novo num sorriso terno, num carinho no rosto, no beijo roubado, no desejo contido...
e no saber que o que passou
na verdade se faz presente
e ficou em nós todo esse tempo
que apenas hoje se desnudou.
é assim que as coisas são.
passado.
presente.
futuro.
tudo se mistura numa noite de verão.
de sonhos de verão real...
e tudo deverá
se eternizar
no segundo
de um beijo
nosso depois de tudo
que passou
que já,
passamos...
e é muito bom ver que alguma coisa ficou!
um dia eu acordei tão triste. sem a possibilidade de você. tão...triste.
tão triste que ao invés de chorar, sorri. tão nada que na impossibilidade de te achar, parti. tão longe que sem sapatos, sentei. tão idiota nem sequer pensei em voltar para onde te perdi. tanto frio que sem lençois, congelei na praça. tão lua que sem calefação fotografei ruas.

sem passos que na arei deixei as pegas e peles do pé.
adormeci no desmaio da noite.
sem chão,
sem fim...

sem o fim que não amanhece
para morrer em paz
sem a paisagem que me faz ser
vida.

aquarela

misture tubos de aquarela. dissolva meus rabiscos na tela. colora o vazio da vida em quadrados. limpe o pincel com tinta à óleo na terebentina, solvente que garante estúpidos e inteligentes beijos. evitando assim que a gente se canse de borboletear a vida. oprimidas línguas, unem-se na facilidade de enxergar a noite.

lies

mentiras incandescentes. amor esquecido embaixo do tapete rosa, contadas no escuro da luz de emergência na porta do elevador que sem manutenção, logo, pode parar e ir ao poço oco dos sentimentos. fumaça ganaciosa em cores descontentes imaginadas como brancas flores. fumaças surgem no jardim japonês do colchão redondo. obviedade mansa na qual te quero tanto, nunca.
na panela a chuva fria
ferve a falta de chover poesia
abuso no excesso de incompreensões

jardim incolor
transparência no sentido
sentires em mim

em você
asfalto
queima pés
pneus andam carecas
transportam almas cansadas

leite ferve
na panela doce talha
pressão explode
do teto a chão

inconsolável pensamento
incontrolável
será assim como eu quero
ou não?

18.12.06

aquele dia...

Em que mantive
oculto o sentimento
num sorriso escancarado

Beijos de esquimó
tocar narizes
suspense
deslumbre
vislumbre
penumbra
luz de velas

Longe vejo
o que não sei
existir

Escolho direções
palavras por dizer
olhar de céu estrelado
chove
dúvidas

Medos escondem-se
vãos cinzentos
no seu prédio sentada
portaria na cama
deitar-me a lado seu
desejo

Medo forte
imóvel pra não assustar

A sentir seu calor
permaneço
e te vejo
esparramado
onde podíamos
juntos
ocupar o mesmo
lugar no espaço
da cama.

de tarde na Lapa...

Prédios sujos
Portas trancadas
Ilusões perdidas
Na soleira

Coca-cola na garrafa
Gás que evapora
Nas pedras de gelo

Minutos passam
Te ver
Expectativa forte
Fonte de milagres,
Prazeres,
Pudores,
Vontades....

Espero você
Em quandos
Buracos de fechadura
Cicatrizes
Portas sem chave,
Vasos com plantas murchas

Pessoas solitárias
Exorcisam pensamentos
No amarelado de suas cervejas

Te querer é fácil
No azul da vida

Te fazer companheiro
De comapnhias e vonatdes
Trabalho árduo
Suor na vontade de tentar de novo.

Alguma coisa
Em te ver
Alimenta
Contenta
Acorda a retina

Quando avisto você
Entre prédios sujos
E portas fechadas...

Alguma coisa:
Acende!

15.12.06

Você me faz tão bem -Tico Sta. Cruz

Quando eu me perco é quando eu te encontro
Quando eu me solto seus olhos me vêem
Quando eu me iludo é quando eu te esqueço
Quando eu te tenho eu me sinto tão bem
Você me fez sentir de novo o que eu
Já não me importava mais
Você me faz tão bem
Você me faz, você me faz tão bem
Quando eu te invado de silêncio
Você conforta a minha dor com atenção
E quando eu durmo no seu colo
Você me faz sentir de novo
O que eu já não sentia mais
Você me faz tão bem
Você me faz, você me faz tão bem
Você me faz, você me faz tão bem
Você me faz, você me faz tão bem
Não tenha medo
Não tenha medo desse amor
Não faz sentido
Não faz sentido não mudar
Esse amor
Você me faz, você me faz tão bem
...
Um dos momentos de mais energia no Circo Segunda 11/12/06 - foi a hora em que Tico cantou essa música.

Próxima Atração- Alexandre França

eu quero que você desapareça aos poucos
a lágrima que seca depois de alguns goles
se possível que desapareça à noite
como à noite a gente some no íntimo dos outros
mas antes deixa um vício consumir o que há de podre
nojo de si mesmio, amor demais, tudo que mente
as coisas que aprendi a odiar tomando um porre
o medo, por exemplo, mexendo com o que a gente sente.
eu quero falecer ao meio-dia
sem saber se o que eu sentia era morte ou solidão
agarre a minha mão agora e sinta
o calor que acumulei no decorrer desta canção
eu vou falar de amor na poesia
e eu vou lhe dar a flor, essa vermelha ilusão
vai tudo funcionar como eu queria
e você vai me perder ao terminar essa atração.

adeus

entenda que nossa hora chegou. nossa hora é agora. aqui. ainda nessa hora. agora, é o fim.ainda agora; agorinha mesmo, o último beijo e o sentar na varanda.

o tempo para outros beijos já passou...

é hora do último cigarro. o meu branco. o seu amarelo. nossa última oportunidade de alguma coisa nossa junta no mesmo lugar. eu sei que você espera que eu seja fraca e te beije novamente. você olha nos meus olhos para que eu, tímida; olhe pra baixo. você quer que eu olhe para baixo pra me distrair e roubar-me um beijo. eu conheço as suas táticas. ainda não esqueci que todo nosso sentimento é mecânico. as coisas sempre aconteceram na mesma ordem, com o mesmo início, meio e fim.

bato as minhas cinzas no cinzeiro. as suas vão cair no chão e a última oportunidade de vermos alguma coisa nossa; cinzas - junta no mesmo lugar. sim, as cinzas de cigarro são coisas, são nossas, são símbolos.faltam apenas cinco minutos. os últimos cinco minutos pra gente sair daqui.

o tempo passa mais rápido agora.eu fumo até chegar no filtro pra disfarçar minha agonia. para dissipar a nuvem da minha vontade de chorar. não vou acender outro cigarro em seguida. imendar uma nicotina na outra. não quero o seu o que houve? tá nervosa?-no meu ouvido novamente. se isso acontecer: sei que vamos começar tudo de novo. mais um ato da peça que estamos cansados de encenar. por isso os últimos minutos são esses. os últimos três minutos são esses.

entenda que eu tô fazendo de tudo pra gente não tirar a roupa, suar, vestir a roupa, se beijar, fumar, tirar a roupa, suar, vestir a roupa, se beijar, tirar a roupa, suar, vestir a roupa, se beijar, brigar, tirar a roupa, suar, vestir a roupa, se beijar...

tô fazendo o possível prá não respirar e sentir o cheiro invisível que abre os poros e deixa a pela com fome. tô fazendo o impossível pra não olhar o contorno da sua boca emoldurada. tô me remoendo pra não pular em cima de você e voltar a ser o "pas-par-tout" do seu quadro. tô me remoendo inteira.

tá doendo pacas. eu te quero. você sabe que eu te quero. por isso, você tocou a minha mão agora. quebrou a regra. colocou minha mão no seu peito para eu sentir a chuva. e a minha vontade é de deitar a cabeça no seu ombro e esperar que você me beije, mas a gente combinou que no último minuto a gente se levanta mudo, vira de costas. saio pela sala e você pela cozinha.

o caminhão fechou as portas.

...60, mississipi, 59, mississpi, 58, mississipi, 57, mississipi ...

pego a bolsa. olho pro chão. deixo uma lágrima no tapete da varanda. não sei se você lembrou de levar os óculos, mas não posso olhar para trás. você sempre esquece os óculos nos lugares. agora não importa mais. não vou precisar ouvir você falando deles. que não sabe onde deixou. não vou ter que ouvir você perguntando se eu lembro onde eles ficaram. não vou precisar procurá-los. seus óculos não importam mais!

nos resta abrir a porta, entrar no elevador, dar tchau pro porteiro. tchau para as lembranças dos cheiros do quarto, pro jeito da sala, pra luz que pisca na cozinha, pro banheiro de criança, pra varanda... - agora é só isso. sair e deixar tudo pra trás.

pra gente o que fica?
lembranças.
apenas lembranças individuais.
lembrança do beijo. dos beijos. dos nossos beijos. de muitos dos nossos beijos. da nossa volúpia. dos arranhões que você sempre deixou nas minhas bochechas.

eu quero que você me beije. vamos esquecer tudo. começar de novo?, mas você já foi. - anestesiar as lembranças. o gosto do seu beijo em minha boca. o gosto...- esquecer o gosto. anestesiar lembranças. acordar só depois do ano que vem...

tenho que comprar cigarros. da marca que eu fumo, no bar do lado não tem. vou no da esquina, mas você vai estar lá na sua segunda cerveja, na mesa do canto, pensando alto e falando sozinho. afogando suas inconsistências em nicotina e álcool fermentado. recapitulando sua rotina a cada gole. você estará lá na mesa do canto. eu sei.

sei também que eu não posso me arriscar a passar perto de você. não posso me arriscar porque eu temo não conseguir dessa vez e a gente combinou. eu não quero correr risco de que a gente comece tudo de novo. comece a sonhar com uma vida solitária a dois. uma vida de tesões robotizados. uma lobotomia de Laranja Mecânica sem Bethoven. um Sex Pistols sem o Sid. um samba sem pandeiro. só pele. sexo. tesão.

a gente na verdade não sabe nada um do outro, só nossas peles se conhecem. nossos cheiros. nossos olhos. a gente não sabe nada um do outro. a gente só sabe que algum imã nos atrai. a gente até começou a se conhecer. acho que se a gente tentasse continuar com isso, teríamos que pelo menos sair pra jantar. rachar a conta. conversar.

não! do jeito que somos, sabemos que não conseguimos conter as faíscas. não podemos mais nada juntos. a razão e a contradição andam algemados na gente. e você acha que os meus erros são propositais. calculados. amigos. só. amigos. dar um tempo. ir embora. acabou. outra vida. amores outros. ritmos novos. outros cheiros. acabou. ir embora. fim.

chego no bar do outro lado da esquina da rua paralela a nossa ex-rua. troco meu filtro branco por um amarelo. você está ao meu lado. o cheiro. eu sinto. o nosso cheiro.
eu minto. respiro. cheiro meu braço. você na minha pele. pele. poros. pêlos. cheiros. texturas. veias. sons. barulhos altos. gritos. gemidos. desmaios. tapas. choro. sem você. solidão. inécia. frigidez. caretice. burocracia. farofa sem ovo. insqueiro sem gás. cama sem colchão. emoção zerada. time code vazio. "kill" sem "fade". vazio. vida. vazia. vida vazia. bandida. ferida sem casca. vinho em copo de plástico. livro sem prefácio. sem você nada. sem você nada. nada sem você. não sou nada sem você. sem você não. não.

Floresta branca

olhares apaixonados
na floresta branca
a copa das árvores
e o ambiente morno

estufa de orvalhos
ventos represados
entre bichos, plantas, flores

na floresta branca
tudo neve
tudo neutro
tudo em branco...

uma vida sem ti.

Saudade

acostumada a te ver por 3 dias seguidos
há 2, não te vejo
meu coração faminto
se contenta com suas fotos,
mas minha pele
deseja tua voz.

14.12.06

POESIA VOA 2.0


A iniciativa de Bruno Cattoni e Tavinho Paes em fazer o Festival Poesia Voa 2.0 foi das mais importantes do ano de 2006.
Sem patrocínio e com sangue, suor e amigos foram três dias de vôo no Circo.
O alto astral rolou solto para os poetas e bandas que entenderam a proposta das rodas randômicas. Já quem não entendeu a proposta se estressou e perdeu a oportunidade de levar um pedacinho do vôo da poesia no coração.

Alguns têm até licença poética para tal atitude, porque sou passional e duas pessoas nesse meio para mim, estão acima do bem e do mal (quem me conhece sabe quem são). - As outras foi histeria mesmo!!!

"O vôo do poema não pode parar"- e mesmo com esse "toque" de Mário Quintana, alguns ânimos ficaram acirrados por incapacidade de alguns se desvencilharem de seus próprios umbigos e perceberem- se inteiros e fazendo parte de um todo.

Falhas acontecem e têm que ser entendidas. Tiveram coisas com tudo para dar errado que deram certo e coisas certas que deram errado. Acontece. É normal. Anormal se fosse diferente. Ninguém erra ou falha por que quer, ainda mais sendo amigo e respeitando o trabalho do outro.

Direitos Humanos é paciência, compreensão, integração e gratidão.

Tavinho e Bruno promoveram um Festival de Poesia para nós poetas que acreditamos nas palavras e em algo maior, mas na verdade nem todos perceberam o que existe de maior nisso em questão de futuro. Eu acredito em sonhos que se concretizam.

Poucos perceberam que os organizadores fizeram um evento para louvar algo ainda maior que a própria poesia- deram um sopro em direção ao futuro, ao integrarem pessoas diferentes no mesmo território.

Um Circo Voador livre, democrático. Durante os três dias passaram por lá, índios, ciganos, cantores, poetas, expectadores. Hip-Hop, Pop, Samba n´Roll poético explosivo – se me pedissem descreveria o evento como tal.
E realmente tudo foi uma bomba-relógio de emoção que me tocou profundamente.

Ver e ouvir Mário Botolloto altas horas falando que "não quer as puras, sim as putas" acompanhado pelo Alexandre França no violão- me emocionou. Tico Santa Cruz me surpreendeu. A energia foi tanta que uma menina da platéia pediu para Tavinho se podia subir e cantar uma música. Subiu. Foi lá e fez. Cantou Raul. Cazuza já tinha sido cantado e isso e a energia do abraço puxado por Igor Cotrim com um simples cartaz: ABRAÇO GRÁTIS- fechou o triângulo de energia daquela noite em que fiquei triste com a desistência de um super poeta em falar, por estar há muito tempo esperando. E o final espetacular dos Budas sem cabeça que estavam esperando a hora de entrar no palco desde as 18h e tranquilos socializavam no camarim- entraram no palco as 15 pras 2 da manhã e mandaram ver no Rock n´Roll- tudo isso pq -Eliana Brito, a primeira Dama da POESIA carioca (mulher do Tavinho Paes) se lembrou de tê-los conhecido e que eles não tinham tocado. Ela grita: -Tavinho os meninos que estão no camarim... e o Tavinho- Quem é chama! Qual o nome da Banda? (eu que estava com Eliana quando entramos no camarim errado e demos de cara com os "Budas" gritei: Os Budas sem cabeça!!!). E o Tavinho: - Os Budas sem cabeça... e aí... Rock porrada na veia! ( Os Budas ficaram muito felizes por tocar no Circo voador. Para eles, foi a relaização de um sonho). - E por isso existe o movimento. Esse movimento do bem que faz a poesia Voar...

Terça feira, a mesma coisa. Música, paciência, amizade e poesia.

Se me pedissem para dar um testemunho, simplesmente diria: ano passado falei um poema na Edição 1.0 e portas, inúmeras se abriram para mim. Estava começando no circuito de Saraus de Poesia e até hoje colho frutos da poesia lida ali ao microfone.

Fiz questão de estar presente todos os dias e ver o evento como um todo maior- a presença de Thiago de Melo que veio diretamente do Amazonas para ser patrono e fazer poesia com os direitos humanos. Um poeta consagrado, conhecido estava lá e disponível para conversar com os novos poetas. Mostrou na atitude no lirismo, a sensibilidade humana, a alegria de viver, a luta contra a opressão, o amor constante à Amazônia. Thiago não escreve seus poemas apenas em busca de elegância formal: neles se joga por inteiro, coração, cabeça e sentimento, e isso lhes dá autenticidade e força interior. – Os poetas cariocas deviam aprender com Thiago de Mello. Deviam entender a importância disso para um mundo melhor.

Para Tavinho Paes, Bruno Cattoni e para o super poeta e meu amigo que não falou, fica aqui, o meu abraço grátis.

Lágrimas escorrem do meu rosto agora quando escrevo para agradecê-los pelo que fizeram. Divido meu coração com vocês, pois em 3 dias vivi momentos de muita alegria, energia, cantoria no Circo.

Parabéns mais uma vez e Obrigada por tudo.

O poema que ganhei de “poeta oculto”



Hai kai

Com sumo consumo
Emoções, sombras, aromas
...pausas, adeus


a fraternidade é rosa


Marcelo Nietzsche

Como uma cobra

Palavras traiçoeiras
Se perdem no labirinto
Das idéias

Os lábios, sua língua, a boca toda...
[sua boca a toda]
rápida,
voraz,
fugaz,

amordaça a minha
que lenta não sabe
escapar do seu bote.

Searching

Procuro em todos os carros a placa do seu. Em todos os bares a sombra. Você de lado, seu perfil... seus ombros largos, seus braços longos, sua pele doce e o cigarro no canto da boca.
Procuro por você nas esquinas, ruas, avenidas. Em rodas de poesia...
Tento imaginar onde você está e quando desisto de procurar,
Você está no lugar mas óbvio,
Aqui do lado,
Na minha cama
E você esteve por aqui todos esse tempo
Em casa,
No quarto, na cama...

Você esteve por aqui no céu cinzento e no azul
Você dormia aqui do lado
E eu não te vi
Não te achei
Me perdi.

Waiting

Olhares apaixonados de distância
Os instantes firmes sem igual fogem
Reconheço minha imagem no espelho,
Mas o tempo,
O tempo passa
E eu tento segurar os minutos.
Eles passam...

Segundos são mais seguros quando se quer conter o tempo
Depois de 60 deles,
Um minuto se faz.

Parece que eles andam devagar,
Mas é tudo a mesma coisa,
A mesma hora,
A mesma onda...

O tempo passa
E eu aqui olhando o relógio
Esperando por você.

paz por favor

Poeira nos olhos
Cegueira instantânea
Não enxergo
Cegueira espontânea
Não me nego

Olá, tudo bem? Olá!

As palmeiras choram as suas lágrimas
Ta tudo assim nublado
Ta tudo aqui errado
As rimas não são mais as mesmas de antigamente
Ta todo mundo assim
A mundo assim...
O ser humano só assim
Dentro de bolhas imersas em calda de chuvisco
Temperado com a lama da desunião

Cego; cego; cego.
Ego. Ego. EGO!

O Ego atrapalha, minha gente..
O mundo acontece por você
E não pra você.

Faça algo, alguma coisa pra alguém
Todos nós temos umbigo, eu sei, mas...
Pra que as brigas?

Cate uns umbigos no caminho
Una-se a eles com carinho
Construa uma família doce
Entenda as forças ocultas e maiores
Que fazem o mundo girar

Você quer o que?
Ficar entre os fortes ou fracos?
Energizados ou pessimistas?
Idealista ou boçais?
Realizadores ou plagiadores?
Políticos ou trabalhadores?

Você que viver para ver o mundo amanhã
Ou morrer no agora?

O melhor mesmo é unificar os corações
Sejamos livres de ânimos acirrados
Brigas pelo umbigo
Pessoas sem amigos
Frases sem sentido...

Os corações batem em freqüências diferentes, eu sei. – mas sendo iguais como são, juntemos as afinidades,
Entendamos as intempéries,
Vamos fazer um samba com nossos ritmos
E viver em paz,
Por favor...

Carimbo

Como encaixar seu nome num carimbo
Sem fazer das tripas coração azul,
Incerto...
Trocando longevidades,
Prazeres,
Promessas...

Você tatua o nome
Na folha em branco
Fico cisma
Com a soma de letras.

No seu sobrenome
Faltam duas,
No meu,
As mesmas sobram

Nas sete letras dos dois nomes,
A prova de tudo que
Perfeito e certo
Podia ser.

Sobrenomes espalham sobra e
Falta
Pelo ar.

As letras a mais
Caem no abismo do talvez
E as à menos,
Lá de cima dizem tchau
Embaralhadas com senãos esfumaçados
E restos de sorrisos bolha.

Assim, enfim, sim

As coisas são assim
Tão assim
Enfim,
Sem fim
Sem pé, cabeça ou joelhos

Tão sufocadamente nuvem
Que não para de chover
E os turistas tentam pegar um bronzeado
Nas areias de Copacabana

Enfim,
Sem fim,
Assim...

É fácil ser música
Sem violão
E deixar que o infinito dos sentimentos
Exploda insólito
Estrelas cadentes
Sobre nossas cabeças ensolaradas
De sonho, magia e poesia.

Assim é o fim
Sem mágoas
Enfim
Sorrimos amenidades
Deixando que o certo
Se prove certo
Na leveza de palavras conversadas
Na sutileza dos gestos arrebatadores
Que fazem o coração bater
No ritmo das ondas do mar

Sim,
Sensações são assim
Enfim

Dúvidas, pesadelos e progressos
De um pacto
Que se distancia
A cada dia mais do fim.

Bom dia

Vou voltar pela praia só de raiva. Raiva por ter sido tão perfeito. A gente sente raiva da perfeição? A gente sente raiva daquilo que merece a nossa raiva. Só disso. E não das coisas boas, porra!
Sentir raiva da raiva é o esperado, mas hoje eu to sentindo raiva das coisas perfeitas e das que são e não se sabem assim. Das perfeições tão bem feitas. Das energias bem sintonizadas...
To com raiva de saber que “super gêmeos, ativar!”- um desenho de criança- entre a gente vira brinde de gengibre e maracujá.
Há muito tempo entre a gente, as coisas não se faziam tão perfeitas como hoje e é por isso que eu to com raiva(!), aliás, essa frase é sua. Então, quem tem que descarregar a raiva é você e não eu. Essa sua frase me fez pensar e eu peguei a tal raiva que eu sei que você falou em sentido figurado ou inverso. Você disse raiva querendo dizer outra coisa, mas eu digoi que a minha raiva agora, é do que é perfeito. Do que se faz perfeito... e é raiva mesmo!
Raiva do porquê ser tão perfeito se não é? Da paralisia dos pensamentos em roda gigante girando looping na cabeça. Dos pensamentos perdidos, aflitos. Raiva do calcular de pensamentos e gestos milimétricamente freiado num calculismo imoral e violento comigo. Tudo isso, regido pelo medo de errar. De errar de novo e estragar o que hoje ta voltando a ser bom no contexto que deve ser e é o certo. Medo de errar um compasso da música e transformar jazz em qualquer coisa que seja diferente de melódico. Transformar o jazz que a gente voltou a afinar em um punhado de “do, rés, mi, fás” desencontrados... numa guerra de palavras e pensamentos por dizer. Transformar reintegração em desconstrução para tudo desabar no dia seguinte.
Insegurança pura! Insegurança de perder todo o perfeito que transformamos em saída para as dúvidas existentes entre nós. Esse perfeito por ser perfeito e ponto. Esse perfeito nosso. Só nosso...

Por isso hoje eu vou voltar pela praia só de raiva.

12.12.06

Leminski

Estupor

Esse súbito não ter
Esse estúpido querer
Que me leva a duvidar
Quando eu devia crer
Esse sentir-se cair
Quando não existe lugar
Aonde se possa ir
Esse pegar ou largar
Essa poesia vulgar
Que não me deixa mentir
Leminski

8.12.06

deixa não talvez

os talvez continuam, mas a angústia passou.
a vontade de saber se vc me quer.
as vontades rasgadas e completamente desconstruidas continuam...

todo o à flor da pele que os beijos de novela me fazem chorar, continuam no teu talvez.
na verdade eu, que talvez seja, aquele não que vc sempre quis, seja sim.
eu que talvez não seja sim e sim não no talvez que vc deseja escancarei tudo e te assustei com todos os meus sims( sic) {serão sins?}- não é só um o meu descarado sim que mostra os dentes prás garras suas e assusta seus senãos.
trava todos os (sic) sins que poderiam vir, mas se transformam em nãos com um simples piscar de olhos.
um simples beijinho inocente na boca. aquele singelo tocar de lábios num selinho. esse singelo e demonstrativo de carinho, selinho, não aguça nada mais nada menos que a minha libido e a vontade de ser sim, sendo não.

a vontade de me deixar sendo talvez, quando nunca.
e toda essa pureza transforma minha cabeça num inferno em chamas regido por um Diabo zen que dança para saldar Krishna, quando devia saldar o sexo.
a falta de compromisso.
uma simples trepada arriscada, mas uma simples trepada para satisfazer desejos da pele que respira tanto e sempre não.
e não e nada e migalha e pedaços de vc, quando eu arrisco a minha vida pelo hedonismo cego de me fazer prazer.

nem sim, nem não, talvez... e é isso.
alguma hora a poeta que vive em mim, tem que pisar no chão e ser realista.

não. não quero!!! VOU AINDA TE DIZER UM DIA COM TODAS AS LETRAS.
hoje, sim, eu quero. vc. vem...
e vc não vem... e o talvez da próxima vez, prevalece no selinho mal dado na boca, com um aperto de mão entre desconhecidos.

que assim seja.

saravá.

deixa

"deixaaaa...
diz que sim,
prá não dizer talvez.
..."

7.12.06

Antonia Pellegrino

"A cabeça deveria andar sempre sobre o pescoço, mas nem sempre é possível.
O mundo gira rápido demais.
Falta branco, silêncio, tempo pra olhar o céu."

FESTIVAL DE POESIA



Vá em www.poemashow.com.br e http://www.brunocattoni.com/poesiavoa.html - para saber +

Eu sei o que vai acontecer de 10 a 12 de Dezembro...

a poesia vai voar no circo
voar no tapete mágico de palavras
vivas...

Não PERCAM!!!!

6.12.06

Ei!

Psiu!
Quero você de perfil pra medir seu rosto perfeição

Me olha!
Quero você de frente pra sorrir os lábios esquecidos

Toca em meu ombro!
Quero você ao meu lado para massagear o ego do meu corpo

Me abraça!
Quero você colado como traça em minha roupa

Me beija!
Quero você e seu beijo de anjo

Quero que sejas sempre aquilo que eu desejo homem

De Maris para minha "SENTINELA"


Sentir nela,
a sentinela
de si
sinais de amor.
Deliciosa tristeza
que trás prazeres
de querer
mais sentidos
dos que já tem,
e assim
a doida acha
que equilibrará os desejos
de uma poeta que
que vive por
sentir
sentir
sentir
Um brinde ao morango!!!

Flores Roubadas (de Maris para Mim)

Não jogue tantos cravos no caixão vazio.
Roube margaridas,
flores de rua e
dê para ele ou ela sem nada esperar.
Você tem tempo.
Tempo para ousar!

Para Maristela Trindade



mulher linda
das duas cicatrizes perfeitas de cesariana

que eu não ví,
mas ela disse num poema
e eu acredito.

mulher que sente com o vento,
o tempo, a lua, a bebida e as estrelas...



mulher que dança tango nas nuvens
que dança mambo no asfalto
que baila poemas no corpo
e canta mares de amor.

poeta oculto

já escrevi meu poema para meu poeta oculto...
estou louca pra chegar o dia 13 para mostrá-lo lá no RATOS.
e também prá decsobrir quem me tirou...

Passa tempo
passa tempo
passa tempo
tempo passa
passa passa
pisa estica
pisa vai
corre pisa
passa vai
tempo corre
passa vai
tempo,
vai.

Buk por Koprovski

Homem e mulher na cama às dez da noite – de Charles Bukowski

eu sou a fim de uma lata de sardinhas, ela disse.
eu sou a fim de um band-aid, eu disse.
eu sou a fim de um sanduíche de atum, ela disse.
eu sou a fim de um tomate fatiado, eu disse.
eu sou a fim de que fosse chover, ela disse.
eu sou a fim de que o relógio parasse, eu disse.
eu sou a fim de que a porta estivesse destrancada, ela disse.
eu sou a fim de que um elefante entrasse, eu disse.
eu sou a fim de que nós pagássemos o aluguel, ela disse.
eu sou a fim de que nós arrumássemos um emprego, eu disse.
eu sou a fim de que você arrumasse um emprego, ela disse.

eu não sou a fim de trabalhar, eu disse.

eu sinto que você não liga pra mim, ela disse.
eu sinto que nós devíamos fazer amor, eu disse.
eu sinto que nós temos feito amor demais, ela disse.
eu sou a fim de que fizéssemos mais amor, eu disse.
eu sou a fim de que você arrumasse um emprego, ela disse.
eu sou a fim de que você arrumasse um emprego, eu disse.
eu sou a fim de um drinque, ela disse.
eu sou a fim de um uísque, eu disse.
eu sinto que vamos acabar no vinho, ela disse.
eu sinto que você está certa, eu disse.
eu sou a fim de desistir, ela disse.
eu sou a fim de tomar um banho, eu disse.
eu sou a fim demais de que você tomasse um banho, ela disse.
eu sou a fim de que você lavasse as minhas costas, eu disse.
eu sinto que você não me ama, ela disse.
eu sinto que te amo, eu disse.
eu sinto aquela coisa em mim agora, ela disse.
eu sinto aquela coisa em você também, eu disse.
eu sinto que te amo agora, ela disse.
eu sinto que te amo mais do que você a mim, eu disse.
eu me sinto incrível, ela disse, eu sou a fim de gritar.
eu sou a fim de que continuasse para sempre, eu disse.
eu sou a fim de que você possa, ela disse.
eu sou a fim, eu disse.
eu sou a fim, ela disse.

[Poema de Charles Bukowski em tradução de Fernando Koproski, incluído em Essa loucura roubada que não desejo a ninguém a não ser a mim mesmo amém (7 letras, 2005)].

Fernando Koprovski - (sem título)

desde que decidi viver
morrer tem sido a vida inteira

lago a lago à espera de um amor
morrer esse mar que me lê

em páginas e mais páginas de areia

Fantasma

Venha fantasma
preencher minhas noites
com sonhos escorregadios
de sabonete líquido
e assombrar meu coração com promessas, ilusões.

Vem fazer meu dia arco-íris
minha noite multicor
e hologramas nas paredes com nanquim.

Quero seu rosto,
seu gosto estampado na minha pele
na minha sombra
na minha retina
na minha fotografia.

Quero seu rosto,
seu gosto,
seu susto
você eterno na minha carne
rasgando a pele
roçando a barba
amassando as ancas
enrolando as pernas
enlaçando o pensamento
torturando de prazer
enlouquecendo o pensamento
amando o ir e vir
falando sujeiras sexys
sentindo o vai vem
explodindo,
explodindo,
explodindo...

Você na cama
assim,
em mim

naturalidade

É tudo mais natural hoje
estou mais perto do seu abraço.

Importante

Acariciei teu rosto depois de meses
voltei pra época em que eu secava
o suor da tua testa depois do sexo
depois da festa de pernas, roçares e palavras depravadas.

Sinto o cheiro do lençol ainda com amaciante
antes de você me pegar pelos braços
e me jogar na cama por cima do teu ombro nos travesseiros

Depois disso...
só lembro do depois
e da hora calma
em que com gosto de café você me acordou
ainda sem roupa.

Claro que lembro do meio,
do início do meio, do fim, e do início do antes,
do depois...
do início, do fim, do meio do início, do durante, do durante, do durante...

Lembro de tudo, senão, onde estaria o sentido
do ato de limpar o suor da tua testa
e ainda,
ainda,
ainda me lembrar...

para as outras coisas exisate, Mastercard...

Queixos traçam linhas imaginárias

De cima da escada,
eu
você,
no degrau

Chego,
subo,
sento
olho pra você.

Linhas imaginárias
cortam o equador
entre nós

Respiro e sinto
o que você me diz em
gestos, riso, queixo e olhos

Respiro e desejo voar até você
ou me equilibrar
entre cipós,
pular de galho em galho
prá te amar
a qualquer preço

5.12.06

night & day

Elegante ela vem
Vestida de preto
Com atmofera noir
A paixão está no ar
Estrelas brilham em quantidade

Está sozinha
Faz frio
Ela vestida de alcinha

Eu com sono
Você ronca ao meu lado

Eu acordada
Ela vai pra casa
E chega ele vestido de dourado.

aquário

Pedras com tonalidade rosa
No fundo do aquário
Enxergo no reflexo seus olhos
Estradas tão longas
Percorro a nado
Busco recomeço

Procuro em cada pedra
Não encontro dicas
Sigo livre

Nado em estilo borboleta
Devia nadar de costas pra voltar atrás
A correnteza manda no meu caminho
E embaixo da água,
Agora
Só teu carinho peixinho
Pra permitir que eu não me afogue.
Bolhas de sabão
Deixam minhas asas multi-cor
Sopro o ano
As bolinhas saem desiguais.

=^..^=

Eu perco o fôlego
É difícil brincar de jogos infantis
Quando se cresce.

Inválido -

amei a melodia dessa música e o espanhol... lindo!

Dá vontade de chorar...

4.12.06

EletroSamba - Um dia Inteiro

eu quero cantar isso prá você!

Maristela Trindade

"Saudades é bom de sentir perto,
dentro do abraço!"

1.12.06

Conversa

abraço

-não esqueça que eu sou seu amigo.
-o que você quer dizer com isso? não entendi. me explica?
-a carta. vc não me escreveu uma carta?
-tá.
-na carta. amigos. eu acreditei na carta.
-ah! sim. é prá acreditar mesmo, mas porque vc me falou isso agora então?
-é pra você não ficar longe.

abraço

*reprodução quase fiel de um diálogo que deixa minha angústia em paz.

(nem parece de nuvem)

Meu irmão... é genial!

Canção para Juliana




Este é o título de uma das canções do álbum CANTES D´ALÉM TEJO, de Francisco Naia (http://www.francisconaia.com/cantes.htm)- "pescado" no http://poetas-almadenses.blogspot.com


linda música com meu nome:
"...
Juliana, voando, pairando entre as flores feito borboleta de asas crescidas em muitas cores.
Juliana, correndo, voando por montes e rios a conquista dos sonhos que sonha entre os fios.
mas a vida que a todos engana, que a todos dá esperança, abriu as portas do sonho para que ela pudesse entrar..."
Acho que isso sou eu!

diferente de "Juju, Juju que é meu balãngandã" ( q eu até posso ser)

e

nada comparável à terrível "samba Juliana, samba Juliana" (que me dá ânsia de vômito e pesadelos desde adolescente)


Eu amei!


Escutem!


sobre ontem...PALAVRIL em versos de Mola e VERSOS DA MEIA NOITE

não sei, não sei, mas o ontem me inspirou e me fez paz há muito adormecida antes.
tô leve e feliz no hoje.
lembro em ondas
dos acontecimentos, vivências, poemas, atitudes, músicas...
cordas vocais
vogais, vírgulas, distorções, microfonias, sopros, fonemas, palavras...


Obrigada a Alex Topini, Felipe Cataldo e galera da PALAVRIL e a Gean Queiroz dosVERSOS DA MEIA NOITE - pela oportunidade de encanto em transformar a chuva em poeira de lembranças e poesia.

Puro deleite!

hands

mãos afagam, apedrejam
bordam gritos de desejo

mãos acalmam, gostam, choram
artesanato brusco que me faz doer

mãos ninam, desafinam
cantam hino a liberdade
de se fazer amor

mãos cheiram, brilham, dançam
o perfume doce que se chama vida

mãos abraçam, apertam, pinça,
escolhas quietas que quero fazer

mãos constroem, destroem, acertam
alvo profano
de flechar você.

borrão

manchas de passado
coração velho descascado
por promessas não cumpridas

ausências destiladas
na fortaleza dos velhos amores

portas entreabertas
corpos cansados de encontrar sujeitos livres
em prisões adverbiais

vírgula sonhada em fileiras
loucuras na clausura do teu toque

mentiras duvidosas
em acordos de palavras

me arrasto entre arbustos
caminho só com o futuro.

+ curtas

beijos sóbrios teus


teus sóbrios beijos
embriagam minha boca.

~~..~~

já não é agora
agora
já foi ontem

~~..~~

fim

fim do verso
fim da linha
fim de tempo
fim da poesia
da palavra
fim de mim.

Perdão

me acho perdão
sinto seu abraço

me encaixo nas metáforas
tuas mãos enlaçam meu sorriso

me energizo noite
na poesia da tua chama

me obrigo imagem
com o vigor da tua força

me ilumino vela
quando ouves as palavras minhas

me arrumo doce
no sabor do teu retrato

me escondo santa
no porão do teu olhar

sim! sou perdão quando me sinto perdoada. quando me envolves numa teia. quando me provas que é verdade. que é verdade. que é verdade...

que é verdade que podemos se amigos. apenas bons amigos. grandes amigos. amigos. irmãos. camaradas. amigos e apenas bons...
amigos.

é verdade que eu vou contar com você em minhas horas de perigo
vou contar pra você os sucessos amargos
as felicidades ácidas
que eu vou chorar nos seus ombros os diamantes da minha incerteza
que eu vou beber o cálice do segredos compartilhados.

eu te fiz acreditar que é verdade
você me faz acreditar que é verdade

e eu acredito na verdade de termos sido um
naquele quando atrás

que hoje existe na infelicidade imprópria
de hoje sermos dois
pedaços.

atitude!

impertinentes atitudes
descansar de mão na minha coxa

santa sandice em meu pensar
em ser eterna

sagrada esperança
em me fazer calada agora

o leão já despertou
o sono foi dormir lá fora

agora?
justo no agora de sussurros da sua voz?
justo no agora das suas mãos na minha coxa?

impertinentes atitudes no agora
me vejo sua longe.

rascunho

rabisco algodões
poema não acaba assim

sim! não acaba a calma
algodão é nuvem
que trêmula chora

palavras tomam forma
na quietude da poesia

junto letras
pra tentar fazer sentido
faço pose prá viver da tua posse
na poça infindável
das lembranças

rascunho ilusões

RATOS DI VERSOS (29/11/06)

Tavinho Paes

Sóbria

insone sobre o por-do-sol
sobro

30.11.06

verde grama
cheiro de capim
na fazenda vida
colho flores de você
casa de pedra
cardume de papel
carinho em telhas de peixe

postes calados
tarde sombria
carros passam

caminho lânguida
na rua triste
procuro por você
nas portarias.
arde a dor que a calma traz com a chuva
enchente de lágrimas
no corpo nuvem
esperar cansado
a porta abrir

chave não entra
tudo trancado
para mim.
sol atira raios
verso triste se inicia
trêmulas ondas chegam
está calor.

momento raro

digitei no google para ver o itinerário dos ônibus a seguinte pergunta:

Qual ônibus eu pego para ir do Castelo ao Circo Voador?

mas o google não me respondeu...
e eu continuo sem saber

29.11.06

Conteiner

"A woman in a man's body.
A man in a woman's body.

Jesus in Mary's stomach.
The water breaks.
It floods into me.
I can't close the lid.
My heart is full."

Oscar Wilde

"é absurdo dividir as pessoas em boas ou más. ou elas são interessantes ou são chatas."

pergunta

Será possível medir a intensidade e o brilho das estrelas que no céu estáticas suplicam amor?

Depois

Faca sobre a mesa
Parto
Bolo de cenoura tua ausêncai torta me faz querer

Esperando tola
Esperançosa de ilusões
Crio em sonetos
O milagre da não rima do teu amor
A passar inocente as mão pelos meus cabelos

A roçar o nariz no meu pescoço
Para roubar o último suspiro
Do perfume em minha pele

Meus poros mortos sem teu carinho,
Meus olhos que brilham com teu piscar,
A meninice inocente do frescor sweet sixteen com quase 30
Que você me dá quando está perto.

Me iludo
Iludo-me
Sim iludo minhas entranhas
Imagino,
Fantasio, quero!

Quero! Desejo! Sinto! Vibro!

Bate o coração
Explosão
Parece que vai sair pela boca
As pernas trêmulas
O sour frio escorre
A mente pulsa

É ele! É ele! Tum! Tum! Ele! É ele! Tum!

Os neurônios em algazarra
Brincam de pique-pega
Como crianças levadas gritam:

Faça! Faça alguma coisa! Faça!

E eu não faço nada
Longe de ti
Não faço nada

A faca sobre a mesa
O coração quebrado,
Parado, perdido, sangrado
Escorrendo dúvidas nas minhas mãos

Não faço nada,
Parto.

nano poemas

Como um vinil arranhado
A mania de andar em círculos se revela.

~~ *~~

Sobre ela guarda-chuva
Proteção contra água
Que encontra cabelos.

~~ *~~

Filtro livre
Vento inverso
Em versos faço
Divisões de leves letras.

~~ *~~

Ciúme
Certo medo
De perder pimenta
Na comida quente
Temperada com dedos de amor.

~~ *~~

A morte traz cheiro de rosas
Perfume é a dor de estar viva.

~~ *~~

não me peça explicações

Não entendo o que escrevo.
Você entende?
Não peças para que eu explique meus traumáticos poemas inconscientes nas Freud-junguianas teorias.

Não peças para que eu transforme minhas imagens soltas em fotografias explicativas, telas de Da Vinci nem em esculturas de Rodin ou Camile.

Não peças para que eu saiba explicar com detalhes minha essência, meus desejos e nem as loucuras que levianamente cometo por aí.

Não sei. É simples. Não sei. Simplesmente o que eu represento enquanto humana, nem o que minha cabeça pensa racional, o que acham de mim, o que falta em você, o que é preciso em nós.

Não sei nem hipoteticamente contemporizar explicações, porque na verdade nem sei quem sou.

Não faças reclamações sobre minhas frases soltas. Completas ou in. Nem sobre as tolas, clichês, idiotas, erradas, burras, sem sentido, esquisofrênicas, psicossomáticas, rebeldes, rodopiantes, psicotrópicas, psicóticas, roubadas, anfetamínicas, marias Joana, cervejas, geladas, destiladas, sortudas, bonitas, sentadas, magnéticas, venenosas, vagas, bêbadas, sóbrias, leves, lívidas, doloridas, alegres, irremediáveis, calculistas, calculadas, metricadas, geométricas, sentimentais.

Eu não sei
Eu não sei explicar
Eu não sei explicar
Eu não sei explicar o que escrevo porque não entendo o que insiste em mim.

geografia

Bloqueio beta-caroteno e omega 3 na sua anfetamina antropofalsa
{èlan}
perguntas frágeis minhas

facilidade flauta não sabe sofrer

dor cabelos longos
face sombria sobra
solta boceja incerta
no despertar doido que se clama guerra

frio iceberg santo
degelo incerto
pólo norte antes
pingüins vão mutantes
metafísicos,
marcianamente morrer em quentes águas limpas de Brasil.

a casa

Terra nobre no telhado
Alergia nos pingos de chuva

Escorre goteira
Desgostos pingam sobre cabelos
Encaracolando solidões.

28.11.06

Para G. A.




fonte de lua
iluminação prata você azul
noite que desperta vida
morro um pouco amanhã
na manhã do seu olhar

profundo desejo
te quero saudade
ainda que medo seja nu
enquanto chama, vela
penúmbra sombra

louco verde sol
calor sensível
tormento te querer
amor
paixão você em beijos
e acordes celestes.


Para 2 que eu amo


ELA


amor

amar ora em Roma

agora minha Imperatriz

depor por portar

abrir a porta

ser poeta por

inerte sentimento

sente senta que

livre escura nuvem

gosta

enfeita

festa

comemoração de amor


sanidade hospitaleira

nada

minuto mínimo

história real

casa de areia mar

ame amar

cloro piscina concha

prazer paixão só

sopro vento vai

vão

música som

canção sabe mãe

amor na mão

arco-íris cor

obra de arte faz

em teus olhos.


Ele


transe

trânsito

hipnose de louca paixão ser

desejo inconsolável

ciúme quente esquisito de quem dá em cima

matar o coração que dói agora esperas esperas,

pontes, pontos, links

finais existentes em nuncas


fontes,

cachoeiras de prazer

sonhos sem semem contato

são iguais a fabricar idéias em travesseiros

bordados na cama abraço

que sorri quereres agora.

te querer em face

Em face das necessidades biológicas
no corpo físico te querer gênio

Em face ao sentimento amor
te querer necessário

Em face da desgarrada paixão
te querer agora

Em face a lâmina cortante em meu pulso
te fazer desejo

Em face a fagulha que pólvora acesa produz
te querer beijo
te querer faminto
te querer língua sedenta
te querer abraço apertado
te querer cheiro na nuca
te querer mãos firmes e
olhar dócil...

Em face ao mundo basta te ver
para querer-te sombra
enquanto nuvem na chuva branda que o calor traz

Você meu no céu cinzento
pra cantar meu corpo manso de azul e paz
pra aquietar meu instinto animal
pra ser rédea na minha cintura
pra dominar a fera que em mim habita quando você
me faz mulher no tapete sem dono
no vazio das minhas vírgulas
no prazer das minhas perguntas
na espera longa que o vento traz de volta para a terra
dos impossíveis amores nossos imbecís

amor

Mostre-me o significado da palavra
Mostre-me o significado da palavra
Mostre-me o significado da palavra
Eu já ouvi muito sobre ele
Pessoas dizem que não podemos viver sem saber.

Bem vindo a raça humana
Não podemos viver sem ela
Bem vindo a raça humana
Com todas as guerras, doenças e brutalidades
Com sua inocência e graça
Restaurando algum orgulho e dignidade
Num mundo em declínio

Bem vindo a um lugar especial
No coração de pedra que é frio e cinza


Você com sua cara de anjo
Mantém o desespero à margem
Joga ele fora e me mostra o significado da palavra

Eu já ouví muito sobre ela
Eu não desejo viver sem ela
Não desejo viver sem ela
Eu quero amor, eu quero amor, eu quero...

Bem vindo a essa galáxia
A estrada de leite ainda nos seus olhos
E você acha que é um caso perdido
Quando procura a perfeição na terra

Esse é algum tipo de renascimento,
então me mostra o significado da palavra
O significado da palavra
O significado

Eu já ouví muito sobre ele
Não me deixe viver sem saber
Sem saber do amor que eu quero
Do amor que eu quero
Do amor
Eu quero saber o significado da palavra amor...
Me mostre qual é ele.

27.11.06

moinhos de vento


Eu passei muito tempo deslizando pelos moinhos de vento
nós lado a lado
gargalhando até isso estar correto

Tem algo que você esconde
esperando pela luz chegar
na hora negra- você invade e
entra a água para consertar
o que nós quebramos

puxe as beiradas para iluminar a carga
diga aos passageiros que voltamos pra casa

eu perdi muito tempo procurando abrigo
o mundo sem fim não pôde segurá-lo

tem algo que você esconde
esperando pela direção da luz
e o vento continua a soprar
e vale a pena esperar,de qualquer jeito o vento sopra.

allen ginsberg

O problema com a forma convencional (contagem fixa dos versos e forma da estrofe) é, é muito simétrica, geométrica, numerada e pré-estabelecida — diferente da minha mente, que não tem começo e fim, nem medidas fixas de pensamento (ou fala — ou escrita) a não ser as de seu próprio mistério sem cantos — transcrever este último da maneira mais parecida com sua atual “ocorrência” é meu “método” — que necessita da arte da liberdade de produção — e que vai levar a poesia à expressão dos momentos mais intensos da existência — iluminação mística — e sua emoção mais profunda (através de lágrimas — o amor é tudo) — nas formas mais próximas ao que de fato parecem (dados de imagens místicas) e desejam (ritmo do discurso atual e ritmo induzido pela transcrição direta de dados visuais e de outros tipos) — ainda sem esquecer a repentina imaginação de gênio ou a fabulação do irreal e das construções verbais extraordinárias que expressam a verdadeira vivacidade e o excesso de liberdade — (que pela sua natureza também expressam a primeira causa do mundo) por meio da espontânea sobreposição irracional do fato sublimemente narrado, pela broca do dentista cantando contra o som do piano; ou pura construção de imaginários, jukeboxes de hidrogênio, em prováveis imagens abstratas (produzidas pela colocação de duas coisas verbalmente concretas mas originalmente desiguais) — sempre tendo em mente, aquele deve beirar o desconhecido, escrever no caminho da verdade até aqui irreconhecível da própria sinceridade, incluindo a evitável beleza das ruínas, da vergonha e do embaraço, aquela precisa área do auto-reconhecimento pessoal (indivíduo detalhado é lembrança universal) cujas convenções formais, internalizadas, nos afastam de descobrir em nós mesmos e nos outros — Visto que se escrevemos voltados para o que o poema deve ser (tem sido), e não nos perdemos nele, nunca vamos descobrir nada novo sobre nós mesmos no processo de realmente escrever algo, e perdemos a chance de viver em nossos trabalhos e de tornar habitável o mundo novo que cada homem pode descobrir em si mesmo, caso ele viva — o que é a própria vida, passado presente e futuro.Assim, a mente precisa ser treinada, isto é, alargada, libertada — para lidar consigo mesma como de fato é, e não para se impor, ou nos artefatos poéticos, um modelo pré-concebido arbitrariamente (de forma ou assunto) — e todos os modelos, a não ser que sejam descobertos no momento da produção — todos os modelos lembrados e aplicados são, por natureza própria, arbitrariamente pré-concebidos — não importa o quão inteligente e tradicional — não importa que resultado de experiência adquirida eles representam — O único modelo de valor ou interesse na poesia é o modelo solitário e individual peculiar ao momento do poeta e o poema descoberto na mente e no processo de colocá-lo na página, como notas, transcrições —, reproduzidas na forma precisa mais adequada, no momento de sua produção. (“Tempo é essência”, diz Kerouac). É essa descoberta pessoal que tem valor para o poeta e para o leitor — e claro que é mais, não menos, transmissível da realidade do que um modelo escolhido previamente, com assuntos despejados de forma arbitrária para se adequar, o que obviamente deturpa e encobre o assunto...

A mente é graciosa, a arte é graciosa.

Satin


Seja agora o que eu quero que você seja, meu homem.
Agora quero-te novamente meu.
Amanhã posso querer que você seja outro,
Uma flor, uma caneta, um pedaço de papel....

Hoje eu quero-te borboleta
que embeleza a minha noite
bata suas asas homem coloridas
ilumine luz de velas minha sala.

Encontre-me na esquina
meu carro desgovernado vai te dar carona
meu corpo servirá de abrigo para suas inconsistências
o rastro dos meus pneus no asfalto te farão vida
nesse agora infinito
em que quero que sejas meu homem
na cama de rosas
dos passos lentos que desejo que você dê
enquanto suave serei cetim.

I don´t wanna be buried in the pet sematary

Falem as besteiras necessárias
com toda as forças
de suas cordas vocais.

Falem as mentiras desgarradas
com todos os gritos do suicídio
vivo dos desejos.

Falem as frases sujas
com toda a virtude de uma criança pura.

Falem!

Palavras são incertas,
facadas, tiros, pensamentos,
ilusões...

Falem, pois o calar dá câncer
Engolir sapos engorda
e uma língua inerte
é um enterro sem platéia
um caixão vazio,
sem mortos pra chorar a falta.

parece com o vento...




Parece que não aprendi nada nessas noites insones
ainda espero por você na minha cama
sabendo que não vai acontecer de novo.

Parece que a vida vai girar em círculos e linear como uma reta
na contramão me escondo no vazio do pensar sem concluir.

Então a vida mostrar que a existência não passa de crônica nos minutos que vão e acabam de guiar os fardos desgovernados nessa tarde fria
com uma poesia que dita é sem impacto,
mas lida é o infinito.

Pão


Foi quando tarde
é noite
e poemas pão
como o dia
nascem frescos

Na manhã,
olhos espelhados de lua
no sol que mais forte
brilha coração acelerado
pra mostrar que
o que meu é seu
quando quero dar-te amor

Sobra tempo e tanto
o desperdício
é normal
o sentimento é
talvez
e brutal.


Inspiração foge quando descobrimos a deliberada apropriação do que e do outro em benefício próprio.
Pensando no que será do amanhã, o sono escorre quente como lágrima por entre os dedos famintos como cachorros mal alimentados.
No fiel espaço do pensar e saber que o desamor é fato e o não falar é foco por se saber apropriando-se do que é do outro em benefício próprio do desdizer.

sol


Sou o que faço
quando nunca
Encontro a chave
do cadeado que não é
nós


Penso em mim quando
você é
canção de
nossos erros,
beijos,
acertos
nosso tudo que não é
eu
em mim
em você
quando nós
em um somos só
nosso sol.

near u always


Quando você chega
é longe
perto
Tão longe
perto
é você
e a gente se aconchega
quando o perto é longe
e desperta

24.11.06

Amor-Clichê

Eu te amo!!!

gotículas


~1) Construir uma casa
Tirar fotografia com hora marcada.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

~2) Atropelamento
Pela estrada,
Minto.
~~~~~~~~~~~~~~
~3) Menta arde
Língua coração
Refrescante saber amor.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~
~4) Jóias bem guardadas
Lucy is in the sky with diamonds.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
~5) Caixa de bombom
Doce saber de chocolate eterno
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
~6) Sei sim
Só que não sou.

~~~~~~~~~~~~

Inspiração volta
Como folha sem rumo
Ao vento
Assanhada
Estardalhaço faz
Nos pensamentos
Pretende
Dividir idéias
Em partículas
Sofrimento mastiga dores
A beleza voa na palavra borboleta
Tatuagem
Entre o meio e a mensagem
Existimos nós
Com toda sorte e fortuna do mundo.

Entre capuccinos e cigarros
Olho mar
Vento sopra boas notícias
Na paisagem nua
Terça-feira
Contrução de palavras
Desafio
Mania irrepreensível
De agir em horas erradas
Sem fôlego pra chamar
Minha atenção,
Cala
Vivo entre gatos
E tremores de terra
Sensíveis canções
Estrelas gritam esse não sei
{non sense}
a falta de sentido
um fado alegre
entôo mi em dó
com a dor

relógio parado
não sei mais que hora são
estou aqui
entre capuccinos e cigarros.

Templo de reclusão
Partículas de futuro
Dissolvem ilusões passageiras
Presente de ser longe
Você aqui comigo,
Pensa
Amor lá fora fica
Enforcar mágoas
Personifica mentiras
Fotografa beijos
Ardente banalizar bater de asas
Ficar deitada
A qualquer tempo
Quando o tempo pára
Prazer máximo
Na sua cama
De pregos e sorrisos.

23.11.06

Tom Jobim+Vinicius de Moraes+Toquinho+Miúcha

Ai como eu queria ter um Vinícius particular...

Hahaha

gente, olha que delícia!!!!

Kate Moss

essa mulher é lindademais!!!
e a trilha da Frou-frou é genial!

Stay by Lisa Loeb

I love this fucking song!

Pearl Jam - Interview to MTV Brazil 2005 part 3

Eddie Vedder - Trouble

pq eu amo esse homem, essa banda... evai fazer 1 ano do melhor show da minha vida qdo eles vieram ao Brasil...

eletrosamba

pq eu adoro isso e tô cheia de pqs hoje...

Lie With Me

Pq eu amei esse filme e tô atacada hoje!

Ben Affleck

Vai se lindo assim lá na minha casa!

W.H. Auden - Funeral Blues.

Pq eu chorei vendo isso agora. Não sei se foi a música, as cores, o poema...

mas chorar com a música do Titanic é sacanagem... eu devo estar muito emotiva mesmo.

O Tell Me The Truth About Love-W.H. Auden

Some say that love's a little boy,
And some say it's a bird,
Some say it makes the world go round,
And some say that's absurd,
And when I asked the man next-door,
Who looked as if he knew,
His wife got very cross indeed,
And said it wouldn't do.

Does it look like a pair of pajamas,
Or the ham in a temperance hotel?
Does it's odour remind one of llamas,
Or has it a comforting smell?
Is it prickly to touch as a hedge is,
Or soft as eiderdown fluff?
Is it sharp or quite smooth at the edges?

Tell me the truth about love.
Our history books refer to it
In cryptic little notes,
It's quite a common topic onThe Transatlantic boats;
I've found the subject mentioned inAccounts of suicides,
And even seen it scribbled on
The backs of railway-guides.

Does it howl like a hungry Alsatian,
Or boom like a military band?
Could one give a first-rate imitation
On a saw or a Steinway Grand?
Is its singing at parties a riot?
Does it only like Classical stuff?
Will it stop when one wants to be quiet?
O tell me the truth about love.
I looked inside the summer-house;
it wasn't ever there:
I tried the Thames at Maidenhead,
And Brighton's bracing air.

I don't know what the blackbird sang,
Or what the tulip said;
But it wasn't in the chicken-run,
Or underneath the bed.
Can it pull extraordinary faces?
Is it usually sick on a swing?
Does it spend all it's time at the races,
Or fiddling with pieces of string?
Has it views of it's own about money?
Does it think Patriotism enough?
Are its stories vulgar but funny?
O tell me the truth about love.

When it comes,
will it come without warning
Just as I'm picking my nose?
Will it knock on my door in the morning,
Or tread in the bus on my shoes?
Will it come like a change in the weather?
Will its greeting be courteous or rough?
Will it alter my life altogether?

O tell me the truth about love.

Closer

"- You women don't understand the territory... because you ARE the territory." - LARRY (Clive Owen)

"Have you ever seen a human heart? It is like a closed fist wrapped in blood." - LARRY (Clive Owen)

"I know who you are. I love you. I love everything about you that hurts." - LARRY (Clive Owen)

"Where is this "love"? I can't see it, I can't touch it. I can't feel it. I can hear it. I can hear some words, but I can't do anything with your easy words." - ALICE (Natalie Portman)

"What's so great about the truth? Try lying for a change - it's the currency of the world." - DAN (Jude Law)
"I want to drink you,
scare you,
f*ck you and film you"

Pérolas da internet

RASTROS (ou memórias niilistas)


Mais um dia se passou
é engraçado como a vida deixa rastros
[como passos na areia

É o passado – que cresce a cada dia
em que as horas me fugiram
[amanhã, hoje será ontem.

Duda Keiber

Mar de lua. Vontade de amar você. Resgato desejos na certeza de ter explicações plausíveis. Lagoa de sentimentos oníricos na lucidez gerúndica da imensidão causadora de bolhas de pé sofrido. Onde está você que não responde? Boa noite.

Sono sobre páginas de algodão
enjôo forte
saber conjuntos à prova de interseções
desaprender vida
se fazendo morte
suficientemente grande na efemeridade do concreto emborrachado coração.
revista de futilidades
ser enquanto perdão
gargalhadas de medo
susto vazio
nobreza você.

Incomensuráveis pegadas no amor
Areia brilhante de algodão e sombras
Diamantes longínquos na efemeridade da morte
Em cada poste acende noite
Doce o calor colore dedos
Concorda sentidos
Sou o que sabe ser
Trânsito de margaridas
Chá de jasmim
Alvorecer brando entende a sorte das coisas tontas
Sobrevivem as famintas gaivotas na nuvem da tua cabeça
A respiração pára
Pés consoantes rumam em direção ao desconhecido
de fazer poemas noturnos
procurando os porquês.
Amanhece vida tarde na estrada canção
Sobretudo deixa frio no mar que plácido parece paz

Apartamento sem janela
Cores fortes
Degradê de amarelos

Nasce som no céu do amanhã indisposto
Dia passa
aponta estrelas no asfalto quente
milagre de dores de sabão
sonho imaginativo nublado sobre ser

sabendo noite onde tudo é cinza
e só

22.11.06

Tem coisa mais perfeita que isso?

Your passions are more manageable now, for you can see new possibilities ahead of you. Although you know what you feel, you still might not know the best way to deal with your desires. You may wonder how to share your emotions without scaring away those you want to attract. Instead of worrying that you could say too much, just let your own judgment guide you as to what should and should not be revealed.

Wednesday, November 22, 2006
Maré alta. Átomos explosivos de resto de poema. Carícias guardadas. Esquecidas no fundo do armário louco. Encontrar tesouro onde existem gatos. Miar na noite híbrida e ilusória. Fazer você bússola para que eu me ache na surpresa. Desembrulhar a caixa de presente e os laços de fita coloridos para fazer de ti meu norte.
Degradê de clave de sol azul
Acordes se amontoam na prateleira
Estudei a partitura por dez anos
Aprendi a tocar piano com os dedos da sua mão artista
Quero te fazer príncipe no caderno de anotações
Imortalizar sua imagem numa foto tropical
Fugir para uma ilha deserta
Viver de areia, sal e música de você.

Serei eu incapaz?

O relógio avisa: a hora do crepúsculo está próxima
Você sabe escalar castelos de carta? – pergunto
É só colocar durex na sola dos pés- você diz
Queria encontrar um “Royal street flesh” no céu
E tirar você da ponta dos pés.

Em todo erro um acerto

Em todo acerto você

No barulho lá fora

Os grilos

Aqui dentro o gato olha

Eu acho que ele entende o que eu estou passando

Ele sabe que eu erro tentando acertar.

Tenho que parar de acreditar em milagres que não existem
Enquanto acreditamos que eles possam fazer alguma coisa pela gente
Mesmo sabendo que não podemos acreditar nesse impossível todo,
Porque achamos que existe sempre uma esperança naquilo que pode ser
E que só existe na nossa cabeça de vento de insistir nas coisas que queremos que aconteçam na nossa ingenuidade mística e espiritualista de aceitar que milagres batem a nossa porta
Porque queremos, queremos, queremos
Que nos seja dada essa chance.