a cabeça dói e os pensamentos se misturam com o balanço da última poltrona do ônibus enquanto a letra insistente de uma música desconhecida toma conta dos meus sinais vitais.
"there's a place I like to meet. there's a place I'd like to be".
a bateria faz as vezes dos pingos de chuva e o frio do ar-condicionado o queimado no meu dedo latejar. tudo no mesmo ritmo.
"there's a place where I be happy".
parece uma viagem de ácido. vozes sussurram ao fundo. instrumentos gritam. a chuva desaba com força e a avenida fica alagada. já transbordei há tanto tempo...
meus olhos esfumaçados não enxergam os seus. meus bueiros entupidos do lixo produzido nas ruas das minhas veias. pensamentos desencontrados, imundos na enchente, de mim.
não sei ser o que basta. nada me sobra. tudo se acaba tão rapidamente que não dá para fugir.
nunca fui corajosa o suficiente para ser covade.
17.3.10
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Um comentário:
Poxa,..gosto de coisas assim, com elementos modernos e do cotidiano,..não esses textos que tem por ai que tentam reproduzir a linguagem arcaica do seculo passado,..It´s evolution baby! rs
Inté!
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