8.11.07


Faz calor aqui do outro lado do iceberg. As paredes brancas neutralizam o cansaço.
Estou sozinha a escrever versos sobre o que lembro. Durante longas horas de viagem eu vi algumas coisas, mas o cérebro derrete esse lembrar.
É sempre noite aqui. Lá, tudo era claro e sensível –até na escuridão as focas brincavam de pique-esconde. Aqui o passado é revivido como gotas de chuva – sem parar. É tudo muito diferente...
...existem contrastes e cores.
...nada é monocromático.
...pessoas sorriem na praia.

Lá, tudo é mar. Um mar tão frio que:
... se alguém quiser nadar

MORRE INSTANTANEAMENTE!

Eu nunca precisei nadar para morer. Já estava ali, objeto de decoração- sofá para pingüins-há muito tempo.

...não sabia que estava morta até chegar aqui desse outro lado.
...do outro lado do Iceberg.

3 comentários:

Salve Jorge disse...

Seja no iceberg
Ou em algum albergue
Por mais que envergue
Não se deixe quebrar
Que o frio há de passar
Ou ao menos amainar
Indo junto com o branco
Pois sejamos francos
Colorido é bem melhor
E não poderia ficar pior
Do que desistires do mar
De nadar até cansar
Esqueça a dor
E não a cor
Porque seja o que for
Sempre há mar
Ah, mar...

Anônimo disse...

Cada vez mais, tanto mais de pulso nos versos! Beijos!

KImdaMagna disse...

muito criativo este seu "dito"
no iceberg