26.3.08

rodas de carro rodopiam por cima de buracos
no asfalto
o vôo de borboletas prejudicado por ventos
num furacão
ônibus que se desgoverna
na curva
como gargalhada de nervoso quando alguém tropeça e cai na sua frente

a cabeça que bate no teto quando a gente se distrái e acelera ao atropelar um quebra-molas
assim ficam as asas das borboletas. como as testas; despedaçadas.

como um coração estilhaçado
no último copo de cerveja que bebemos antes de vomitar
nossa raiva de nós mesmos numa calçada imunda
simplesmente porque acreditamos mais uma vez em mentiras descaradas,
sorrisos falsos e incertezas.

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