abriu a porta com a chave errada
-à ponta pés-
chegou em casa morta, torta,
bêbeda de dar dó.
passou a noite de bar em bar
procurando algum sentido em viver
enquanto carne,
indivíduo;
mulher.
encontrou olhares tortos,
desassossego,
pessoas boas e nem tanto assim.
encontrou homens impotentes,
mas com tesão.
oportunistas com tatuagem de líderes de guerrilha na barriga;
aproveitadores.
mulheres mal amadas,
homens infiéis,
olhos vermelhos de viagem e de medo.
patricinhas do funk,
cachorras da valsa
e estagiárias bem vestidas
de direito.
conseguiu quebrar a unha, tropeçar na rua,
voltar a fumar;
navegar
-navegar no asfalto-
à deriva, consegui pensar
pensar na vida
e sem nenhuma conclusão formada
abriu a porta torta
bêbeda e faminta de dar dó
e ensaiou
morrer.
4.5.10
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