16.4.08

Ganhei do Dudu Pererê

Sonhei com um iceberg (para Juju)

Eu vi um iceberg se erguendo do meio da calamidade urbana.
O frio espinha acima era uma sensação entre o preto-e-branco e o cintilante.
O verão vem cheio de asfaltos fervendo, shoppings coloridos, supermercados com ar condicionado e nenhum abalo sísmico toca o iceberg urbano.
Calores, frios, dores, calafrios pintados nos rostos da cidade soturna entornam nos nossos olhos porções de gliter prateado.
Sensibilidade à flor de azarrôs
Dama-da-noite que aflora e intriga
Ossos expostos em posição de entrega.
Frascos quebram-se e no fim da esbórnia o sol esbarra nos cacos e reflete lumibrilhante de chapa naquele iceberg pós-moderno.
Uma gota lagrimamente faz passeio pelo seio da montanha de gelo cálido.
Saio de mim e caio de cabeça na metrópole-atropelo,
Vôo ao alcance do cume quando canso da vida
Dos píncaros a rua lá embaixo é muito mais bonita.

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