4.4.08

o iceberg me consome até a última gota a derreter
um medo de visualizar o que tanto dá certo
medo de dar errado de todas as minhas dadas erradas
de todos os meus dados jogados à esmo no vento
todos os dedos que cortei
todas as unhas que quebrei
as meias que rasguei
os gritos que soltei
tudo o que comi
tudo que expeli
tudo que bebi
e vomitei

todo o frio na barriga que deixei congelar
todas as febres
espirros, dores de cabeça
ressacas de uma vida anestesiada até o limite
resgates de uma estabilidade surda
num mundo cor de rosa regado a dissabores
cigarros e champanhe.

sim, essa sou eu!

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