19.12.08

sobre crime e castigo (IV)

(olhares.com)


você surfa e o risco de tomar um caldo é que você assume

o preço de se espatifar contra as pedras,
de bater nos corais,
de tomar um caldo
e ralar a barriga e os joelhos
é você quem paga

eu; não tenho nada com isso.

eu quero cantar uma música chiclete
que vai grudar nos seus ouvidos
e sair por aí
comendo vegetais
desejando procriar como uma selvagem no meio da floresta
achando tudo doce
certa de que a miséria não há de se instalar
nessa vida minha
que grita “vocês” a cada dobrar de esquina

eu quero pensar que a vida
é uma carona e uma conversa

um "hapenning" sem dar de cara com quem desgostamos
sem enfiarmos pela goela uma doença de não dizer
sem pensar que o fim está próximo
porque ele não está.

a vida é um postar-se pleno
é um peixe que a gente mata
e consome como alimento
um riso histérico que se ouve da menina na mesa ao lado
que quer conquistar um "borra-botas"
coitada...
ela não sabe que ele é um "borra-botas"

nós nunca sabemos quando ele é um "borra-botas",
mas sempre caímos em suas falácias
em sua lábia

no abismo!

Um comentário:

Adriana Monteiro de Barros disse...

...mnha querida! ...a vida tá tão confusa e difícil que nem sei....mas as tuas palavras, versos,me enchem de alegria!
bjs e importantíssimo: que poema lindo!