12.3.07

after

Sangue. Miragem.
Coqueiros fazem sombra no mar
Cobrem surfistas de tubos molhados de sal
Secam mentiras na areia

Horizonte perdido no olhar perverso.

Gato dorme no tapete e levita
Asas coloridas choram
Dança de palavras pela sala de paredes brancas
Idéias de deixam levar pela janela
Ouvidos atentos
Cérebros que explodem vulcânicos
Erupção de energia
Pessoas boas se juntam pelo mesmo ideal que nasce.
Ideologia. Comum. Em comum.
Incomum viver sem amigos. Risadas. Sol. Coqueiro...

Cortes no supercílio.
Corte numa sala de sofás brancos. Dor. Desilusão. Alegrioa. Amor.
Paixão no fim da linha
O trem já partiu
Coração dispara
Infarte.
Fonte de água jorra a goles cachoeira pra desengasgar
Entalada que estou com palavras que esqueci de lembrar
Momento passa
Frases perdem sentido
Momento já foi
Deixou de existir
Não insista

Outra linha. Outro trem. Outra estação. Outros trilhos. Outra estrada. Novos caminhos.
Mãos entrelaçadas.
Poesias. Toque.
Mãos nos braços
Corpo inclinado na mesa
Outra voz
Cinxas de cigarro
Fumaça. Informação. Mitas palavras. Burburinho. Risadas. Seriedade.
Sangue escorre do coração
Em segundos vestido branco vermelho.
Do avessi ouço
Olho. Penso. Escuto. Sinto.
Flash! Fotografia. Paisagem eternizada em um click.

Dormência. Mãos geladas. Sede. Sonho.
Realidade. Fantasia. Fadas. Facas. Corte nos pulsos. Punhos amolecidos. Unhas de porcelana roídas. Dentes quebrados. Cotovelo. Dor. Trsiteza. Profunda. Solidão. Copos. Água.
Desvio de você. Vento seco. Vento sem vento. Ar fresco. Vento. Fumaça. Energia. Respiração. Respiração em ritmo de música clássica.
Conto até dez. fecho olhos. Visualizo. Respiro. Tento escutar o que você do outro lado da sala diz. Ruídos apenas. Converso sozinha com o coração. O meu.
Espero. Respiro. Solto enclausurados tropeços. Erros.
Monossilábica preto atenção no que interessa além de você. No canto.
Esquecido. Machuca., mas deixo seguir.
Dói e é a toa que dói.
Não deveria nem é sua intenção, eu bem sei.
Não é por mal que me fazes doer. Apenas desconhecimento das minhas razões e tal. Ou conhecimento total e de propósito acontece isso.
Palavras perdidas escorregam pelas almofadas.
Palavras formam frase no chão escuro
Conversam entre si
Espero histéricas palavras chegarem a mim
Ela desejam libertar-se ficando presas em mim como feras. Leões. Felinos.
Elas têm medo de elevador
Só tenho escadas em mim
Elas preferem perder o fôlego a ficar viciadas por acidente numa caixa que vai pra cima e pra baixo num ambiente intimidador
Elas preferem passear pelos corpos
Reverberar nas veias
Formigamento inevitável
Palavras claustrofóbicas.

(11.03.07)

Nenhum comentário: