18.10.07

Aquela noite

Aquela noite tive sonhos com dor de estômago.Líquidos gástricos, bílis, nacos de carne eferveciam na xícara de café da manhã seguinte.As pálpebras recusavam-se a fechar e os sonhos guardados insistemente espatifavam-se na falta de sono.
Eu era um ovo louco para sair da panela-cama-colchão, mas de um lado para o outro eu fritava.A vontade de não olhar para nada. De não ver. Fechar os olhos. Não olhar. Queria o meu não olhar em ação. Queria relaxar em coloridos bobos, sonhos de princesa e ursinhos de pelúcia.O resto era muito cruel. O frio branco das paredes. O desconforto do rolar na cama... Tudo maldade demais...Queria que a dor da alma parasse. Qu e saísse do nível físico de um desgaste sobrevivente no esgoto do espírito. A elite dos sistemas do corpo incomodava.Os olhos, à espreita.Eu? Acordada.Nada se chama mais sonho.Eu? Desiludida.Agora já é manhã.Passei a madrugada na plena e seca falta de anoitecer

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