26.2.09

Sobre demolições e água na boca (I)


desejos mergulhados numa fonte submersa
cachoeira que molha a nuca
e seca o suor dos pensamentos


travesseiros de água
em travessuras de língua macia
mãos e carícias que revelam
o que pode estar oculto
há tempos demais

diversão instantânea
num cruzar de olhares
num fechar de olhos
num encostar de bocas
e narizes

emoções absorvidas
num grito alto

fonte que jorra sentires
em via de mão dupla.

encontro de singularidades
pandeiro, tambor e tamborim
ritmo agitado
de uma música que se canta
com formigueiro nos pés
e dedos apontados para o alto.

[purpurina e piração]

liberdade revelada
numa tarde de carnaval.

o amor pode nascer assim
numa fonte submersa,
na cachoeira
ou no canto de um beija-flor.

Um comentário:

Sunflower disse...

não sei de onde ele nasce, nem como morro, mas ele tá aqui.