16.9.09

sobre cor de rosa e bebidas destiladas (II)


cabeça vazia
 - vaga -
neste mundo
de enchentes
e incompreensões


gotas de chuva deslizam
cachoeira pelas ruas
feito o pão líquido
que mergulha
 - esta noite -
em minha garganta

sinto-me só
enquanto espero tocar o sinal
para fugir da escola

sinto-me só
quando não ouço a sua voz

tenho preguiça de correr
para o seu medo
de abraçar seu corpo num sorriso

de me envolver
de ser suas assim
tão simplesmente
entregue
e delicada

uma renda negra
num vestido de festa


sobriedade é um estado de alcolismo
invisível
que mistura as ideias
e deixa tudo
vagar num vazio
- no vácuo -

parece que o mundo é uma seringa gigante cheia de ar
e assim que a agulha
penetrar a minha veia ...

ela vai explodir e o sangue vai escorrer pelos lençois,
imprimir na parede vermelha um "Pollock"
e o sangue vai escorrer
até que a poça aumente, auMENTE, AUMENTE...

o vento vai entrra pela janela e fazer cócegas no meu rosto pálido,
- inerte, -
sem vida

e eu não estarei mais só

perto de mim
 - no céu -

os anjos e as núvens.

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