2.9.09

CEP 19 ANOS / NA CONTRAMÃO DO DESACONTECIMENTO / SOB O OLHAR CÚMPLICE DO CARLUXO CARA FEIA


por Chacal

O CEP fez 19 anos na quinta passada. Não foi aquela hecatombe de público que comparecia ao Sérgio Porto nos anos 90. Mas, para quem estava indo pela primeira vez, decerto saiu estarrecido. O espaço é muito bom e confortável. Cervejinha accessível. E a programação é um chuá.

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Sair à noite para ir a algum evento é que são elas. Culpa do CEP ? Não muita. A noite do Rio em particular e do país como um todo, virou uma ficção.

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Adeus Boemia. Mas o CEP resiste. E lá estavam os guerreiros: Pedro Lage que disparou um poema belíssimo, uma cantiga de escárnio. Alberto Pucheu fez a sala ir ao delírio, com seus jabs e uppercuts, um direto no queijo da letargia. Éber é a quintessência do nada. Tirou seus verbetes esporrantes, suas pílulas do riso da algibeira de uma caixa da sapato. Piriquitinho da sorte. É um deus. As Doidivinas não tem pra ninguém. São musas, entidades supremas. Cantem o que cantarem, eu despenco e saio dançando. Tavinho Paes anunciou alguns megainventos mas fez foi falar um poema em homenagem. Tavinho Gracias aos Céus devia ser tombado. Um herói do lumpesinato poético dessa cidade. Juju Hollanda mandou um texto certeiro em homenagem ao CEP. Outra dama das noites exíguas da antiga maravilha de cidade. Os 7Novos continuam imbatíveis. Mandam vídeos estapafúrdios sobre a vida e a morte de Michael Jack. Depois andam pra trás e cospem pra cima. Augusto imitando Steve Wonder é o que há. Grato muito a Mariano e Domingos, parceiros de sempre, que vestem a camisa e se divertem muito.

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E teve mais muito mais. Um gringo carioca, Marco, que ficou vidrado com a cena. O Ricardo Rodrigues, um ceguinho elegante. O Pedro Henrique, a Renata e sua mãe que vieram de Floripa para conhecer, saíram felizes. Eram elas, o público.

Enfim, mais um CEP. Dezenove anos de insubordinação. Carregando nas costas o peso pesado da instituição, da burocracia, esgrimando com brigas internas. Assim caminha o Centro de Experimentação Poética. Até quando ? Se Deus quiser, pelom menos, até chegar aos vinte anos. São Paulo já se movimenta para comemorar. Vamos a ver.

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