10.9.09
Sobre lugares distantes ou o voo de uma gaivota (II)
tudo queima
- arde em mim -
quando vem de você
um raio doce
de sentimentos macios
hidrata minhas dobras dos braços,
das pernas
-cotovelos e joelhos retém cheiro por mais tempo-
o cheiro manso do suor do seu corpo
misturado com meu sorrir
de gata mansa no telhado
o seu corpo azul turquesa
- ronrona -
e eu me esfrego nele
certa de encontrar abrigo
- em dias tristes de distância -
mesmo quando não podemos
estar embrulhados no mesmo cobertor
-de abraços e beijos -
a dividir roncos no travesseiro
e nem nos é possível
fazer travessuras
quando nasce a noite
e se prepara o dia
para ser aberto
tal qual um presente esperado
em que rasgamos a embalagem com volúpia
para descobrir o que se esconde dentro
do pacote
se algo que se esconde
em dias de sol quente e claro
- ou se momentos nublados e frescos -
tal como a ideia firme e leve
de brisa suave do amor
que escorre de mim
para você
nessas noites doces
e nossas
tão nossas
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