4.5.10

Para desabafar

Fiquei estupefata quando semana passada uma pessoa que anda no meio poético no Rio de Janeiro me encontrou em um evento e veio com o livro novo para mostrar para mim. Mostrar seria bondade já que ela não deu o livro na minha mão para que eu visse se gostava e sim mostrou ( segurando o livro) e disse: -Juliana você vai comprar meu livro? - eu disse educadamente que no momento não iria, mas quando tivesse recebido sim. Só dei essa resposta porque não tive tempo para pensar na hora e na verdade só pensei mesmo depois do fato acontecido. Ela não satisfeita com a minha negativa continuou: Tá, mas um dia você vai comprar. Eu comprei seu livro. Fui ao seu lançamento! - achei essa atitude de como que querendo me obrigar, me ordenar a comprar o livro. Como se porque ela comprou eu tivesse obrigação...
Fiquei confusa na hora, mas depois, fiquei puta comigo por não ter respondido na hora: você foi ao meu lançamento; bem o Prosecco italiano estáva ótimo não? Você comprou meu livro porque quis eu não te obriguei como você está tentando fazer neste momento, né? Sua postura está errada diante da coisas... não achas?
E pior ou melhor é que pelo que me consta esta pessoa é Psicanalista, Psiquiatra, sei lá! Me dá pena de seus pacientes. Antes desta pessoa tratar os outros, ela deveria se tratar!
Este fato aconteceu já tem um tempinho, mas só agora consegui organizar as ideias para desabafar e sabem, acho que este mundo da poesia está errado. Tem muita merda no meio dele e isso me deixa triste. Profundamente triste. No meio da poesia, de poetas, a única coisa que deveria ter é a exaltação da beleza da vida, da poesia nas coisas simples, do desejar o amor acima de qualquer sentimento. Não dveeria existir neste meio o que existe: fofiquinhas, picuinhas, egos exacerbados e acima de tudo, as pessoas deveriam entender que nem todo mundo é poeta e nem todo mundo escreve poesia. Tem gente que escreve. Escreve e ponto. Escreve para fazer catarse. Escreve para desabafar como estou escrevendo neste momento e este meu desabafo, desculpem, não é poesia. Não é porque eu desabafo que eu estou escrevendo poesia e sim, eu sou poeta. Eu nasci poeta e não porque me dizem e nem porque eu digo e sim porque me sentem poeta e assim me sinto na poesia. Os que me leem me sentem poeta, me ditam poeta e todos os dias que acordo eu acordo poesia, mesmo quando estou triste, chateada, amargurada e de saco cheio da vida.
Tenho tentado há muito custo me afastar de eventos de poesia e até de amigos mesmo, pois a mim faz muito mal dar de encontro com pessoas como a citada acima que está neste meio por oportunismo. Para tentar caçar um certo status neste meio e o pior e mais feio, para invejar os outros, para tentar fazer amigos, para urubuzar.
A minha vida não é nada fácil para que ela seja urubuzada por quem não vive poesia 24h por dia e ir para evento de poesia para ver um bando de gente que não diz nada com nada e se diz poeta e que faz poesia... é duro demais para mim.
Seletividade sim! Meus ouvidos são massacrados demais por isso e  eu me irrito e fico com fama de stressadinha. Sim! Saio para me divertir. Saio para ver amigos para respirar poesia e sinceramente não é qualquer "batatinha quando nasce" que me alimenta. Não é mesmo!!!
Fiz durante alguns anos parte de um grupo de poesia e fiz juntamente com este grupo um evento e lá sim, podia tudo. Tudo era permitido e a gente sabia que sempre ia ter um hippie, um bêbado, um louco que ia pegar o microfone e cantar e dançar e fazer comício. Eu muitas vezes fui esse bêbado, esse louco, esse hippie. E com isso, que hoje digo que foi exercício poético, aprendi a selecionar o bom do ruim. O que é do que não é.
Por favor não vejam isso como não estímular os outros a escrever. Sim. Todos devem escrever, mas entendam, nem todo mundo é poeta. Nem todo mundo é poeta como Tavinho Paes. Nem todo mundo é poeta como Mano Melo. Nem todo mundo é poeta como Pedro Lago, Pedro Lage, João José de Melo Franco, Adriana Monteiro de Barros, Beatriz Provasi, Marcela Gianini, Chacal, Augusto Guimarães Cavalcanti, Sheyla de Castilho, Thereza C. Rocque da Motta, Alice Sant'anna, Luiz Felipe Leprevost e "blá, blá, blá". Nem todo mundo é poeta. Nem todo mundo é poeta. Nem todo mundo é poeta. Nem todo mundo é poeta. Nem todo mundo é poeta. Nem todo mundo é poeta. Nem todo mundo é poeta. Nem todo mundo é poeta.Nem todo mundo é poeta.Nem todo mundo é poeta.Nem todo mundo é poeta, PORRA!!!!!

*Tem gente que não está nessa lista simplesmente porque eu esqueci de citar, mas isso não quer dizer que eu não as considere ou melhor que elas não sejam poetas. rsrsrs

Um comentário:

Beatriz Provasi disse...

tem razão, nem todo mundo é poeta. mas vc esqueceu de dizer que poeta bom é poeta morto! (o transtorno passa, a obra fica) hahaha beijos! amei os poemas da nova safra!