5.1.10

... que tudo se realize, no ano que já nasceu ...





2000 & Jazz
'n Rock
'n Roll
with Blues

o entardecer no litoral
o pôr-do-sol
o suor
e o champanhe antes da meia-noite

já é outro dia
e serão os mesmos beijos
numa roupagem nova
mas com você
sempre com você
tudo treme

tudo é
2000 & Jazz
'n Rock
'n Roll
'n Blues
with you

14.12.09

ENTRE SEM BATER - de Juliana Hollanda


Queridos e Queridas,

É com imenso prazer e corujice que apresento para vocês meu mais novo trabalho. É um livrinho que faz parte da coleção Art Action - organizada por Tavinho Paes. O meu livro é o terceiro da coleção que contata já com o belo (Corpinturada de Betina Kopp - vol 00) e pelo dinâmico e emocionante (FACE BOOK de Tavinho Paes - vol 01). O meu é o vol. 02 e se chama ENTRE SEM BATER - cada livro custa R$ 15,00 - comprando os 3 juntos - tem uma promoção temporaria de R$ 30,00. ( A edição é experimental e independente, ou seja, foi bancada pelos participantes da coleção, por isso é necessária a venda dos livros para que possamos fazer os próximos, assim, a poesia NUNCA PARA!).

O livro é uma mistura de prosa e poesia. Pensamentos, diálogos interiores, reflexões de vida, por isso, ENTRE SEM BATER, pois a nossa existência é feita de portas, não necessariamente no formato de portas - ao viver estamos abrindo a porta sem chave e entrando sem bater nela, mergulhando de cabeça no desconhecido, na aventura, na novidade, no novo, no de novo...

"Ao abrir esta porta saiba que ela pode fechar depois que você passar por ela. Daí em diante vai depender do seu desejo em sair do lugar a que esta porta vai te levar ... nunca se sabe quando uma porta serve de entrada ou de saída!" - Tavinho Paes

Caso VOCÊS desejem abir esta porta, podem fazer a encomenda para mim por e-mail : jupyhollanda@gmail.com que eu mando o número da minha conta para que vocês façam o depósito e eu mande o livro pelo correio.

É um bom presente de NATAL eu garanto que a leitura será proveitosa, agradável e esclarecedora.

Aguardo as encomendas.


8.12.09




aí vai uma coisa que
gosto em mim:
a capacidade de
ser cruel.


e uma coisa que
não gosto em mim:
é que quando
sou cruel com os outros
acabo sendo
cruel comigo.

Luiz Felipe Leprevost em notas para um livro bonito



 

DO LADO DE CÁ DA CIDADE

( POEMA DE MARIO BORTOLOTTO)



Do lado de cá da cidade faz muito frio.
Talvez por isso os amigos bebam demais.
Talvez por isso eu sempre cruzo as figuras no cinema.
Do lado de cá da cidade existem acordos fraternos, talvez por
isso as pessoas estão sempre magoadas umas com as outras,
e choram tanto, e escrevem os nomes das outras em folhas
amarelas de cadernos, e bebem tanto.
Do lado de cá da cidade nunca faz sol.
Talvez por isso, tantos blues, tantos blues, e a garrafa de café
sempre vazia, os dedos calejados da máquina de escrever, e o
copo de gin pela metade.
Do lado de cá da cidade chove todas as noites, talvez por isso as pessoas tenham tantas idéias mirabolantes e irrealizáveis, talvez por isso as mesas no bar estão sempre reservadas, talvez por isso
eles bebem tanto.
Do lado de cá da cidade faz frio, existem acordos fraternos, nunca faz sol, chove todas as noites, as pessoas bebem demais,
e são todas muito sensíveis.
Eu já estive uma vez do outro lado da cidade, só uma vez.



Você está do outro lado da cidade, mas vai sair daí já já, Mario. Seus amigos bebem demais e vão beber menos ou mais, tanto faz, o importante é beber junto com você e é isso que todos querem.


Sai logo daí, Marião!


Estamos todos na torcida.


E quinta dia 10/12 no Sérgio Porto tem POEMÁRIO BORTOLOTTO - no último CEP 20.000 de 2009 - Chacal falou. Chacal avisou.



7.12.09

sobre escaladas e maremotos (V)



ferrugem nas escadarias
-observei ao me esconder da chuva-

inspiração não resiste

aos pingos gelados
que sobrepõe o calor dos raios do sol
que ainda grita

raios de sol fritam os miolos

-não resisto a gritos nem a suor-

ferrugem estraga os degraus da escada
aos poucos
-reflexo do patrimônio público sem manutenção-

eu me estrago aos poucos também

do calor escaldante
da Sibéria dos ar-condicionados

-assim é a vida no Rio de Janeiro-

os pingos da chuva rebelde de verão
molham o mau-humor que desintegrou
o bom dia

o bom; o melhor do dia

-me falta paz-

escondo-me da chuva
da irritação, da TPM

é um berro que me tira a paz
assim, escondo-me de um eu que não precisa
ser visto

escondo-me do cansaço
que não me pemite dormir
nem quando exausta

desejo um eterno e sem volta
fechar de olhos
um entardecer anoitecer breve
para que esse dia acabe
e assim a chuva, o sol, o mau-humor

tenho medo de levar a vida com amargura

medo de perder a juventude
e de morrer sem nunca mais sorrir

o que me salva é o amor que tenho
e me carrega com braços fortes
e saudade

amor que me faz amante
que me faz
mulher

e me faz completa

nas tempestades

e nos desertos
sem oásis
nem miragens

4.12.09

Beautiful Black Men by Nikki Giovanni





(With compliments and apologies to all not mentioned by name)
 
i wanta say just gotta say something
bout those beautiful beautiful beautiful outasight
black men
with they afros
walking down the street
is the same ol danger
but a brand new pleasure

sitting on stoops, in bars, going to offices
running numbers, watching for their whores
preaching in churches, driving their hogs
walking their dogs, winking at me
in their fire red, lime green, burnt orange
royal blue tight tight pants that hug
what i like to hug

jerry butler, wilson pickett, the impressions
temptations, mighty mighty sly
don't have to do anything but walk
on stage
and i scream and stamp and shout
see new breed men in breed alls
dashiki suits with shirts that match
the lining that compliments the ties
that smile at the sandals
where dirty toes peek at me
and i scream and stamp and shout
for more beautiful beautiful beautiful
black men with outasight afros


Nikki Giovanni, “Beautiful Black Men” from The Selected Poems of Nikki Giovanni.

Copyright © 1996 by Nikki Giovanni.

Reprinted with the permission of HarperCollins Publishers, Inc.

1.12.09

sobre o balanço das horas (I)

"Todo mundo tem 15 minutos, só a pressa é que não tem"
Luiz Felipe Leprevost

Tic-tac.

uma frente fria se aproxima do litoral.
a última frase do livro que ela leu era em francês. -“il faut que le coeur se brise ou se bronze” .

Tilim.Tilim. Tilim. Crash!

vaso de cristal é sensível e racha com qualquer vento mais forte.
para quebrar-se basta um sopro, música alta, grito agudo ou grave.
cacos finos de um vaso espatifado espatifam-se pelo chão de madeira e camuflados nas frestas do sinteko causam cortes minúsculos no pé

e esse pé vai sangrar até que as portas das feridas fechem com uma cicatriz .
o coração também é feito dessa matéria prima
-transparente e frágil-

a diferença é que os ventos que passam por ele só conseguem rachá-lo momentaneamente.
ele se fortalece com o passar dos anos

-ao longo do tempo-ele se racha tanto...

que quanto mais anos são somados à nossa vida quanto mais dores
e tristezas nós vivemos mais aprendemos com as desilusões.

a cada uma, uma nova lição.
quanto mais aprendemos mais rápido as cicatrizes fecham, menos sangue espalhado e cacos de cristal vermelho pelo chão.

o coração se fortalece. os anos fogem dos olhos e o cristal do coração vira busto de bronze ou lápide.
.
Tic-tac. Tic –tac.

24.11.09

Todo mundo lá hoje.


sobre elas e eles (III), por Juliana Hollanda


isolamento

estar isolada num
a par
ta
mento

cercada de paredes e móveis

- imóveis -

poeira que se acumula em meio às frestas
-se move-

partículas entram no nariz
espirro, cosquinha, risadas, irritação

-rinite!-

eu não disse que tudo seria assim?
não cantei a canção do minutos e segundos de inutilidade?

é, eu antecipei a explosão do microondas e te disse exatamente quantos minutos faltavam para o macarrão ficar "al dente" e você
nem escutou e foi jogar
videogame

agora estamos aqui diante desse mingau com molho de tomate e manjericão
e eu não te culpo por não ter me escutado
só porque estamos aqui
isolados do mundo nesse apartamento
e eu te amo

a gente nem precisa comer, sabia?

19.11.09

sobre cansaço e pó de pirlim pim pim (I)



Da série: Poemas inesperados
ou
do grito guardado
ou

o acaso bate à sua porta

lábios e labirintos
-emaranhados, teia, prisão-
saida

saída que se pensa
que se sonha
que se encontra

no sobre
na superfície
[na fronha]


loucura
- alistamento-
entregar-se ao momento
ao tempo,
ao vento,
ao movimento

consenso não é
exercício de gramática
equação matemática
e nem
asa-delta
voo livre
fio de alta tensão

não é o perigo
nem o abrigo

não é o se
nem o senão

pode ser música, esporte
ou falta de sorte

azar de amar a pessoa errada
-desilusão-

esconder as vergonhas
a insônia

-ultrapassar os limites-

saber-se forte
enquanto fraco
-linha reta, avesso, tchau -

saber-se mal
na bondade

correto na virtude
e na vontade

a amizade que abre portas
que bate palmas
e que faz samba para maluco
dançar

viver é isso: amar
ou estar perdido
num labirinto emaranhado
de lágrimas e lábios
naufrago
-no mar-

16.11.09

Sobre paraísos e diálogos imaginários (IX) .



Da série: what do we have?
what do we have?
what do we have?
if we don't have each other…
.
- Defina verão?
- Amanhecer …
- Amanhecer?
- Sim. Quase sempre, somos transportados para um mundo de nicotina e estrelas e essas estrelas conversam comigo e você é a primeira pessoa para quem eu falo sobre isso.
- ...
- Eu todas as noites sou obrigado a mergulhar no céu.
- ...
- Isso começou a acontecer no ano passado e eu fiquei confuso. Eu sonhava, me sentia pequeno, crescia de novo e me espantava. Amanhecia e eu absorvia a quietude da manhã.
- ...
- O som do silêncio dos amanheceres você conhece bem, mas eu quase nunca percebi. E é maravilhoso o barulho de um carro há 1 km de distância...
- O vento soprando nas árvores soa como estradas engarrafadas na sala do meu apartamento.
- Eu vejo cometas noite após noite após noite após noite após noite ...
- Todas as noites.
-É, e eu tento manter meus pedidos, meus desejos e me fixar, focar neles. Eu vivo nervosa por antecipação e sabe o que eu percebi depois desse tempo todo?
- O que?
- Que nós quase não nos conhecemos e agora estamos dividindo sacos de dormir.
- Sabia que todas as vezes que eu penso nisso eu sinto cócegas internas.
- Desculpa, mas é porque eu ainda não toquei em você neste local; digo, na parte interna do seu corpo, mas eu acho que esse sentir precisa de mais tempo do que nós temos disponível agora.
- É, nós viemos aqui para o meio desse nada para descobrir lugares escondidos e para estacionar em uma garagem aberta na base das montanhas.
- Estamos no limite da cidade e encontramos o nosso refúgio.
- É ! Conseguimos fugir das lavanderias e das banheiras de hidromassagem dos motéis e da minha casa e do seu apartamento e da gritaria dos bares ...
- Essa experiência está sendo divertida, não?
-Sim, divertida e estranha e silenciosa e até agora eu estava tímido, mas isso está sendo tão bonito que se alguma coisa nessa vida é certa... essa coisa é que eu acredito no amanhecer.
- Eu também.
- Então isso se chama ...
- Recomeçar?
- Defina Inverno.

6.11.09

sobre cócegas na nuca e saudade (I)





Da série: “recordar é viver”
ou
“um GPS para a gente”
cartas, cartões, bilhetes
-encaixotados-

no meio da poeira, uma história engessada
movimento paralisado num passado
não muito distante, mas distante

uma mistura de juras de amor,
euforia
e palavras de conforto

ontem dormi com saudade de nós
hoje, continuo com essa saudade
e me pergunto:  onde foi mesmo que a gente se perdeu?

você prometeu me amar para sempre
e nunca me esquecer
-esse letreiro passou diante dos meus olhos umas dez vezes ontem a noite -

Agora/

{ agora não; há muito você tem família, uma nova vida – e entenda, eu não estou lamentando este fato... }

[e eu...]
-você sabe que eu também tentei ter a minha, aliás, ela começou antes da sua, mas... –

será que você ainda lembra de mim?
ou será que nunca me esqueceu?
  
[é diferente o lembrar do não esquecer, não é?]

eu me lembro do nosso encontro casual e do meu medo de apanhar da sua namorada que não era sua namorada
-naquela festa-

lembro de ter fugido da pista de dança quando me vi dançando a sua frente e lembro também da sua “suposta” namorada conversando com a dona da festa e me apontando e do meu : – ai! socorro! vou apanhar.

[Eu estava de “maria- chiquinha”, você lembra?]

e em uma das cartas você escreveu que queria me fazer “maria-chiquinhas”, seja lá o que isso representasse naquele momento...

-cartas. milhares de cartas...-

e na sua primeira, você pede desculpas por já estar enchendo meu saco, pois escreveu ela no mesmo dia em que eu fui embora de São Luis e voltei para o Rio.
nela, na carta, e você acha que vai me irritar por já estar escrevendo, tão cedo... eu mal fui embora, né? – e lembro também da sensação, da alegria de abrir e de ler aquela carta – foi uma realização tão grande, uma alegria tão plena que eu to voltando aos 16 e lembrando de como foi quando abri aquela carta e do que eu senti no nosso primeiro beijo, do cachorrinho de pelúcia que ganhei de natal ( e guardo até hoje)
 tão inesperado o nosso namoro,
nosso encontro ...

[inesperada nossa troca de cartas] 




nas cartas você parece estar conversando comigo. me dá tanta satisfação... que agora é a minha vez: você sabe que eu nunca esqueci que a gente só se conheceu de verdade depois que eu tomei  um porre e me enchi de coragem para enfrentar um dos meus maiores medos na época e na carta seguinte do meu porre,  você diz que não conhece mais a “menina” em mim e me agradece pelo “mulher” que eu despertei em você e eu acho que foi ao contrário, sabe... foi você quem despertou “a mulher” em mim e eu não sei porquê, mas estou com vontade de te agradecer por isso.

lembro que a gente expulsou seu amigo do quarto e tenho vontade de dar risada não sei porquê, mas talvez eu esteja feliz em despertar essas lembranças... e você lembra que quando tudo isso aconteceu a gente nem estava mais namorando?

naquela época era tão fácil encarar sofrimentos, medos, dores ... será que foi a época ou será que foi o fato de estar ao seu lado que me deu forças para encarar aquele turbilhão todo; digo, tornado, furacão?

 (...)

e eu me pergunto: onde foi mesmo que a gente se perdeu?

sabia que eu não me esqueço daquela vez que a gente foi numa lanchonete e a gente estava discutindo e você estava com um pouco de raiva, ou só triste, não sei – e você comeu tanto, mas tanto, mas tanto que me assustou? – sabia que toda vez que eu passo por aquele lugar eu visualizo a cena, nós dois na calçada e às vezes eu até sinto o seu cheiro...

eu tenho uma lembrança remota, porquê não falar; confusa de que eu cozinhei para você ... eu fiz macarrão? ou fiz uma torta de aniversário? Ou os dois? – eu lembro que tinha um lance de leite condensado, doce de leite, não sei... e eu lembro que você teve um trabalho para fazer e que me deixou em casa vendo VHS com um amigo seu... e quando você chegou... ah! lembro de você ter feito meus olhos brilharem!

e ontem, eu relembrei seus elogios. o quanto você elogiava minhas cartas, meu capricho em escrevê-las e do quanto xingava a sua letra feia e garranchada e a sua escrita monocromática, com apenas uma cor de caneta. naquela época, isso não me importava, aliás, hoje também não importa – sabe o que fica disso tudo?

as suas cartas empoeiradas, amarelando-se numa caixa, mas eu posso relê-las quando quiser, mesmo que espirre até o meu nariz explodir depois... eu guardo todas as suas cartas, cartões, bilhetes. você ainda tem algumas das minhas? não, não deve ter e eu entendo que não as tenha guardado. entendo mesmo!

ah! você me dava tanta satisfação que chega a ser engraçado! -“agora são 3 da manhã”, “tenho dormido pouco”, “vou te ligar amanhã ou domingo”, “não te liguei ontem porque fui para a casa do meu tio”...

morri de rir – não para debochar dos seus sentimentos, mas porque você era tão preocupado que numa das cartas leva um tempão querendo explicar a diferença entre “preocupação” e “sentir pena”.
você já podia imaginar que eu ia achar que você estava me escrevendo “por pena” e não queria ser mal interpretado. você era tão preocupado... que chega a ser engraçado isso hoje.

na época, beirava o dramático, mas não estou reclamando... estou feliz. tão leve em reler suas cartas, cartões, bilhetes...

[naquela época, não existia e-mail, nem celular]

existir? bem... existia, mas estava tudo tão engatinhando... assim como nós, dois jovens, em descoberta... engatinhado...

nós não tínhamos a menor idéia de como seria nossa vida em 2009 e na verdade eu não lembro de como eu queria que ela fosse eu 2009 e muito menos consigo me imaginar no mundo de hoje com o pensamento de ontem e se... eu ia estar feliz hoje com o meu pensamento e idealização de ontem, mas sei que hoje estou aqui em 2009 e estou feliz porque releio as suas cartas, cartões, bilhetes...

estou com o seu convite de formatura nas mãos e me pergunto: como teria sido eu ir nesse baile. teria mudado alguma coisa hoje esse acontecimento? – mas a pergunta não é essa e sim:  onde foi mesmo que a gente  se perdeu?




estou aqui sonolenta com você ao meu lado...

sabia que eu vou dormir com você essa noite e  a gente vai tomar café amanhã de manhã e depois... cada um vai seguir seu rumo, sua vida e eu vou deixar (à contragosto) essas lembranças todas adormecerem e virarem saudade novamente, porque vai ser mais fácil assim, para mim e para você...

e agora... o meu último suspiro antes de te dar um beijo de boa noite e da gente virar para o lado e de conchinha adormecer nesse colchonete no chão do mesmo jeito que aqueles jovens adormeceram em 1996...  mas hein, me fala uma coisa... sussurra no meu ouvido...

ei! antes de dormirmos, eu te pergunto: onde foi mesmo que a gente se perdeu?

3.11.09



Ganhei de presente da amiga e poeta, Sheyla de Castilho  e preciso dizer que ADOREI!!!!!

sobre crime e castigo (V)



o barulho de um coração se quebrando
-não é poético -

é oco
é trágico

-não é musical-

ele chama, pede, clama para que se sigam rituais
- a negação, o choque, a raiva, o desapontamento -
culminando em desespero.

assim como uma estrela branca
que encolhe lentamente

é um desmoronar
por dentro

derreter memórias
-lembranças-
em cada respiração
um sopro!

tal qual a morte sem a parte de dormir



Publicado inicialmente em: Versos de Falópio