15.8.07

=p

todo novo
tudo de novo

falta que habita meu coração

Ser

Ser elogio num quarto tranqüilo

Ser despropósito numa infância infeliz

Ser abstêmia num mar de cerveja

Ser mulher acima de tudo.

olha o momento!!!

Aqui e dentro do mar
De ponta cabeça, outra cabeça...

Outras versões, novos versos

-versatilidade-

nova e pulsante paisagem

outro ângulo
novas planícies
novos tempos
outras passagens

de um momento que agora
não e sim
em tudo
explica aqui
o que passou.

Para Você...

Meu coração abriga sentimentos múltiplos.
Minha canção obriga que a minha fala se solte quando ritmos estão em sintonia.
Uma vontade intrínseca de dançar em volta de um sofá vermelho.

Entendo todos os medos, não quereres, idiossincrasias, faltas, quereres escondidos e justificativas.

Arrisco-me às conseqüências e vivo me jogando de abismos.
Às vezes me salvo, em outras, me perco...
Muitas vezes vôo pássaro.
Em outras me espatifo borboleta. Sempre espero.
Nunca posso explicar as vertigens da vida.
Meras conseqüências...

Meus sentimentos são rebeldes e não se permitem ficar guardados na gaiola da língua e nem na clausura do cérebro. Daí, minha necessidade de expressão exacerbada que às vezes, inconveniente assusta e acelera incompreensões.

Percebi muitas coisas nesses tempo e vejo que preciso digerir.
Gostares muitas vezes impossíveis.
Entendo, portanto: impossibilidades.

Sempre soube que o problema do amor é de cada um até se tornar solução de dois.
Sempre tive vontade de saber deixar rolar antes de acordar envolvida por teias –apaixonada.

Culpa que não é de ninguém, ou alías, é sim, MINHA: da minha carência, fraqueza, da minha fragilidade.

Só não quero que tenhas medo de mim. Se isso acontecer, ficarei mal.

Momentos passam. Sensações ficam.

14.8.07

Por Aí - Cazuza

Se você me encontrar assim
Meio distante
Torcendo cacho
Roendo a mão
É que eu tô pensando
Num lugar melhor
Ou eu tô amando

E isso é bem pior, é
Se você me encontrar
Rodando pela casa
Fumando filtro
Roendo a mão
É que eu não tô sonhando

Eu tenho um plano

Que eu não sei achar
Ou eu tô ligado
E o papel, e o papel
E o papel pra acabar

Se você me encontrar
Num bar, desatinado
Falando alto coisas cruéis
E que eu tô querendo

Um cantinho ali
Ou então descolando
Alguém pra ir dormir

Mas se eu tiver nos olhos
Uma luz bonita
Fica comigo
E me faz feliz

É que eu tô sozinho
Há tanto tempo

Que eu me esqueci
O que é verdade
E o que é mentira em volta de mim
"Se a tua vida sempre foi assim como uma linha reta
Se você sempre fez amor com a pessoa certa
Se você só tomou um gole de gim
e nunca bebeu a garrafa até o fim
Você nunca vai saber o que é o Blues"

(Renato Fernandes)

Sobre amor e mãos frias -Clarah Averbuck

Da última vez que nos vimos, ele broxou. Íamos dançar na sala, na frente do sofá vermelho, ouvindo já nem lembro mais o quê. Mas não dançamos. Minhas mãos estavam geladas assim como hoje e, quando deitamos, eu não quis abraçá-lo, quer dizer, não quis tocá-lo, não quis tocar nem suas costas com as mãos geladas. Foram uns abraços meio estranhos, sem mãos, aqueles. Faz tanto tempo. Nunca mais nos vimos. E eu nunca o esqueci. Naquela época eu ainda não sabia que ele era o único homem que eu havia amado. E até hoje é. Eu não sabia como saber isso. Aprendi num filme besta, desses que você vê quando não quer pensar. Amor é quando você quer dar tudo o que tem. O resto, paixão, tesão, posse, o resto que todo mundo confunde com amor é quando a gente quer devorar e consumir o objeto em questão. Eu dei tudo pra ele. Ele não quis e jogou descarga abaixo. Continuo a vida, consumindo quem passa pelo meu caminho. E as minhas mãos estão geladas como no dia que ele broxou e eu não quis tocá-lo. Nenhum calor. Uma tarde de inverno sem sol. Se eu apenas soubesse que era amor.

Sessão[Tem coisas que a gente não perde:]

COSTUME

eu devo ter sido bruxa
em outras vidas,
pois até hoje eu
ando assustando
as pessoas por aí...


só que antigamente pelo menos, eu poderia fugir voando numa vassoura.

10.8.07

As coisas tinham para nós uma desutilidade poética.

Nos fundos do quintal era muito riquíssimo o nosso dessaber.

A gente inventou um truque pra fabricar brinquedos com palavras.

(BARROS, Manoel de. Livro sobre nada. Rio de Janeiro: Record, 1996. P. 11. (Destaques meus)

6.8.07

Devia ser proibido

devia ser proibido
uma saudade tão má
de uma pessoa tão boa
falar, gritar, reclamar
se a nossa voz não ecoa
dizer não vou mais voltar
sumir pelo mundo afora
alguém com tudo pra dar tirar o seu corpo fora
devia ser proibido estar
do lado de cá
enquanto a lembrança voa
reviver, ter que lembrar
e calar por mais que doa
chorar, não mais respirar
(ar)
dizer adeus, ir embora
você partir e ficar
pra outra vida, outra hora
devia ser proibido...

(Itamar Assumpção e Alice Ruiz)

Alice Ruiz

"tem os que passam
e tudo se passa
com passos já passados

tem os que partem
da pedra ao vidro
deixam tudo partido

e tem, ainda bem,os que deixam
a vaga impressãode ter ficado"

Retorno

"Teu corpo seja brasa
e o meu a casa
que se consome no fogo

Um incêndio basta
pra consumar esse jogo
uma fogueira chega
pra eu brincar de novo."

Alice Ruiz

2.8.07

éfe-se!

frívola, fácil, fútil
fatalidade de fugir
da forte fonte
fastigada na fogueira
dividida em soluços de fagulha e fogo.

Beijos, delírios, poemas, canções

um amor de repente
faz de conta que o coração aqueceu

sensação diferente lentamente mergulha no edredom da cama
dorme de meias,
cansada.

um amor como a gente
água e vinho num copo de luz

[corpo uno]

saberes e escolhas azuis
veias, ventrículos, bolhas
palpitações de um casal contente
que em uma noite
na espuma de um chopp
se afogou.

Do Worry

É, a gente se preocupa e não sabe
que o gesto é assim uma escolha do pensamento
que vadio em finas flores trai a paisagem.

Estar sem saída de quereres férteis.

Falsa frugal refeição
“light” de mágoas.

North Pole

mão congelada
falta de agasalho
pés descalços em “brrrrrr´s”
no frio chão da cozinha

Acordei num iceberg
Não tem como escapar.

Peace

era imagem purpurina
brilhando em sonhos
atração de giz
tela de cinema cintilante
rodeando frames de cantar a mais

banquete esmaecido
de imagens no céu da bova
esconde radicais roldanas
de sossego em sua fome

morcegos dormem
marcas da paz.

Como era de se esperar

coração canta baixinho
a canção dos tênis cansados
em ritmo de um blues bem blue
melodia sobe e desce feliz
num chorar cadenciado.

Hoje eu...

Quero um AMOR copo d ´água
que mate a minha SEDE lilás