1.10.08

Quando você viu seu pai pela última vez?

Saí do cinema em frangalhos. Não só com a cara inchada e lágrimas que jorravam como rios arrancando meus olhos. Não só por ter me colocado o tempo todo refletida naquele filho que perdeu o pai, mas por me perceber na angústia daquela mãe, nas atitudes da filha com ciúme do irmão, do marido que procura a primeira namorada, no homem que não se sente aceito pelo pai, no filho que vê o sofrimento da mãe e não pode fazer nada porque não há dialogo. O filme retrata exatamente as palavras por dizer. As atitudes não tomadas. As festas não celebradas. O filme fala de sentimento e de solidão. E de escapadas. De aventura. De cumplicidade. De sofrimento. O filme fala do esconder-se. Do sofrer. Do despertar. O filme fala do invisível que se esfrega na nossa cara o tempo todo. O filme fala do que se sente. Do que não se aceita. Do ficar calado. Do não dizer. Da mentira consentida. De traição, da de fato, mas também do trair-se.
Rios jorravam de meus olhos em forma de lágrima. A cara inchada. O nariz vermelho.
Saí do cinema em frangalhos e quase não consegui andar para casa.

Foi bom pelo fazer pensar.

E eu até agora estou com este questionamento martelando na cabeça: Quando será que eu ví meu pai pela última vez?

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Colin Firth as Blake Morrison

A painful, funny, frightening, moving, marvellous book … everybody should read it.
— Nick Hornby

What Blake Morrison has produced is a classic of family literature … The life is held up so close to one's face that one can smell it, touch it, marvel at the power of words to unlock and unravel, then pour helter-skelter over our heads this magical brainstorm of memories.
— Hugo Williams, Spectator

Blake Morrison lays one of the most basic human relationships out on the slab, dissects it and displays it … the effect is pungent, disturbing, entirely unforgettable.
— Sean French, The Times

A near-masterpiece … Morrison writes with a reckless respect for the truth.
— Roy Hattersley, Guardian

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