13.1.09

sobre escaladas e maremotos (II)


ainda pelo que me seja difícil admitir, o amor que sinto é dolorido como um tombo que se leva do alto da escada.
uma queda torturante do tipo que permite que hematomas se formem em todos os ângulos e extremidades - com algumas feridas abertas no decorrer do percurso.

o amor que sinto é dolorido de tão real que é. de ser assim sentido até no osso mais escondido e difícil de alcançar.

o amor que sinto gera dúvidas onde não existe motivo para duvidar. gera medo, desespero, pavor. medo de perder. desespero e vontade de arrancar os cabelos. pavor que faz nascer uma vontade incontrolável de arrancar as cascas dos machucados...

amor tão forte que ninguém, nem o objeto de todo esse amor, compreende.
amor que não se sente. amor que anestesia como uma cachaça braba que desce queimando a goela. amor que não se mede, metrifica, dimensiona.

não se dimensiona o amor e nem a loucura.

amor que não se sente à altura de ter atingido o limite máximo de degraus da escada
escada de onde caí (?) ou pulei (?).

parece complicado para você esse amor tão faminto habitar um coração?

sim?!

não, eu insisto que não!

entenda: um amor assim tão dolorido.
tão genuinamente sentido só pode ser
eterno.

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