19.3.09

sobre realidade de contos de fada (I)


pensei em brincar de ser feliz

e fazer de conta que tudo estaria certo

na avalanche de erros

que persegue a existência entorpecente


esse existir fez com que os dias

durmissem e acordassem sinfonia

em quandos de chuva ou sol


depois de um tempo

adivinhei em nadar

o melhor remédio para escapar da tempestade

que insiste em implantar na alma;

problemas


percebi que distribuir belos sorrisos

e pintar os olhos

são presentes esperados

pela manhã

e não há dinheiro que pague por eles


transformar pequenezas em grandes valores

é a sorte que poucos percebem

ao pisar num tapetinho de boas vindas

em uma porta qualquer

e jogar os dados para saber a previsão do tempo

pode ser um jogo melhor do que qualquer baralho

ou dominó


a luz aparece de onde menos se espera

e tentar perceber o que os olhos

pintados ou não

dizem

é o peixe que todo pescador

deseja ter no barco de madrugada


a lua pode ser tão valiosa

quanto um anel de diamante

para um pedido de casamento

ou anúncio de gravidez


eu te amar

independente de qualquer subida íngreme

ou pneu furado

é a tranqüilidade

que o coração precisa

para tocar rock n’roll

em santas veias

por noites, dias

e preguiças intermináveis


um banho de cachoeira

até que os dedos

adquiram textura de sapo ou peixe

sequestra qualquer peso que

os ombros não consigam carregar


respirar o seu perfume

lá longe

no travesseiro

é o brilho que em meus olhos;

purpurina


a voz do homem amado

faz de mim eletrochoque


e mais um mês passou enquanto fomos felizes

brincando na gangorra de altos e baixos

que nos faz ser um do outro


esse jogo sem estratégia

que nos molda e faz pensar em ser eternos

é o beijo que até agora arde e hidrata meus lábios

da pimenta de você

Um comentário:

Pedro Lago disse...

Boa musicalidade.