31.3.09

sobre imensidão e terremotos (IV)



algo em mim
agoniza
tal qual
asqueroso rato
no canteiro

ele não sabe ler
avisos de perigo
e guincha

veneno deve deixar
gosto amargo na boca
assim como ausências

elas escapam
de lábios
e despertam
desejo

lábios
que nunca
encostaram
nos meus
e desejo
beijar

[é amargo este gosto]

um fim de filme
sem final

gosto ruim
de morte
na saliva

feito durex
no papel
[grudado]

é amargo
o gosto da busca;
do novo.

[conquista que se faz estranha]

igual à do rato
que entrou no canteiro
não sabe ler placas,
avisos -
[perigo!]

e mesmo assim,
não lhe falta
coragem.

é amargo o gosto
de uma boca inexplorada
-que se deseja explorar-

assim como podem ser doces
outros sabores
em lábios azuis de "jazz"

e talvez
eu encontre

quando entardecer.

4 comentários:

Pedro Lago disse...

Bom saber que está melhor, o ar agradece.
:-)

Pedro Lago disse...

e a poesia também

Luciana Lís disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luciana Lís disse...

Nossa, se tem uma coisa que me estimula a ler os teus textos são os teus títulos!
E a dose de verdade em cada verso.

Parabéns!