27.5.07

ah! como é suave

o tempero dos dias tranquilos onde nada acontece...
faz frio ao mesmo tempo em que as paixões esvaziam-se como balões de ar.

dias turbulentos aquecem e escrevem
notas musicais insistem em choramingar
consolando vazios
corações vadios de lágrima
cheios pesados de dúvida
pesares, medidas
levam peso palpitante que me leva
para a outra margem de.

pesada dimensão
corpo leve que bóia no rio imenso de janeiro
é maio.
desmaio.

ensaio não tremer mais as mãos ao te ver
ensaio não suar ao sumir
ensaio ter você ao meu lado

é impossível conter teu retrato nas mãos quando sei da impossibilidade amarga de ter-te ao meu lado
quando realidade preenche minhas dúvidas de existência insistente
como fardo sobre nuvem
sem a mesa
sobremesas siamesa
sonhos se lambem ligeiros em cima de sofás preguiçosos

seja meu. sonhe junto seus desassossegos.

seja múltiplo em mim
como sobras no canto do prato

seja infarto como fome que não mata

pulo alto de ser abstrato como cores numa tela jogadas

mola propulsora de prazer
pressão despressurizada
pulsa em veias

sem freio seja nada
seja sorte
seja meu

exista aqui
seja tudo aqui
ponto de partida eu
sofra nada!

faz frio
me salve
encontre os pés
horizonte
seja tudo
veja o céu
olhe para mim

[tênis desamarrado cair é inevitável]

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