1.5.07

duas da manhã
o sono não vem
o sonho não se permite chegar
estrelas choram no céu
carros passam na rua
olhos se fecham
e é impossível adormecer quando
a única imagem que vejo é você
é difícil viver fugindo do que não posso ver em mim
pensando em correr para seus braços
fugindo da escuridão
inundando as madrugadas sem sentir
o hálito fresco das manhãs
em que eu me alimentava de ilusões

o esperar que não vem
do seu gosto de floco de neve
que queima a língua
faz o coração ofegante
uma overdose nicotínica
preenche as veias
tenta suprir a fome que meu corpo tem de você
sei que estou me matando acelerada
e deliberada e indiscriminadamente
destemida
delinquente cometo crimes de amor

furto palavras por dizer
frases ditas sem saber
noite que não devia ter fim
assassino desejos
esfaqueio vontades
estrangulo o amor
a paixão...
quero estar ao seu lado, mas...

suicida que sou fujo de mim
penso em você
fecho os olhos
esqueço
adormeço
não penso

minha carcaça é formada por ossos
que nem na escola merecem ser estudados.

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