28.8.08
Trilogia das coisas guardadas (I)
ou o abrir de olhos para enxergar um novo sol
o conforto dos dias que passam arrastados
ou o vestido que depois de anos volta a caber
retorno, resgate
[novas possibilidades]
ou acidente de percurso
perigo!
seta ao contrário
[desconstrução]
primavera que com flores se ilumina
ou o ofegar de corpos paralisados no colchão
abraço apertado
ou aventura
montanha russa numa estrada àspera
buracos cavados com a pá do medo
ou a simples vontade de sentir
o viver de emoções fortes?
[cabelos esvoaçantes]
tudo pode ser pele, cheiro, entrega, tesão
o sorriso sem graça do dia seguinte
ou uma onda que te engole e te faz suspirar.
a caixa de fósforos foi aberta
o palito riscado
[o escolher]
entre apagar, acender, apagar, acender...
I agree.
"Gente chata faz lista. Gente chata pondera tudo, o tempo todo, e a cada instante..."
Copiado daqui: Entretanta:EU"
22.8.08
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
sempre o MESTRE
O gosto é bom, eu te dizia. E não impede a asa, a seta disparada em direção a Hydrus, Eridanus. Mas primeiro prova da terra. Depois, voa. Não aprendeste com Ícaro?
Da ausência
perguntas sem resposta
ausência
e um celular que não manda mensagens SMS
[sinal dos tempos]
fim do mundo
ou falta do que fazer?
telefone mudo
orelhão quebrado
palavras que faltam
e o coração apertado.
chopp sem colarinho
desejo de beber desenfreado
tragar cigarros imaginários
apagados
respiração surda
dedos nervosos
um poema que não vem
devolver a chave do banheiro
pagar a conta
desejo falar
cortaram minha língua.
21.8.08
#F_CK SONGS...
Lyrics:
So for the longest while we jamming in the Party
You’re wining on me
Pushing everything
Right back on top of me
But if you think you’re gonna get away from me
You better change your mind
Because you’re going home
You’re going home with me tonight
So let me hold you
Come caress my body
You got me going crazy
Turn me on
Turn me on
Let me jam you
Let’s see, wine, wine all around me
You got me going crazy
Turn me on
Turn me on
One hand on the ground
Bumper cock sky high
Wining hard on me
You got this Python
Hollerin’ for mercy
Then I whisper in her ear So wine harder
And then she said to me
Boy just push that thing
Push it harder back on me
So let me hold you
Come caress my body
You got me going crazy
Turn me on
Turn me on
Let me jam you
Let’s see, wine, wine all around me
You got me going crazy
Turn me on
Turn me on
For the longest while we jamming in the Party
You’re wining on me
Pushing everything
Right back on top of me
But if you think you’re gonna get away from me
You better change your mind
Because you’re going home
You’re going home with me tonight
So let me hold you
Come caress my body
You got me going crazy
Turn me on
Turn me on
Let me jam you
Let’s see, wine, wine all around me
You got me going crazy
Turn me on
20.8.08
pensei agora:
anyone else but... you
vontade de ser a formiguinha na sua parede. o mosquitinho que zumbe no seu ouvido. a espuma do sabonete que escorre no seu peito. a água do seu banho. o neurônio que dá choque no seu cérebro. a sujeirinha no seu dente. eu queria. queria. queria. queria ser alguma coisa que pudesse estar perto de você para que eu pudesse ver o que está acontecendo.
para que eu pudesse confirmar minhas quase certezas ou tirar essas caraminholas idiotas de vez da cabeça. eu queria conseguir parar de pensar em besteira todos os segundos do meu dia. estar com o coração em paz, eu queria. só que eu estou confusa. confusa. confusa. com medo. com medo. com medo idiota.
às vezes com raiva. às vezes chorona. chata para cacete. sensível e confusa. idiota. fazendo elocubrações. secando gelo. chupando prego. penteando macaco.
eu tenho mais o que fazer, mas não consigo fazer nada senão pensar em você e em você com ela e em vocês rindo da minha cara. em você com ela ou em você sozinho dormindo como um anjinho perdido na nossa cama. um anjinho perdido e confuso e triste e deprê. um anjinho que sente a minha falta, mas como você mesmo disse querendo, mas não podendo me ver.
eu queria não ter o poder de pensar e interpretar duplos sentidos. eu queria ouvir coisas e só ouvir. simples assim; escutar- não processar- ouvir e não pensar. não pensar em duplos sentidos. não sentir o que minha interpretação (certa ou errada) de duplos sentidos me faz querer sentir e efetivamente sentir. sentir porque eu imagino vocês (eles) dois suando e rindo da minha cara. e eu posso ir lá e ele não quer.
eu queria não tentar interpretar a frase: “quando eu puder eu vou praí”. eu queria não ouvir a frase: “dá um tempo aí”. eu queria ficar muda e não falar: “... mas eu posso ir praí”. eu queria não ter dito: “tá bom. não insisto mais. quando você quiser me ver me avisa.” – porque - agora eu vou ficar pensando todos os segundos dos meus dias em que ele não me chamar para estar lá: ele não quer me ver. ele não quer me ver. ele não quer me ver. ele não quer que eu vá pra lá. ele tem outra. tem outra!!!! e, eles riem da minha cara enquanto suam.
eu sou uma idiota mesmo. e o pior é que nem a minha amiga que tem casa lá ta mais indo para lá para eu ir lá na surdina. para eu chegar lá de repente. para eu me livrar dessa angústia. para eu ir lá e ver que não é nada disso. ou para eu ir lá e dar um tiro no meu pé. uma porra de um tiro no meu peito e pronto. acabou. c´est fini. ela cruzou a linha de chegada. aqui jaz. ou qualquer merda de representação para final e pronto. ponto.
eu queria me livrar desse medo. dessa merda de medo. dessa confusão na cabeça. desse baralho que não pára de girar na porra do meu cérebro confuso.
eu queria não ter dito e não ouvido: “...mas você ta mal porquê? é só (só?!) por causa do negócio do emprego? da falta de grana?” / - “ é por isso e outras coisas mais”...
eu queria não ficar pensando todos os segundos do meu dia- “ ... mas que coisas mais?”. ele tem outra. ele tem outra. ele tem outra e eles riem da minha cara quando suam!!! e eu aqui a querer escalar paredes. e eles rindo da minha cara quando suam e eu nem sei quem pode ser ela. se ela existe mesmo ou é fruto da minha imaginação para fazer jus à minha baixa-estima e minha síndrome de sou uma sofredora. dor. dor. dor. você tem que sofrer. chorar até chegar no limite da sua dor. você tem que se torturar até não agüentar mais respirar e querer se matar. você tem que se jogar do abismo porque eles riem da sua cara quando suam e você não sua, sua otária. e aí assim você ia ficar feliz sua cretina movida a dores e pensamentos tortuosos. torturantes. sua torturadora de si mesma. sua filha da puta cretina que ama. sua...deixa pra lá.
eu queria não pensar. não pensar. não ter visto o que vi. queria saber de quem é aquela merda daquele número que é o mesmo número da mensagem de amor que você (ou será ele?!) - recebeu em março quando no mesmo março eu quase pirei e você (ou será ele?!) quase pirou e nós quase nos separamos?!
eu queria não ter visto essa merda desse número piscar na tela do seu (ou será dele?!) telefone. e eu queria descobrir de quem é essa merda de número e eu queria que você (ou será ele?!) não tivesse ligado à cobrar para esse número recentemente. e eu queria não ter anotado essa merda de número e eu queria saber de quem é essa merda de número e eu não devia pensar em porra nanhuma e nem querer saber de porra nenhuma e nem imaginar bosta nenhuma. eu devia viver. deixar os dias passarem. não imaginar nada e ponto: viver em paz. e pensar que você (ou será ele?!) me ama e a mais ninguém. e que você (ou será ele?!) tá tocando punheta toda noite pensando em mim e só em mim e em MIM. em MIM BOSTA E PONTO. e que você (ou será ele?!) tá sentindo uma falta danada do meu corpo. da minha pele. da minha (...) e de nós. e que você me ama. me ama. me ama. e deseja só a mim. e à minha. e aos meus. e o nosso cheiro de suar entranhado no corpo. na pele. e que vocês (ou serão eles?!) não riem de mim enquanto NÃO SUO. e eu não queria pensar que talvez alguma vagabunda esteja grávida de você desde março. e eu não queria e nem devia pensar que ela só te contou isso agora e eu não queria achar que você tá com medo de me contar isso ou qualquer outra coisa que tenha ocorrido nesses meses em que estamos juntos, mas aconteceram antes de você se apaixonar efetivamente por mim, que foi só agora nos últimos meses e eu não deveria imaginar que você (ou será ele?!) está com medo de que eu possa tomar alguma atitude drástica como terminar com você (ou será com ele?!) se eu souber esse "segredo". se existir mesmo algum segredo.
eu só queria que a sua mudança não tivesse ocorrido na mesma época em que eu ví aquela merda daquela sua ligação à cobrar para a caralha daquele número filho da puta que eu não sei de quem é, mas deve ser de alguma filha da puta. eu queria que isso não tivesse acontecido há duas semanas. duas semanas dessas em que você (ou será ele?!) não pode ou não quer me ver.
não pode me ver porquê está deprimido com a falta de trabalho e de perspectiva. e eu não queria pensar que você (ou será ele?!) não pode e não quer me ver. tá com a cabeça fudida por isso, por isso e só por isso, mas NÃO! você (ou será ele?!) está com a cabeça fudida por isso e por mais outras coisas. que coisas???!
eu queria que você (ou será ele?!) me dissesse, numa boa, que OUTRAS MERDAS DE COISAS???? eu queria que você (ou será ele?!) para que eu parasse tentar de achar duplo sentido
eu tô confusa. confusa. confusa. confusa. confusa. confusa. confusa. e tá tudo uma merda. e eu sou uma idiota e eu queria tirar da minha cabeça essa cena idiota que eu mesma inventei que é a de vocês (ou serão eles?!) dois suando e rindo da minha cara. eu queria não imaginar vocês transando no matinho, na praia, na cama, no banheiro, no banco da praça na puta que os (...). eu queria que fosse mentira tudo isso. queria que isso não existisse e eu nem sei se existe mesmo, mas eu acho, eu penso e eu tô confusa e com medo e idiota e com raiva de mim e triste para caralho e com saudade de você.
e eu queria ser o passarinho que pousa todas as manhãs na sua janela ou aquela fotografia imaginaria que olha para você (ou será para ele?!) na mesa de cabeceira do quarto.
eu queria mesmo que fosse mentira e tudo fruto da enorme e idiota imaginação que mora na minha cabeça toda essa coisa de vocês (ou seriam eles?!) rirem da minha cara quando suam, porque se for verdade...
e não serei eu e nem você.
19.8.08
Amor, uma série ( V )
"sniff’s" de gripe ou de choro
ao seu lado no banco oposto, no ônibus, uma mulher funga
em algum lugar alguém usa sandálias de dedo
sente frio
pisa num cigarro perdido nas pedras portuguesas
na calçada
num chiclete
você pisa
Amor, uma série (IV)
eu te amo.
sim! é amor e eu não deveria estar questionando isso, mas é difícil viver nessa indefinição. nesse talvez...
é o tipo de coisa que mata e faz querer subir pelas paredes e gritar ou dá vontade de sair andando pela droga da rua com olhos mergulhados num rio de lágrimas. essa indefinição sobre o que eu represento na sua vida ou sobre até que ponto eu posso ser saudade para você. sobre o que são nossos corpos abraçados numa cama ou o que é nossa mistura de saliva num caldeirão de beijos. o que é gelado e o que são nossas mãos entrelaçadas. o que elas podem transferir de calor para nosso mundo. o que sou calada e você também calado. o que somos tagarelas?
como somos?
tudo ou nada.
se isso é amor...
Amor, uma série (III)
Eu te amo e não quero te perder.
Oh! Vida não me deixe aqui sozinha...
lágrimas escorrem bailarinas no meu rosto e me deixo levar pela dança.
ora pulam fora... ora sopram na minha orelha palavras de conforto
em um minuto estão imóveis em meus lábios
não trazem para mim seu gosto.
Amor, uma série (II)
Hoje eu acordei com a sensação de ter engolido uma rosa. Parece que o caule e os espinhos estão cravados entre o estômago e o coração que bate apressado querendo avisar angústias.
O enjôo tem gosto de flores com lã. Poderia fazer sapatinhos para qualquer boneca.
Meus sentires sempre avisamo dos perigos, quedas, desilusões. Eu nunca ligo e pago para ver. Peco por excesso; nunca por falta... de amor.
Não há engano e eles, os meus sentires, falam sério.
Desde ontem espero por seu telefonema e tudo o que tenho é dúvida.
Amor, uma série (I)
fogo que explode como fósforo aceso no bolo de aniversário.
comemorar a vida no desfazer de novelos de lã
casaco de tricôt ser
transformar fios em
vestimenta
desajustado botão protege.
ar condicionado que
gela
carinho que cafuné
b
a
queima, brilha e explode
paixão que desejo
eterno caminhar no céu.
18.8.08
Equação matemática; MERDA! ou To be or not
*é nisso que dá estar com a cabeça na lua
*não leia antes de apertar excluir e SE FÔDA!
*caralhow! eu já tava puta. triste. chateada. ansiosa. doente. irritada etc etc etc...
*só faltava realmente + isso para fechar meu dia com chave de ouro.
*medo de chegar em casa.
*aiai! só VOCÊ poderá me salvar, mas pq vc é assim, tão assim... calateboca D. Sachêt. calateboca!
15.8.08
14.8.08
Parabéns Chacal. Alô CEP 20.000 - ninguém já te segurou e nem vai te segurar.
Emoção à flor da pele
Três em uma
Infância, adolescência e Saudade
Simplicidade pode ser um album de figurinhas
ou
Amigas com unhas e abraços de amigos, por favor.
Os 18 anos do CEP foi um desbunde! Um descalábrio! Uma delícia! - Tenho uma confissão à fazer: têm dias em que você se sente iluminada e sai por aí seguindo reto e pisando em pedras preciosas no jardim. Você faz dos braços asas e desvia de borboletas. Caminha leve como um cachorrinho recém-nascido. E sorri como a menina que ganhou o maior ursinho de pelúcia da loja de brinquedos.
Não sei o que me deu, mas minha voz tava suave e enquanto eu falava o primeiro poema parecia que uma música fraquinha ressonava em meus ouvidos. Senti também que algumas pessoas, que não mais carne hoje, estavam lá (que ele tava lá me vendo) e que gente que ainda existe hoje também tava lá comigo e eu tava sentindo tanta coisa junta...
Eu tava sentindo tanta coisa junto.
Eu falava leve e queria flutuar. Parecia que eu estava andando por sobre um riacho muito raso e que esquilinhos em pé olhavam para mim esperando que eu acabasse de falar para eles vestirem em mim meu vestido lilás, minhas luvas e meu sapatinho de cristal.
{Eu sempre que falo no CEP fico nervosa, tensa, trêmula. Não por ter medo de nada, mas por repeitar o evento, o meu grupo MADAME KAOS, os Deuses da Poesia, o Sérgio Porto, o Jockey, os Deuses do Teatro, o Chacal, a perfomance, os poemas e a própria palavra. }
Na terça eu tava agitada, mas plena, calma... uma energia boa... e pareceu por alguns momentos enquanto eu falava o poema das figurinhas que eu tava lá no Leblon aos 5 anos de idade entrando na banca de jornal comprando figurinha dos ursinhos carinhosos, da Barbie, do querido Pônei.
Senti a mão da minha mãe envolver a minha com firmeza para que eu não saísse correndo da banca para o carro, pois assim atravessaria a rua sem olhar e poderia ser atropelada.
Senti a mão da minha mãe apertando a minha como se dissesse: - Filha, hoje você pode se jogar. Atravesse a rua sem olhar para os lados. Você não vai ser atropelada. Confia
Queria enxergar no olhar de todos os conhecidos, amigos e desconhecidos que estavam por lá - o que meus olhos de menina realmente viram naquela platéia. E gargalhando, abraçar minhas amigas e sentir outros abraços apertados de amigos, depois. Receber parabéns e brincar de catarse amigos. Cantar funk, bossa nova, pop rock, pagode, bolero. Inventar músicas; completá-las. Delicadamente roubar um golinho gelado da latinha do amigo. Tirar fotos; muitas fotos e sorrir.
Me segurei, mas me deixei ser levada pela emoção e naqueles minutos eu voltei a ser a menina loirinha de shortinho e galocha que colava figurinhas no álbum desejando ficar grande e quando adulta ser princesa, ter um pônei no quintal e amigos perfumados e coloridos (que tenho- [isso consegui!]) - enquanto "maleducadamente" jogava os pacotes vazios pela janela do carro.
Ali, senti que todo o vazio, os buracos e tristezas estavam sendo eliminados do coração e que alegria pode ser fazer parte de uma festa e acabar sendo a própria festa.
O aniversário do CEP para mim acabou como começou: com gosto de brigadeiro, jujuba, marshmellow, sorvete e bala de morango na boca.
Acabou como começou naquele despertar da criança que habita em mim e no sentir da mão do meu pai no meu ombro naquele palco iluminado.
*****************************
Ele sussurrou no meu ouvido palavras como: Orgulho. Filha. Pés descalços. Surpresas e lágrimas, mas isso já é outra história.
*************************
Cansei de gritar e resolvi latir
Como é horrível ser um animal.
Um animal menininha.
Usar vestidos, fazer as unhas, pintar os lábios, andar pisando leve.
Por dentro, esse animal com fome, desesperado, selvagem, irracional.
Que bom dia que nada, cara. Que boa noite, que muito obrigada. Por que você não vem me amansar?
Rasga o vestido da menininha, rasga.
Mata essa fome que eu estou de engolir seu ego, de te deixar perdido, de acabar com essa sua panca, essa sua distância.
Que se dane o esmalte falso das minhas unhas, eu que já guardei restos de células mortas da sua pele.
Tira essa cor inventada da minha boca, esse tom estúpido de flor artificial. Faça ela ficar cheia de sangue vivo, entreaberta entre um grito e um riso.
Tira esse meu andar leve e ereto, me entorta, me coloca do jeito que você gosta.
Que bom dia que nada, eu vou latir no seu ouvido se você achar que tem o poder de me magoar.
Para que ferir meu coração se você pode ferir o meu útero?
Para que dominar minha cabeça se você pode dominar o mundo pequeno e errado que eu inventei?
Eu que me faço de bem resolvida, por dentro são palpitações, são vozes de incentivo ao ataque, é calcinha de moça marcada por tanto desejo.
Eu que um dia vou ter que ser mãe, que um dia vou ter que aprender a escrever.
Eu que preciso ser levada a sério, preciso perceber que sou sozinha, preciso cuidar de mim.
Eu que agora me atraso mais um pouco, sendo apenas instintiva.
Olhando você e só querendo correr de quatro até sua canela e morder toda a lógica dessa frieza.
Querendo te enfiar dentro de mim para preencher o vazio de ser incompleta.
Para sempre a vida me deve, e eu devo tanto a ela.
Querendo calar as batidas do meu coração ansioso com nosso atrito desesperado por minutos de paz.
Para sempre o silêncio, de quem não pode pedir, mas morre de desejo, de quem acaba de conseguir, mas morre de culpa.
Olhe para mim, me dá ração que eu estou morrendo.
Olhe para mim, me deseje de novo porque eu estou murchando.
Ou apenas venha me distrair, apenas esqueça todos esses poemas falsos.
Esqueça todas essas justificativas sofridas para uma simples vontade de deitar com você de novo.
Tati Bernardi
GENIAL!!!!!!!!
13.8.08
What part of "want" disn't u understand?
Sim: derreter. Congelar. Fritar!
Depois de atender a vários telefonemas chatos de trabalho que cortam o seu raciocínio e suas frases em um texto você se pega novamente pensando que quer alguma coisa que não sabe o que. O que?! E você só sabe que deseja algo, mas não sabe o que, nem como, nem quem. Só sabe que nessa circunstância você quer alguma coisa.
Pode ser um brigadeiro. Um beijo tórrido. Dormir até as costas doerem. Transar até o amanhecer. Gozar e se sentir a mais (im)pura das mulheres e a mais pura das putas. A mais realizada feliz e satisfeita do mundo enquanto alisa o tórax, lambe o pescoço suado do ser amado, dá uma reboladinha e encaixa novamente aquilo tudo dentro de você. E você vira ele de novo e ele é você outra vez e vocês são uma coisa só.
Só que vocês têm quatro pernas, quatro braços, duas cabeças. São um alien. São mutantes. Diferentes esquisitos, mas lindos. Vocês são um monstro. Não do tipo daquele ogro do desenho animado, mas um monstro real que respira. Que sente. Que suga. Que morde que explode. Que goza. Que grita!
Vocês são um monstro, pois projetam no outro sua ânsia de satisfação e seus pensamentos mais pervertidos e sinceros. Usam o outro como receptáculo para suas insatisfações e sua luxúria. Usam um ao outro para libertar a mente das angústias e insatisfações do dia a dia. Vocês usam o outro, mas na verdade não usam ninguém.
Vocês dão o que têm um para o outro. Vocês não são um monstro, aberração – porcaria nenhuma!
Na verdade vocês são apenas um homem e uma mulher que se amam. Em horas de tesão, latência, laticínio, verdade e em todos o momentos.
Você é apenas uma mulher que deseja. E ele mais um homem que deseja. E vocês existem e se encontraram e se amam e ponto. E o sexo com ele é o melhor da sua vida e o sexo dele contigo é o melhor da vida dele, afinal ele dá 2 sem tirar. Goza sem dormir e o pau dele não abaixa e, não é priapismo que ele tem, o pau não desce e ele vai até onde você quiser ir; agüentar. E vocês são apenas pessoas que desejam.
E depois disso tudo você ainda quer alguma coisa que não sabe o que; o que?! E não é sexo que você quer, afinal é apenas uma da tarde e faz frio no escritório. O sol brilha lá fora e você sabe que vai suar quando sair para almoçar.
Quem disse que cheiro não é importante?
Estudo inglês sugere prejuízo genético para filhos
DO "INDEPENDENT"
O odor corporal desempenha papel importante na seleção de parceiros, mas a pílula parece interferir no olfato feminino, minando a capacidade das mulheres de fazerem a melhor escolha, afirmam pesquisadores da Universidade de Liverpool.
Se confirmada, a tese dos britânicos mostrará que, por perturbar as preferências olfativas das mulheres, a pílula pode ser responsável por problemas de fertilidade, insatisfação no relacionamento e separação. Ela poderia até conduzir a problemas na próxima geração, resultando em crianças com sistema imunológico mais fraco.
O estudo revelou que, em vez de serem atraídas por parceiros geneticamente desiguais, algo que os seres humanos estão inclinados a fazer instintivamente, as mulheres que tomam pílula podem selecionar homens geneticamente semelhantes a si próprias. Isso é um suicídio evolutivo, porque a sobrevivência da espécie depende da diversidade genética, dizem.
"Quando os olhos se encontram numa sala lotada, a aparência obviamente conta primeiro para determinar por quem nos atraímos. Mas o cheiro é um sentimento importante para nós. Somos animais, afinal", disse Craig Roberts, professor de psicologia evolutiva que liderou o estudo publicado no periódico "Proceedings of the Royal Society".
Segundo ele, o cheiro é importante para manter um relacionamento. "Pode não afetar por quais pessoas você se atrai, mas determina como você sente na manhã seguinte", disse.
Amostras de suor
Na pesquisa, as mulheres foram convidadas a farejar amostras de suor de seis homens, obtidas por trituração de camisetas usadas por eles durante duas noites. Para cada mulher foram selecionadas três amostras geneticamente semelhantes e três geneticamente diferentes. O experimento foi repetido antes e depois de a mulher começar a tomar a pílula.
Roberts afirmou que "as preferências das mulheres que começaram a utilizar a pílula foram deslocadas para os homens com cheiros geneticamente semelhantes". Também colaboraram no estudo cientistas da Universidade de Newcastle.
P.s- Ainda bem que o meu método é outro...rsrsrsrs
12.8.08
Bizarrices
*é para rir ou para chorar?
7.8.08
CEP 20.000 - é "di maior"!
Agora o CEP é “di maior”. 18 anos na estrada. O que muda? Nada. O CEP já andava por aí há muito tempo com carteira falsificada. Sempre entrou onde quis, já nasceu abrindo caminho. É o irmão mais velho dos eventos de poesia. Dirigia sem carteira e já andava embriagado. Sabe como é, tem amigos na Blitz. Tem amigos nas melhores bandas, e em qualquer lugar onde sopra poesia, todo bafômetro se manda. Aqui, a caretice não tem vez. O CEP sobrevive ao açaí com guaraná, à onda do politicamente correto e das proibições, não pode beber, não pode fumar, não pode dar um dois, então passa na di um, dixava e vamo lá!... Festejar os 18 anos do CEP 20.000, na próxima terça, dia 12, a partir das 20h, no Espaço Cultural Sérgio Porto.
Vou me apresentar com meu grupo, Madame Kaos, então espero ver todos lá!
CEP 20.000 – Centro de Experimentação Poética
Espaço Cultural Sérgio Porto
(Rua Humaitá, 163 / tel : 2266 0896)
Terça, 12/08, às 20h
Ingresso: R$ 4,00
5.8.08
Devaneios de Coluna Social, por Beatriz Provasi - publicado em NUMA NOITE QUALQUER
Gente, não vou nem reproduzir porque não vale a pena, mas achei hilária a nota que saiu ontem no JB sobre a nossa apresentação da Madame Kaos com o Fausto Fawcett e a Orquestra Charles Bronson! O cara (ou mulher, sei lá quem escreveu aquilo) só faltou dizer que a gente fez uma suruba no camarim... e não tinha nada a ver! Disse algo assim, que o clima foi esquentando enquanto "as cervejas REBOLAVAM goela abaixo", gente, alguém já viu cerveja rebolar?!?! Muito tosco! Deve ser porque eles acham que se tem Fausto no meio tem que ter louras rebolando... aí na falta das louras, já que nós somos morenas, resolveu inventar outra loura pra rebolar! A Cerveja!!! só rindo mesmo. ( a gente até brincou com a coisa das louras no palco, entrando de perucas na hora da Kátia Flávia, mas em tom de brincadeira com o senso comum, porque é o que todo mundo espera) Aí depois a nota diz que nós, as meninas, "abraçadas", falamos "versos safados" no ouvido do Fausto. Porra, se decide, né, meu irmão, ou somos lésbicas ou oferecidas! O cara (ou mulher) usou várias palavrinhas pra criar um clima de erotismo que, na real, não tinha. Tinha a gente tomando cerveja com o Fausto, batendo papo e se divertindo, enquanto os meninos da banda estavam lá todos tensos com a apresentação, e a produção meio histérica, como todas as produções. E os "versos safados" nem são nossos, são do Mário Bortolotto, porque antes, no bar, quando a gente foi buscar cerveja, eu tinha comentado com o Fausto desse poema, e quando voltávamos ao camarim, lembrei que o livro estava no meu carro e peguei pra mostrar pra ele. Peguei o livro pra ler e Juju se juntou a mim, lemos juntas, nem "abraçadinhas" nem "falando no ouvidinho". Mas o que se esperar de uma coluna social, não é mesmo?! Nego adora apimentar as coisas... Em vez de falar da apresentação, fica inventando buxixo de camarim, e tudo fora de contexto! Mas na real, eu nem fiquei puta, não. Achei foi pra lá de engraçado! Meu dia ontem tava bem desanimado e isso me arrancou umas boas risadas... E pra quem quiser saber o que é Madame Kaos extra fuxico de jornal B, a gente vai se apresentar no próximo CEP 20.000, que comemora 18 anos, na próxima terça, dia 12, a partir das 20h, no Espaço Sérgio Porto, no Humaitá. E agora deixo vocês com os "versos safados" do Mário, que eu adoro!
A MIM ME GUSTA LAS MUCHACHAS PUTANAS*
Dessas que chupam as bolas
que entram de sola
das que não tem meio termo
que abrem as pernas e não pedem arrego
dessas depiladas, peladas, liberadas
eu as quero desarmadas
de boca esporrada
Eu as quero do jeito que for
tocando bongô
com a boca no microfone
chamando meu nome
no meio da chuva
dessas que passam gel no cabelo
que a gente flagra no banco traseiro do carro
dessas que dizem os diabos
que agarram o seu pescoço
que sempre dão o troco
dessas com aros em forma de brinco
que sabem segurar um pinto
essas entendem o que eu sinto
essas sabem que eu não brinco
se entopem de vodka assistindo Mtvê
essas nunca vão chorar por você
não vão mentir pra você
não tem por que
não vão contar histórias
não vão dizer que você foi a melhor foda
não vão querer seu sangue, só o seu dinheiro
não vão querer flores, nem caixas de bombons
não te arrastam pra igreja
só se encharcam de cerveja
e se eu digo: pra mim chega.
elas guardam o batom e vão embora
nunca estão de calcinhas
quando descem as escadas
estão sempre dançando
mordendo
chegando de táxi a uma da manhã
elas não são puras, são putas
não querem o céu
não sabem quem é Nina Simone
não querem o meu número de telefone
paixão elas tiram de letra
encaram qualquer treta
com uma chave de boceta
Adoro essas putas loucas
caindo de boca
que nunca ouviram um blues
fazem chupeta e dão o cu
Eu as quero sujas
num beco escuro, atrás do muro
meu pau abrindo caminho
desprezando carinho
fissura de vinho
na segunda-feira
gozando na primeira
comendo pastel na feira
maquiadas
peladas
desbocadas
a mim me gusta
que se fodam as puras
que gozem as putas
* o poema é do livro "Para os inocentes que ficaram em casa", que é todo muito bom!