vontade de ser a formiguinha na sua parede. o mosquitinho que zumbe no seu ouvido. a espuma do sabonete que escorre no seu peito. a água do seu banho. o neurônio que dá choque no seu cérebro. a sujeirinha no seu dente. eu queria. queria. queria. queria ser alguma coisa que pudesse estar perto de você para que eu pudesse ver o que está acontecendo.
para que eu pudesse confirmar minhas quase certezas ou tirar essas caraminholas idiotas de vez da cabeça. eu queria conseguir parar de pensar em besteira todos os segundos do meu dia. estar com o coração em paz, eu queria. só que eu estou confusa. confusa. confusa. com medo. com medo. com medo idiota.
às vezes com raiva. às vezes chorona. chata para cacete. sensível e confusa. idiota. fazendo elocubrações. secando gelo. chupando prego. penteando macaco.
eu tenho mais o que fazer, mas não consigo fazer nada senão pensar em você e em você com ela e em vocês rindo da minha cara. em você com ela ou em você sozinho dormindo como um anjinho perdido na nossa cama. um anjinho perdido e confuso e triste e deprê. um anjinho que sente a minha falta, mas como você mesmo disse querendo, mas não podendo me ver.
eu queria não ter o poder de pensar e interpretar duplos sentidos. eu queria ouvir coisas e só ouvir. simples assim; escutar- não processar- ouvir e não pensar. não pensar em duplos sentidos. não sentir o que minha interpretação (certa ou errada) de duplos sentidos me faz querer sentir e efetivamente sentir. sentir porque eu imagino vocês (eles) dois suando e rindo da minha cara. e eu posso ir lá e ele não quer.
eu queria não tentar interpretar a frase: “quando eu puder eu vou praí”. eu queria não ouvir a frase: “dá um tempo aí”. eu queria ficar muda e não falar: “... mas eu posso ir praí”. eu queria não ter dito: “tá bom. não insisto mais. quando você quiser me ver me avisa.” – porque - agora eu vou ficar pensando todos os segundos dos meus dias em que ele não me chamar para estar lá: ele não quer me ver. ele não quer me ver. ele não quer me ver. ele não quer que eu vá pra lá. ele tem outra. tem outra!!!! e, eles riem da minha cara enquanto suam.
eu sou uma idiota mesmo. e o pior é que nem a minha amiga que tem casa lá ta mais indo para lá para eu ir lá na surdina. para eu chegar lá de repente. para eu me livrar dessa angústia. para eu ir lá e ver que não é nada disso. ou para eu ir lá e dar um tiro no meu pé. uma porra de um tiro no meu peito e pronto. acabou. c´est fini. ela cruzou a linha de chegada. aqui jaz. ou qualquer merda de representação para final e pronto. ponto.
eu queria me livrar desse medo. dessa merda de medo. dessa confusão na cabeça. desse baralho que não pára de girar na porra do meu cérebro confuso.
eu queria não ter dito e não ouvido: “...mas você ta mal porquê? é só (só?!) por causa do negócio do emprego? da falta de grana?” / - “ é por isso e outras coisas mais”...
eu queria não ficar pensando todos os segundos do meu dia- “ ... mas que coisas mais?”. ele tem outra. ele tem outra. ele tem outra e eles riem da minha cara quando suam!!! e eu aqui a querer escalar paredes. e eles rindo da minha cara quando suam e eu nem sei quem pode ser ela. se ela existe mesmo ou é fruto da minha imaginação para fazer jus à minha baixa-estima e minha síndrome de sou uma sofredora. dor. dor. dor. você tem que sofrer. chorar até chegar no limite da sua dor. você tem que se torturar até não agüentar mais respirar e querer se matar. você tem que se jogar do abismo porque eles riem da sua cara quando suam e você não sua, sua otária. e aí assim você ia ficar feliz sua cretina movida a dores e pensamentos tortuosos. torturantes. sua torturadora de si mesma. sua filha da puta cretina que ama. sua...deixa pra lá.
eu queria não pensar. não pensar. não ter visto o que vi. queria saber de quem é aquela merda daquele número que é o mesmo número da mensagem de amor que você (ou será ele?!) - recebeu em março quando no mesmo março eu quase pirei e você (ou será ele?!) quase pirou e nós quase nos separamos?!
eu queria não ter visto essa merda desse número piscar na tela do seu (ou será dele?!) telefone. e eu queria descobrir de quem é essa merda de número e eu queria que você (ou será ele?!) não tivesse ligado à cobrar para esse número recentemente. e eu queria não ter anotado essa merda de número e eu queria saber de quem é essa merda de número e eu não devia pensar em porra nanhuma e nem querer saber de porra nenhuma e nem imaginar bosta nenhuma. eu devia viver. deixar os dias passarem. não imaginar nada e ponto: viver em paz. e pensar que você (ou será ele?!) me ama e a mais ninguém. e que você (ou será ele?!) tá tocando punheta toda noite pensando em mim e só em mim e em MIM. em MIM BOSTA E PONTO. e que você (ou será ele?!) tá sentindo uma falta danada do meu corpo. da minha pele. da minha (...) e de nós. e que você me ama. me ama. me ama. e deseja só a mim. e à minha. e aos meus. e o nosso cheiro de suar entranhado no corpo. na pele. e que vocês (ou serão eles?!) não riem de mim enquanto NÃO SUO. e eu não queria pensar que talvez alguma vagabunda esteja grávida de você desde março. e eu não queria e nem devia pensar que ela só te contou isso agora e eu não queria achar que você tá com medo de me contar isso ou qualquer outra coisa que tenha ocorrido nesses meses em que estamos juntos, mas aconteceram antes de você se apaixonar efetivamente por mim, que foi só agora nos últimos meses e eu não deveria imaginar que você (ou será ele?!) está com medo de que eu possa tomar alguma atitude drástica como terminar com você (ou será com ele?!) se eu souber esse "segredo". se existir mesmo algum segredo.
eu só queria que a sua mudança não tivesse ocorrido na mesma época em que eu ví aquela merda daquela sua ligação à cobrar para a caralha daquele número filho da puta que eu não sei de quem é, mas deve ser de alguma filha da puta. eu queria que isso não tivesse acontecido há duas semanas. duas semanas dessas em que você (ou será ele?!) não pode ou não quer me ver.
não pode me ver porquê está deprimido com a falta de trabalho e de perspectiva. e eu não queria pensar que você (ou será ele?!) não pode e não quer me ver. tá com a cabeça fudida por isso, por isso e só por isso, mas NÃO! você (ou será ele?!) está com a cabeça fudida por isso e por mais outras coisas. que coisas???!
eu queria que você (ou será ele?!) me dissesse, numa boa, que OUTRAS MERDAS DE COISAS???? eu queria que você (ou será ele?!) para que eu parasse tentar de achar duplo sentido
eu tô confusa. confusa. confusa. confusa. confusa. confusa. confusa. e tá tudo uma merda. e eu sou uma idiota e eu queria tirar da minha cabeça essa cena idiota que eu mesma inventei que é a de vocês (ou serão eles?!) dois suando e rindo da minha cara. eu queria não imaginar vocês transando no matinho, na praia, na cama, no banheiro, no banco da praça na puta que os (...). eu queria que fosse mentira tudo isso. queria que isso não existisse e eu nem sei se existe mesmo, mas eu acho, eu penso e eu tô confusa e com medo e idiota e com raiva de mim e triste para caralho e com saudade de você.
e eu queria ser o passarinho que pousa todas as manhãs na sua janela ou aquela fotografia imaginaria que olha para você (ou será para ele?!) na mesa de cabeceira do quarto.
eu queria mesmo que fosse mentira e tudo fruto da enorme e idiota imaginação que mora na minha cabeça toda essa coisa de vocês (ou seriam eles?!) rirem da minha cara quando suam, porque se for verdade...
e não serei eu e nem você.
Um comentário:
acho tão injusto eles terem outras coisas na mente deles, qdo tudo que querermos é ser uno.
qdo conseguir deixar de ser confusa, me ensina como faz?
beijaaa
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