14.8.09

sobre fagulhas e pudim de leite (VI)

por quantas luas

meu olhar irá sobreviver

-ainda-

e respirar verdades imaginadas

num futuro próximo presente?


uma gama nova

de verbos no dicionário

e os versos da minha vida

surgem

num espaço

placa tectônica de tempo

-que se perdeu terremoto-

em meu corpo


na estante,uma boneca

-réplica repetição de mim-

e o mesmo tufão de sentimentos

rodopia pelo quarto


assim,

saio por aí

ventania


fazendo voar

tudo que sinto


por isso,

consigo derrubar

em rios gélidos

enxurradas de concreto,

amor e ardência


ardo em queimaduras, bolhas

e abelhas

nas frestas e tremores

do meu corpo

espelho


meus olhos de sorriso

e respirações ofegantes

transitam por quantas luas?


será que minha visão

ainda tem tempo de esperar

-dias e noites-

para que minha alma anteveja

o sentimento presente

que desenha na alma

corações avermelhados

de paixão?


nuances da minha juventude

esquecida em luas


-regressões projetadas-

numa tela estrela

de cinema mudo


o sol brilha estreito

no céu azul da minha boca

e meus dentes mordem

com voracidade

o que sinto


no seu pescoço

minhas unhas cravo

quando perto

e enquanto

seus braços

são enroscados corda

em volta do meu corpo

-em delírio-


sinto suas mãos

me rodeando e apertando

assim tão claras

como o brilho

de uma purpurina diamante

transparente cristal


-a lua chega-


esperei pacientemente por ela

e ela, ansiosa e amarela

grita nos meus ouvidos

enquanto o vento

sopra a boa nova

-a novidade-


você chega

e esta perto

-dentro de mim-

mais uma vez


essa noite

Um comentário:

Juliana Porto disse...

Noite de lua nova ou cheia?

Ui.
=)
Beijos, Ju.