22.6.09

Sobre cafuné e canções de ninar (VII)


Da série: Esta é uma carta de tristeza profunda
ou
"serão Deuses astronautas"?

suponho que você tenha me ligado ontem. ví a ligação perdida lá pelas tantas - horário em que acordei. passei o dia dormindo, aliás, o fim de semana e só não estou dormindo hoje, pois tive que vir trabalhar, senão... ficaria dormindo - semanas, meses ainda.

hoje meu dia não está sendo do melhores. faz 8 anos que meu pai morreu e não posso chorar. é aniversário da minha mãe e seria injusto com ela.

tenho pensado - muito- como te disse no sábado. não me recuso a falar com você, aliás, acho que temos que conversar ainda. conversar muito, muito mesmo.

meu coração está quebrado em milhares de cacos. a emoção fala mais alto algumas vezes, em outras, a razão grita no meu ouvido. não sei o que fazer. continuo perdida. descalça. no meio da chuva de pensamentos que giram em minha cabeça. tenho andado tonta. as linhas, os caminhos, não são mais retos na minha cabeça. tenho pensado em nós, em mim e em você. fica tudo no mesmo saco, sabe?

os sentimentos muito misturados. confusos. tintas fortes em tudo. sangue escorrendo que não coagula. não sei mesmo o que escolher. estou perdida. em alguns momentos me vejo covarde, como você mesmo disse - e essa palavra - COVARDE não sai dos meus ouvidos. a sua voz falando... - medo de te pressionar ou te deixar triste, entenda, não é cobrança, mas constatação de um estado de espírito ou mesmo percepção de algo que habita em mim. coragem, que tive de assumir o meu amor por você, assim como a sua coragem também, mas agora, tenho deixado o medo, a covardia - me guiarem. medo de voltar atrás e tentar de novo e ser chamada de covarde novamente.

medo, muito medo de não voltar atrás e te fazer sofrer e também por voltar atrás se esse sentimento, essa vontade se mostrar mesmo forte - de voltar. se o medo sair de mim... não sei. preciso ainda pensar assim como conversar com você ainda, muito. e te olhar. preciso muito olhar para você. para os seus olhos e ouvir o que eles me têm a dizer. não sei, pode ser tudo utopia. pode ser verdade. pode ser lúdico ou minha imaginação apenas.

não te verei nunca como ex-namorado e sim como amigo, sempre. e sinceramente, se não conseguir decidir ainda, por voltar a ser sua namorada - lembrando que foi você quem terminou, mas não querendo te pressionar por isso, também, pois sei que esse tipo de coisa acontece. Mais cedo ou mais tarde, acontece e você terá tantas, mas tantas namoradas... infinitamente melhores que eu... - que nem posso fazer previsões sobre isso... - e olha que sempre te disse que eu tinha medo de te machucar... só que o que aconteceu não foi exatamente isso... - mas ando pensativa. demais até.

quero te tranquilizar, pois não me verá acompanhada de nenhuma forma, até porque, não quero ninguém e percebo que sem você, neste momento e por um período longo, é melhor que eu esteja, que eu fique mesmo sozinha. muito sozinha, mas para estar sozinha, preciso de companhia. da companhia dos meus amigos e amigas e inclusive da sua companhia como meu amigo, neste momento.

nada disso é definitivo, até porque estou muito confusa e você sabe disso, mas preciso me organizar, sabe...

enquanto isso, penso. e quero que você fique bem. estou tentando melhorar, mas está difícil. ando catatônica ainda. não sei o que pode ser melhor, nem pior. confusão é meu nome e isso faz parte do "inferno astral" que acaba na terça que vem - assim espero.

aguardo sua resposta. sua ligação. sua mensagem.

te cuida meu lindo. entreguei as decisões à Deus e a à meu pai. eles vão me ajudar a decidir pelo melhor - tanto para mim quanto para você.

a única coisa que posso te adiantar e ter certeza é de que sinto saudades. muitas saudades de ti.


beijo,

Um comentário:

Juliana Porto disse...

Lembrei de Los Hermanos:

" ...Vê se te alimenta e não pensa que eu fui por não te amar..."

Abraços.