pirlimpimpim

mágica
você surgiu na minha frente
estática eu
sem reação
posso falar com você?
Oi!
Vergonha!
medo de levar um fora...
Ai!

perdida em dois quarteirões
nossos corpos separados
cena de filme ao dobrar da esquina
mundo congelado
freeze
a calçada está cheia
você parece estar ocupado
no Alaska dos meus pensamentos
me afasto
passo!
com turbinas nos pés sigo
vou ao mercado comprar o café da manhã só pra mim
tentando disfarçar o que agonizo
nossos olhares se cruzam
nos vimos,
eu sei...
mas nervosa como estou
só uma esteira rolante para aproximar nossos pés
paralisada que estou
sem saber os motivos da taquicardia
senti só que não devia chegar perto
ainda tenho medo do que poder ser do gênio forte que habita em você

é enlouquecedora a palpitação
coração quer rasgar meu pescoço e sair como o ar que volta depois da traqueostomia
acendo milhões de cigarros para segurar a angústia de não te falar

o chão vibra
não sei se são minhas pernas
ou o asfalto embaixo de mim
estou tonta
não sei mais andar
paralisada deslumbrada em te ver...
me calo
passo
sigo.

tenho medo de repetições...