14.12.06

POESIA VOA 2.0


A iniciativa de Bruno Cattoni e Tavinho Paes em fazer o Festival Poesia Voa 2.0 foi das mais importantes do ano de 2006.
Sem patrocínio e com sangue, suor e amigos foram três dias de vôo no Circo.
O alto astral rolou solto para os poetas e bandas que entenderam a proposta das rodas randômicas. Já quem não entendeu a proposta se estressou e perdeu a oportunidade de levar um pedacinho do vôo da poesia no coração.

Alguns têm até licença poética para tal atitude, porque sou passional e duas pessoas nesse meio para mim, estão acima do bem e do mal (quem me conhece sabe quem são). - As outras foi histeria mesmo!!!

"O vôo do poema não pode parar"- e mesmo com esse "toque" de Mário Quintana, alguns ânimos ficaram acirrados por incapacidade de alguns se desvencilharem de seus próprios umbigos e perceberem- se inteiros e fazendo parte de um todo.

Falhas acontecem e têm que ser entendidas. Tiveram coisas com tudo para dar errado que deram certo e coisas certas que deram errado. Acontece. É normal. Anormal se fosse diferente. Ninguém erra ou falha por que quer, ainda mais sendo amigo e respeitando o trabalho do outro.

Direitos Humanos é paciência, compreensão, integração e gratidão.

Tavinho e Bruno promoveram um Festival de Poesia para nós poetas que acreditamos nas palavras e em algo maior, mas na verdade nem todos perceberam o que existe de maior nisso em questão de futuro. Eu acredito em sonhos que se concretizam.

Poucos perceberam que os organizadores fizeram um evento para louvar algo ainda maior que a própria poesia- deram um sopro em direção ao futuro, ao integrarem pessoas diferentes no mesmo território.

Um Circo Voador livre, democrático. Durante os três dias passaram por lá, índios, ciganos, cantores, poetas, expectadores. Hip-Hop, Pop, Samba n´Roll poético explosivo – se me pedissem descreveria o evento como tal.
E realmente tudo foi uma bomba-relógio de emoção que me tocou profundamente.

Ver e ouvir Mário Botolloto altas horas falando que "não quer as puras, sim as putas" acompanhado pelo Alexandre França no violão- me emocionou. Tico Santa Cruz me surpreendeu. A energia foi tanta que uma menina da platéia pediu para Tavinho se podia subir e cantar uma música. Subiu. Foi lá e fez. Cantou Raul. Cazuza já tinha sido cantado e isso e a energia do abraço puxado por Igor Cotrim com um simples cartaz: ABRAÇO GRÁTIS- fechou o triângulo de energia daquela noite em que fiquei triste com a desistência de um super poeta em falar, por estar há muito tempo esperando. E o final espetacular dos Budas sem cabeça que estavam esperando a hora de entrar no palco desde as 18h e tranquilos socializavam no camarim- entraram no palco as 15 pras 2 da manhã e mandaram ver no Rock n´Roll- tudo isso pq -Eliana Brito, a primeira Dama da POESIA carioca (mulher do Tavinho Paes) se lembrou de tê-los conhecido e que eles não tinham tocado. Ela grita: -Tavinho os meninos que estão no camarim... e o Tavinho- Quem é chama! Qual o nome da Banda? (eu que estava com Eliana quando entramos no camarim errado e demos de cara com os "Budas" gritei: Os Budas sem cabeça!!!). E o Tavinho: - Os Budas sem cabeça... e aí... Rock porrada na veia! ( Os Budas ficaram muito felizes por tocar no Circo voador. Para eles, foi a relaização de um sonho). - E por isso existe o movimento. Esse movimento do bem que faz a poesia Voar...

Terça feira, a mesma coisa. Música, paciência, amizade e poesia.

Se me pedissem para dar um testemunho, simplesmente diria: ano passado falei um poema na Edição 1.0 e portas, inúmeras se abriram para mim. Estava começando no circuito de Saraus de Poesia e até hoje colho frutos da poesia lida ali ao microfone.

Fiz questão de estar presente todos os dias e ver o evento como um todo maior- a presença de Thiago de Melo que veio diretamente do Amazonas para ser patrono e fazer poesia com os direitos humanos. Um poeta consagrado, conhecido estava lá e disponível para conversar com os novos poetas. Mostrou na atitude no lirismo, a sensibilidade humana, a alegria de viver, a luta contra a opressão, o amor constante à Amazônia. Thiago não escreve seus poemas apenas em busca de elegância formal: neles se joga por inteiro, coração, cabeça e sentimento, e isso lhes dá autenticidade e força interior. – Os poetas cariocas deviam aprender com Thiago de Mello. Deviam entender a importância disso para um mundo melhor.

Para Tavinho Paes, Bruno Cattoni e para o super poeta e meu amigo que não falou, fica aqui, o meu abraço grátis.

Lágrimas escorrem do meu rosto agora quando escrevo para agradecê-los pelo que fizeram. Divido meu coração com vocês, pois em 3 dias vivi momentos de muita alegria, energia, cantoria no Circo.

Parabéns mais uma vez e Obrigada por tudo.

Um comentário:

Khalee Duranki disse...

Oi Ju! Que maneiro seu blog!!

O evento foi marcante mesmo, e fico feliz demais de ter subido no palco e cantado. Fiz o que senti que devia fazer, e deu no que deu.
Só tenho a agradecer a vocês que estavam lá comigo!

beijos!!!!