8.4.09
Sobre demolições e água na boca (III)
é tempo de fingir,
de mentir,
dissimular.
portas e janelas
dormem
e sonham
com alguma ventania
que as faça abrifechar
desejam algum barulho,
volúpia,
insistência!!!
é urgente que um pesadelo
as desperte
ainda de madrugada
como frase fora de contexto
em briga de namorados
mistura que machuca o paladar
de baunilha e hortelã
em qualquer coração
desesperado e pré-disposto
a sangrar feito gengiva
após cirurgia de ciso
sofrer lembranças amargas
até o fim dos tempos
até o total esquecimento
de tudo que por ventura
se fez bom
todo entorpecimento,
espera
e soluços.
é tempo de fingir,
dissimular e
esquecer
escovar os dentes
tomar um calmante
acordar sem olheiras
para no dia seguinte
posar para novas
fotografias.
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