7.4.09

sobre sujeira e interrogações (II)


descargas elétricas
raios e choques
revelam
o que devo sentir

-formigamento do agora-

momento de desespero
no deserto

fraqueza
não esperança;
franqueza

braços, dedos, mão
adormecidos

-ilusão latejante-
pior que queimadura

fogo, carvão em brasa

-subjetividade-

ataque de formigas
sentimento
projetado na parede
do banheiro

área nobre
onde se faz possível
descarregar imperfeições,
vergonhas

local onde podemos perceber
se continuamos saudáveis

lá, contabilizamos
anos de vida
ou proximidade da morte

-água-


escorrer pelo ralo
tal qual impureza
é o mesmo
que jogar
o secador na banheira

- morte certa-

choque elétrico
destruição de medos
sem direcionamento

algum lugar
diferente da Av. Atlântica
ou de dentro de você

qualquer lugar
com postes sempre acesos,
sirenes de polícia e
esquinas imundas

2 comentários:

Adriana Monteiro de Barros disse...

Ju querida,
ando meio como esse poema, meio água pelo ralo, meio secador na banheira, meio tsunanami e maremotos...sei lá, meus pés estão cansados de pisar em conchinhas e meus versos, ah meus versos...já estão tortos!

bjs e sorte no concurso.
ps: nem isso eu fiz.

Pedro Lago disse...

Quando estiver assim, se quiser, vá alí no banquinho do Arpoador, sempre sai, sempre sai....

bjs

PL