29.11.06

não me peça explicações

Não entendo o que escrevo.
Você entende?
Não peças para que eu explique meus traumáticos poemas inconscientes nas Freud-junguianas teorias.

Não peças para que eu transforme minhas imagens soltas em fotografias explicativas, telas de Da Vinci nem em esculturas de Rodin ou Camile.

Não peças para que eu saiba explicar com detalhes minha essência, meus desejos e nem as loucuras que levianamente cometo por aí.

Não sei. É simples. Não sei. Simplesmente o que eu represento enquanto humana, nem o que minha cabeça pensa racional, o que acham de mim, o que falta em você, o que é preciso em nós.

Não sei nem hipoteticamente contemporizar explicações, porque na verdade nem sei quem sou.

Não faças reclamações sobre minhas frases soltas. Completas ou in. Nem sobre as tolas, clichês, idiotas, erradas, burras, sem sentido, esquisofrênicas, psicossomáticas, rebeldes, rodopiantes, psicotrópicas, psicóticas, roubadas, anfetamínicas, marias Joana, cervejas, geladas, destiladas, sortudas, bonitas, sentadas, magnéticas, venenosas, vagas, bêbadas, sóbrias, leves, lívidas, doloridas, alegres, irremediáveis, calculistas, calculadas, metricadas, geométricas, sentimentais.

Eu não sei
Eu não sei explicar
Eu não sei explicar
Eu não sei explicar o que escrevo porque não entendo o que insiste em mim.

Nenhum comentário: