7.7.09

Poema de Luana Vignon

no fundo nunca deixei de ser
uma garota tímida
pronunciando as palavras erradas
tentando arrancar a verdade das ostras
machucando as mãos
machucando tolamente as mãos
lambuzadas de manga
e de uma solidão ainda ternamente doce
sem saber que a dor estava bem guardada
num bolso qualquer da memória
e que acordaria numa manhã
estranhamente abafada e lúcida

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