Tudooooooooooooooo!
28.12.06
27.12.06
Kaiser Chiefs - I Predict A Riot
Sim! Eu quero voltar pra SP prá dançar isso enlouquecidamente na pista quadriculdada da FUNHOUSE- com o Nê, a Nah e o Penta.
Tom Waits - 'Downtown Train'
Isso sempre vai me lembrar "alguém" ou alguma "coisa"...
Tem coisas que marcam
outras rasgam e fazem cicatrizes
tem cicatrizes que não fecham
outras devem ser cobertas com tatuagem
umas ficam lindas
outras avisam quando vai mudar o tempo
tem coisas que a gente sabe que não pode, mas quer...
protect me from what i want
protect me from what i don´t want
e talvez eu quisesse entrar nesse trem por toda a eternidade...
só sei que hoje, tá FODA! Tudo!
Doroty
Mágico de OZ com Alice no País das Maravilhas
tudo misturado
nesse descontinuado conto de fadas
de querer com você
uma história sem final feliz
encapsulada no tempo presente
Uma coisa assim que viva o dia a dia do calendário
um hoje,
um amanhã
hoje,
um depois de amanhã
hoje,
um ontem
hoje
um hoje
hoje
hoje !
Um tudo
hoje
agora
now!
Tudo agora hoje!
now
NÃO!!!
Tudo urgente nos seus sapatos vermelhos
nos meus pés cor-de-rosa
na pele que grita você você você
no você que deseja todos os meus mins
em cada ônibus desgovernado que passa do ponto
em cada ônibus que não dá carona quando torrencialmente chove
e o bolso está furado sem 5 reais para comprar um guarda chuva descartável
O desejo de correr é mais forte do que a vida que vela o sono
do que o sangue que corre nas veias
do que o sapatear dos seus passos procurando o arco-íris
e as nuvens com gosto de anis.
pay atention
que esperam,
que choram escutando música francesa.
Mulheres passam a vida
esperando homens
que as despertem
enquanto eles
tomam vinho barato
em copos de boteco
olhando para mulheres
que nunca serão deles...
enquanto as que seriam esperam...
26.12.06
I predict a Riot - Kaiser Chiefs
Is not very pretty I tell thee
Walking through town is quite scary
And not very sensible either
A friend of a friend he got beaten
He looked the wrong way at a policeman
Would never have happened to Smeaton
And old Leodiensian
La-ah-ah, la la lalala la
Ah-ah-ah, la la lalala la
I predict a riot, I predict a riot
I predict a riot, I predict a riot
I tried to get in my taxi
A man in a tracksuit attacked me
He said that he saw it before me
Wants to get things a bit gory
Girls run around with no clothes on
To borrow a pound for a condom
If it wasn't for chip fat, well they'd be frozen
They're not very sensible
La-ah-ah, la la lalala la
Ah-ah-ah, la la lalala la
I predict a riot, I predict a riot
I predict a riot, I predict a riot
And if there's anybody left in here
That doesn't want to be out there
Watching the people get lairy
Is not very pretty I tell thee
Walking through town is quite scary
And not very sensible
La-ah-ah, la la lalala la
Ah-ah-ah, la la lalala la
I predict a riot, I predict a riot
I predict a riot, I predict a riot
And if there's anybody left in here
That doesn't want to be out there
I predict a riot, I predict a riot
I predict a riot, I predict a riot
E eu acho que sou...
FunHouse (SP)
Este foi, originalmente, o nome escolhido por quatro roqueiros de Detroit para se referir ao local onde eles passavam a maior parte do seu tempo, lá no final dos anos 60. A casa da diversão. Foi na Fun House que esses caras, que se auto-intitulavam Os Patetas, e eram liderados por um magrelo chamado Iggy, inventaram um jeito de tocar rock inspirado essencialmente nos barulhos emitidos pelos eletrodomésticos.
Pra não cometer um lapso histórico, vale ressaltar também que esse jeito de fazer música deu início ao que, dez anos depois, viria a ser conhecido como punk, e transformou a figura esquelética e fora de controle do vocalista em padrão de beleza e comportamento. Mas isso é detalhe. O que importa é que era lá nessa Fun House que esses quatro botavam pra fora toda a infinita eletricidade que eles captavam da vida.
A FunHouse paulistana não é bem assim. Ninguém mora lá, e esse sobrado azul-calcinha ainda não deu cria a nenhum Iggy & the Stooges. Mas também não se trata de uma casa noturna montada por empresários fazedores de dinheiro que fumam charutos e viajam pra Miami, ou por oportunistas de plantão desesperados em faturar em cima das novas tendências. É claro que seus proprietários procuram fazer seu ganha-pão com este trabalho, porque é preciso fazer a feira. No entanto, pelo mesmo motivo que, na primavera de 1970, os Patetas de Detroit se trancaram na FunHouse e gravaram 7 horas e 52 minutos de música pra fazer um disco de 36 minutos (propriamente intitulado Funhouse), os responsáveis por este estabelecimento noturno mergulharam de cabeça na missão de construir este templo porque estavam respondendo a um chamado da natureza. A FunHouse não é uma moda nem um ato oportunista.
Isso se explica em parte pelo fato deste empreendimento não ter sido feito com a intenção de agradar a ninguém que não seus próprios mentores (e talvez seja por isso que agrada a muita gente). Chame isso de personalidade, se quiser. Assim sendo, a FunHouse não se identifica com nenhum rótulo genérico (indie, ou rocker, ou electro, ou whatever). E também não corre atrás das tendências de época.
Isto posto, também fica claro que esta FunHouse paulistana não tem absolutamente nenhum parentesco com quaisquer outras fun houses espalhadas pelo Brasil e pelo mundo afora. Mas garanto que seus proprietários também não arrancam os cabelos por causa delas. Aliás, que venham outras, porque uma cidade cosmopolita precisa de opções. E se você também já se sentiu órfão de opções... seja bem vindo. Essa casa foi construída para gente como você. Divirta-se e trate-a com carinho. E depois, monte uma banda, pinte um quadro, escreva um livro, abra um negócio seu. E tenha certeza que só assim você estará fazendo a sua parte para, quem sabe, vir a ser um dos patetas você também.
Retirado de: http://www.funhouse.com.br
quando chega o verão...
absorvidos no calor do boné
abelhas pousam
sol escaldante
não sei estar aqui
eco
sentir na praia
sentar
rimel borrado
na cadeira quente
favos de mel
por favor, não sei esperar
por raízes de árvore
nem por águas de coco
não sei separar
cartas de baralho
nem fazer pic-nic
não sei
explodir
prazeres dispersos
nem ventos mundanos
ficar pelada em furacões
alheia
não gosto,
mas sei
a alma nua
olhos que me vêem
sei não...
pode ser inverno hoje.
Retrospectiva 06
amar é tão difícil
hoje
esquecer
paixão no fundo da mala
ontem solidão
esquecer
areias no fundo do tênis
palavras
no canto do armário
solidão
gavetas abertas
coração
esquecer
solidão
coração
estar incerto
em todo longe perto
dizer em você
tudo e nada
devo me esconder
na solidão do coração
esquecida
swiming pool
tulipas boiam
ondas...
olhos negros
envenenados
mergulham
azuis no céu
santo sol
esquenta chuvas
luas negras
imaginário no futuro
das estrelas virgens
cloro arde
vazio de emoções
estar completo
ser quebra-cabeças
água quente borbulha
sangue
sopro faz bolhas de sabão
sorrio no escuro do dia
translúcida
22.12.06
Clarice Lispector
Tavinho Paes disse que sou a Clarice lights... rsrsrsrsrs
sem querer me achar, mas...eu acredito! eu acredito!
20.12.06
Ciclos
eu me cerco de cuidados e de repente...
tão triste que ao invés de chorar, sorri. tão nada que na impossibilidade de te achar, parti. tão longe que sem sapatos, sentei. tão idiota nem sequer pensei em voltar para onde te perdi. tanto frio que sem lençois, congelei na praça. tão lua que sem calefação fotografei ruas.
sem passos que na arei deixei as pegas e peles do pé.
adormeci no desmaio da noite.
sem chão,
sem fim...
sem o fim que não amanhece
para morrer em paz
sem a paisagem que me faz ser
vida.
aquarela
lies
ferve a falta de chover poesia
abuso no excesso de incompreensões
jardim incolor
transparência no sentido
sentires em mim
em você
asfalto
queima pés
pneus andam carecas
transportam almas cansadas
leite ferve
na panela doce talha
pressão explode
do teto a chão
inconsolável pensamento
incontrolável
será assim como eu quero
ou não?
18.12.06
aquele dia...
oculto o sentimento
num sorriso escancarado
Beijos de esquimó
tocar narizes
suspense
deslumbre
vislumbre
penumbra
luz de velas
Longe vejo
o que não sei
existir
Escolho direções
palavras por dizer
olhar de céu estrelado
chove
dúvidas
Medos escondem-se
vãos cinzentos
no seu prédio sentada
portaria na cama
deitar-me a lado seu
desejo
Medo forte
imóvel pra não assustar
A sentir seu calor
permaneço
e te vejo
esparramado
onde podíamos
juntos
ocupar o mesmo
lugar no espaço
da cama.
de tarde na Lapa...
Portas trancadas
Ilusões perdidas
Na soleira
Coca-cola na garrafa
Gás que evapora
Nas pedras de gelo
Minutos passam
Te ver
Expectativa forte
Fonte de milagres,
Prazeres,
Pudores,
Vontades....
Espero você
Em quandos
Buracos de fechadura
Cicatrizes
Portas sem chave,
Vasos com plantas murchas
Pessoas solitárias
Exorcisam pensamentos
No amarelado de suas cervejas
Te querer é fácil
No azul da vida
Te fazer companheiro
De comapnhias e vonatdes
Trabalho árduo
Suor na vontade de tentar de novo.
Alguma coisa
Em te ver
Alimenta
Contenta
Acorda a retina
Quando avisto você
Entre prédios sujos
E portas fechadas...
Alguma coisa:
Acende!
15.12.06
Você me faz tão bem -Tico Sta. Cruz
Próxima Atração- Alexandre França
a lágrima que seca depois de alguns goles
se possível que desapareça à noite
como à noite a gente some no íntimo dos outros
mas antes deixa um vício consumir o que há de podre
nojo de si mesmio, amor demais, tudo que mente
as coisas que aprendi a odiar tomando um porre
o medo, por exemplo, mexendo com o que a gente sente.
eu quero falecer ao meio-dia
sem saber se o que eu sentia era morte ou solidão
agarre a minha mão agora e sinta
o calor que acumulei no decorrer desta canção
eu vou falar de amor na poesia
e eu vou lhe dar a flor, essa vermelha ilusão
vai tudo funcionar como eu queria
e você vai me perder ao terminar essa atração.
adeus
o tempo para outros beijos já passou...
é hora do último cigarro. o meu branco. o seu amarelo. nossa última oportunidade de alguma coisa nossa junta no mesmo lugar. eu sei que você espera que eu seja fraca e te beije novamente. você olha nos meus olhos para que eu, tímida; olhe pra baixo. você quer que eu olhe para baixo pra me distrair e roubar-me um beijo. eu conheço as suas táticas. ainda não esqueci que todo nosso sentimento é mecânico. as coisas sempre aconteceram na mesma ordem, com o mesmo início, meio e fim.
bato as minhas cinzas no cinzeiro. as suas vão cair no chão e a última oportunidade de vermos alguma coisa nossa; cinzas - junta no mesmo lugar. sim, as cinzas de cigarro são coisas, são nossas, são símbolos.faltam apenas cinco minutos. os últimos cinco minutos pra gente sair daqui.
o tempo passa mais rápido agora.eu fumo até chegar no filtro pra disfarçar minha agonia. para dissipar a nuvem da minha vontade de chorar. não vou acender outro cigarro em seguida. imendar uma nicotina na outra. não quero o seu o que houve? tá nervosa?-no meu ouvido novamente. se isso acontecer: sei que vamos começar tudo de novo. mais um ato da peça que estamos cansados de encenar. por isso os últimos minutos são esses. os últimos três minutos são esses.
entenda que eu tô fazendo de tudo pra gente não tirar a roupa, suar, vestir a roupa, se beijar, fumar, tirar a roupa, suar, vestir a roupa, se beijar, tirar a roupa, suar, vestir a roupa, se beijar, brigar, tirar a roupa, suar, vestir a roupa, se beijar...
tô fazendo o possível prá não respirar e sentir o cheiro invisível que abre os poros e deixa a pela com fome. tô fazendo o impossível pra não olhar o contorno da sua boca emoldurada. tô me remoendo pra não pular em cima de você e voltar a ser o "pas-par-tout" do seu quadro. tô me remoendo inteira.
tá doendo pacas. eu te quero. você sabe que eu te quero. por isso, você tocou a minha mão agora. quebrou a regra. colocou minha mão no seu peito para eu sentir a chuva. e a minha vontade é de deitar a cabeça no seu ombro e esperar que você me beije, mas a gente combinou que no último minuto a gente se levanta mudo, vira de costas. saio pela sala e você pela cozinha.
o caminhão fechou as portas.
...60, mississipi, 59, mississpi, 58, mississipi, 57, mississipi ...
pego a bolsa. olho pro chão. deixo uma lágrima no tapete da varanda. não sei se você lembrou de levar os óculos, mas não posso olhar para trás. você sempre esquece os óculos nos lugares. agora não importa mais. não vou precisar ouvir você falando deles. que não sabe onde deixou. não vou ter que ouvir você perguntando se eu lembro onde eles ficaram. não vou precisar procurá-los. seus óculos não importam mais!
nos resta abrir a porta, entrar no elevador, dar tchau pro porteiro. tchau para as lembranças dos cheiros do quarto, pro jeito da sala, pra luz que pisca na cozinha, pro banheiro de criança, pra varanda... - agora é só isso. sair e deixar tudo pra trás.
pra gente o que fica?
lembranças.
apenas lembranças individuais.
lembrança do beijo. dos beijos. dos nossos beijos. de muitos dos nossos beijos. da nossa volúpia. dos arranhões que você sempre deixou nas minhas bochechas.
eu quero que você me beije. vamos esquecer tudo. começar de novo?, mas você já foi. - anestesiar as lembranças. o gosto do seu beijo em minha boca. o gosto...- esquecer o gosto. anestesiar lembranças. acordar só depois do ano que vem...
tenho que comprar cigarros. da marca que eu fumo, no bar do lado não tem. vou no da esquina, mas você vai estar lá na sua segunda cerveja, na mesa do canto, pensando alto e falando sozinho. afogando suas inconsistências em nicotina e álcool fermentado. recapitulando sua rotina a cada gole. você estará lá na mesa do canto. eu sei.
sei também que eu não posso me arriscar a passar perto de você. não posso me arriscar porque eu temo não conseguir dessa vez e a gente combinou. eu não quero correr risco de que a gente comece tudo de novo. comece a sonhar com uma vida solitária a dois. uma vida de tesões robotizados. uma lobotomia de Laranja Mecânica sem Bethoven. um Sex Pistols sem o Sid. um samba sem pandeiro. só pele. sexo. tesão.
a gente na verdade não sabe nada um do outro, só nossas peles se conhecem. nossos cheiros. nossos olhos. a gente não sabe nada um do outro. a gente só sabe que algum imã nos atrai. a gente até começou a se conhecer. acho que se a gente tentasse continuar com isso, teríamos que pelo menos sair pra jantar. rachar a conta. conversar.
não! do jeito que somos, sabemos que não conseguimos conter as faíscas. não podemos mais nada juntos. a razão e a contradição andam algemados na gente. e você acha que os meus erros são propositais. calculados. amigos. só. amigos. dar um tempo. ir embora. acabou. outra vida. amores outros. ritmos novos. outros cheiros. acabou. ir embora. fim.
chego no bar do outro lado da esquina da rua paralela a nossa ex-rua. troco meu filtro branco por um amarelo. você está ao meu lado. o cheiro. eu sinto. o nosso cheiro.
eu minto. respiro. cheiro meu braço. você na minha pele. pele. poros. pêlos. cheiros. texturas. veias. sons. barulhos altos. gritos. gemidos. desmaios. tapas. choro. sem você. solidão. inécia. frigidez. caretice. burocracia. farofa sem ovo. insqueiro sem gás. cama sem colchão. emoção zerada. time code vazio. "kill" sem "fade". vazio. vida. vazia. vida vazia. bandida. ferida sem casca. vinho em copo de plástico. livro sem prefácio. sem você nada. sem você nada. nada sem você. não sou nada sem você. sem você não. não.
Floresta branca
na floresta branca
a copa das árvores
e o ambiente morno
estufa de orvalhos
ventos represados
entre bichos, plantas, flores
na floresta branca
tudo neve
tudo neutro
tudo em branco...
uma vida sem ti.
Saudade
há 2, não te vejo
meu coração faminto
se contenta com suas fotos,
mas minha pele
deseja tua voz.
14.12.06
POESIA VOA 2.0
Sem patrocínio e com sangue, suor e amigos foram três dias de vôo no Circo.
O alto astral rolou solto para os poetas e bandas que entenderam a proposta das rodas randômicas. Já quem não entendeu a proposta se estressou e perdeu a oportunidade de levar um pedacinho do vôo da poesia no coração.
Alguns têm até licença poética para tal atitude, porque sou passional e duas pessoas nesse meio para mim, estão acima do bem e do mal (quem me conhece sabe quem são). - As outras foi histeria mesmo!!!
"O vôo do poema não pode parar"- e mesmo com esse "toque" de Mário Quintana, alguns ânimos ficaram acirrados por incapacidade de alguns se desvencilharem de seus próprios umbigos e perceberem- se inteiros e fazendo parte de um todo.
Falhas acontecem e têm que ser entendidas. Tiveram coisas com tudo para dar errado que deram certo e coisas certas que deram errado. Acontece. É normal. Anormal se fosse diferente. Ninguém erra ou falha por que quer, ainda mais sendo amigo e respeitando o trabalho do outro.
Direitos Humanos é paciência, compreensão, integração e gratidão.
Tavinho e Bruno promoveram um Festival de Poesia para nós poetas que acreditamos nas palavras e em algo maior, mas na verdade nem todos perceberam o que existe de maior nisso em questão de futuro. Eu acredito em sonhos que se concretizam.
Poucos perceberam que os organizadores fizeram um evento para louvar algo ainda maior que a própria poesia- deram um sopro em direção ao futuro, ao integrarem pessoas diferentes no mesmo território.
Um Circo Voador livre, democrático. Durante os três dias passaram por lá, índios, ciganos, cantores, poetas, expectadores. Hip-Hop, Pop, Samba n´Roll poético explosivo – se me pedissem descreveria o evento como tal.
E realmente tudo foi uma bomba-relógio de emoção que me tocou profundamente.
Ver e ouvir Mário Botolloto altas horas falando que "não quer as puras, sim as putas" acompanhado pelo Alexandre França no violão- me emocionou. Tico Santa Cruz me surpreendeu. A energia foi tanta que uma menina da platéia pediu para Tavinho se podia subir e cantar uma música. Subiu. Foi lá e fez. Cantou Raul. Cazuza já tinha sido cantado e isso e a energia do abraço puxado por Igor Cotrim com um simples cartaz: ABRAÇO GRÁTIS- fechou o triângulo de energia daquela noite em que fiquei triste com a desistência de um super poeta em falar, por estar há muito tempo esperando. E o final espetacular dos Budas sem cabeça que estavam esperando a hora de entrar no palco desde as 18h e tranquilos socializavam no camarim- entraram no palco as 15 pras 2 da manhã e mandaram ver no Rock n´Roll- tudo isso pq -Eliana Brito, a primeira Dama da POESIA carioca (mulher do Tavinho Paes) se lembrou de tê-los conhecido e que eles não tinham tocado. Ela grita: -Tavinho os meninos que estão no camarim... e o Tavinho- Quem é chama! Qual o nome da Banda? (eu que estava com Eliana quando entramos no camarim errado e demos de cara com os "Budas" gritei: Os Budas sem cabeça!!!). E o Tavinho: - Os Budas sem cabeça... e aí... Rock porrada na veia! ( Os Budas ficaram muito felizes por tocar no Circo voador. Para eles, foi a relaização de um sonho). - E por isso existe o movimento. Esse movimento do bem que faz a poesia Voar...
Terça feira, a mesma coisa. Música, paciência, amizade e poesia.
Se me pedissem para dar um testemunho, simplesmente diria: ano passado falei um poema na Edição 1.0 e portas, inúmeras se abriram para mim. Estava começando no circuito de Saraus de Poesia e até hoje colho frutos da poesia lida ali ao microfone.
Fiz questão de estar presente todos os dias e ver o evento como um todo maior- a presença de Thiago de Melo que veio diretamente do Amazonas para ser patrono e fazer poesia com os direitos humanos. Um poeta consagrado, conhecido estava lá e disponível para conversar com os novos poetas. Mostrou na atitude no lirismo, a sensibilidade humana, a alegria de viver, a luta contra a opressão, o amor constante à Amazônia. Thiago não escreve seus poemas apenas em busca de elegância formal: neles se joga por inteiro, coração, cabeça e sentimento, e isso lhes dá autenticidade e força interior. – Os poetas cariocas deviam aprender com Thiago de Mello. Deviam entender a importância disso para um mundo melhor.
Para Tavinho Paes, Bruno Cattoni e para o super poeta e meu amigo que não falou, fica aqui, o meu abraço grátis.
Lágrimas escorrem do meu rosto agora quando escrevo para agradecê-los pelo que fizeram. Divido meu coração com vocês, pois em 3 dias vivi momentos de muita alegria, energia, cantoria no Circo.
Parabéns mais uma vez e Obrigada por tudo.
O poema que ganhei de “poeta oculto”
Hai kai
Com sumo consumo
Emoções, sombras, aromas
...pausas, adeus
a fraternidade é rosa
Marcelo Nietzsche
Como uma cobra
Se perdem no labirinto
Das idéias
Os lábios, sua língua, a boca toda...
[sua boca a toda]
rápida,
voraz,
fugaz,
amordaça a minha
que lenta não sabe
escapar do seu bote.
Searching
Procuro por você nas esquinas, ruas, avenidas. Em rodas de poesia...
Tento imaginar onde você está e quando desisto de procurar,
Você está no lugar mas óbvio,
Aqui do lado,
Na minha cama
E você esteve por aqui todos esse tempo
Em casa,
No quarto, na cama...
Você esteve por aqui no céu cinzento e no azul
Você dormia aqui do lado
E eu não te vi
Não te achei
Me perdi.
Waiting
Os instantes firmes sem igual fogem
Reconheço minha imagem no espelho,
Mas o tempo,
O tempo passa
E eu tento segurar os minutos.
Eles passam...
Segundos são mais seguros quando se quer conter o tempo
Depois de 60 deles,
Um minuto se faz.
Parece que eles andam devagar,
Mas é tudo a mesma coisa,
A mesma hora,
A mesma onda...
O tempo passa
E eu aqui olhando o relógio
Esperando por você.
paz por favor
Cegueira instantânea
Não enxergo
Cegueira espontânea
Não me nego
Olá, tudo bem? Olá!
As palmeiras choram as suas lágrimas
Ta tudo assim nublado
Ta tudo aqui errado
As rimas não são mais as mesmas de antigamente
Ta todo mundo assim
A mundo assim...
O ser humano só assim
Dentro de bolhas imersas em calda de chuvisco
Temperado com a lama da desunião
Cego; cego; cego.
Ego. Ego. EGO!
O Ego atrapalha, minha gente..
O mundo acontece por você
E não pra você.
Faça algo, alguma coisa pra alguém
Todos nós temos umbigo, eu sei, mas...
Pra que as brigas?
Cate uns umbigos no caminho
Una-se a eles com carinho
Construa uma família doce
Entenda as forças ocultas e maiores
Que fazem o mundo girar
Você quer o que?
Ficar entre os fortes ou fracos?
Energizados ou pessimistas?
Idealista ou boçais?
Realizadores ou plagiadores?
Políticos ou trabalhadores?
Você que viver para ver o mundo amanhã
Ou morrer no agora?
O melhor mesmo é unificar os corações
Sejamos livres de ânimos acirrados
Brigas pelo umbigo
Pessoas sem amigos
Frases sem sentido...
Os corações batem em freqüências diferentes, eu sei. – mas sendo iguais como são, juntemos as afinidades,
Entendamos as intempéries,
Vamos fazer um samba com nossos ritmos
E viver em paz,
Por favor...
Carimbo
Sem fazer das tripas coração azul,
Incerto...
Trocando longevidades,
Prazeres,
Promessas...
Você tatua o nome
Na folha em branco
Fico cisma
Com a soma de letras.
No seu sobrenome
Faltam duas,
No meu,
As mesmas sobram
Nas sete letras dos dois nomes,
A prova de tudo que
Perfeito e certo
Podia ser.
Sobrenomes espalham sobra e
Falta
Pelo ar.
As letras a mais
Caem no abismo do talvez
E as à menos,
Lá de cima dizem tchau
Embaralhadas com senãos esfumaçados
E restos de sorrisos bolha.
Assim, enfim, sim
Tão assim
Enfim,
Sem fim
Sem pé, cabeça ou joelhos
Tão sufocadamente nuvem
Que não para de chover
E os turistas tentam pegar um bronzeado
Nas areias de Copacabana
Enfim,
Sem fim,
Assim...
É fácil ser música
Sem violão
E deixar que o infinito dos sentimentos
Exploda insólito
Estrelas cadentes
Sobre nossas cabeças ensolaradas
De sonho, magia e poesia.
Assim é o fim
Sem mágoas
Enfim
Sorrimos amenidades
Deixando que o certo
Se prove certo
Na leveza de palavras conversadas
Na sutileza dos gestos arrebatadores
Que fazem o coração bater
No ritmo das ondas do mar
Sim,
Sensações são assim
Enfim
Dúvidas, pesadelos e progressos
De um pacto
Que se distancia
A cada dia mais do fim.
Bom dia
Sentir raiva da raiva é o esperado, mas hoje eu to sentindo raiva das coisas perfeitas e das que são e não se sabem assim. Das perfeições tão bem feitas. Das energias bem sintonizadas...
To com raiva de saber que “super gêmeos, ativar!”- um desenho de criança- entre a gente vira brinde de gengibre e maracujá.
Há muito tempo entre a gente, as coisas não se faziam tão perfeitas como hoje e é por isso que eu to com raiva(!), aliás, essa frase é sua. Então, quem tem que descarregar a raiva é você e não eu. Essa sua frase me fez pensar e eu peguei a tal raiva que eu sei que você falou em sentido figurado ou inverso. Você disse raiva querendo dizer outra coisa, mas eu digoi que a minha raiva agora, é do que é perfeito. Do que se faz perfeito... e é raiva mesmo!
Raiva do porquê ser tão perfeito se não é? Da paralisia dos pensamentos em roda gigante girando looping na cabeça. Dos pensamentos perdidos, aflitos. Raiva do calcular de pensamentos e gestos milimétricamente freiado num calculismo imoral e violento comigo. Tudo isso, regido pelo medo de errar. De errar de novo e estragar o que hoje ta voltando a ser bom no contexto que deve ser e é o certo. Medo de errar um compasso da música e transformar jazz em qualquer coisa que seja diferente de melódico. Transformar o jazz que a gente voltou a afinar em um punhado de “do, rés, mi, fás” desencontrados... numa guerra de palavras e pensamentos por dizer. Transformar reintegração em desconstrução para tudo desabar no dia seguinte.
Insegurança pura! Insegurança de perder todo o perfeito que transformamos em saída para as dúvidas existentes entre nós. Esse perfeito por ser perfeito e ponto. Esse perfeito nosso. Só nosso...
Por isso hoje eu vou voltar pela praia só de raiva.
12.12.06
Leminski
Esse súbito não ter
Esse estúpido querer
Que me leva a duvidar
Quando eu devia crer
Esse sentir-se cair
Quando não existe lugar
Aonde se possa ir
Esse pegar ou largar
Essa poesia vulgar
Que não me deixa mentir
Leminski
8.12.06
deixa não talvez
a vontade de saber se vc me quer.
as vontades rasgadas e completamente desconstruidas continuam...
todo o à flor da pele que os beijos de novela me fazem chorar, continuam no teu talvez.
na verdade eu, que talvez seja, aquele não que vc sempre quis, seja sim.
eu que talvez não seja sim e sim não no talvez que vc deseja escancarei tudo e te assustei com todos os meus sims( sic) {serão sins?}- não é só um o meu descarado sim que mostra os dentes prás garras suas e assusta seus senãos.
trava todos os (sic) sins que poderiam vir, mas se transformam em nãos com um simples piscar de olhos.
um simples beijinho inocente na boca. aquele singelo tocar de lábios num selinho. esse singelo e demonstrativo de carinho, selinho, não aguça nada mais nada menos que a minha libido e a vontade de ser sim, sendo não.
a vontade de me deixar sendo talvez, quando nunca.
e toda essa pureza transforma minha cabeça num inferno em chamas regido por um Diabo zen que dança para saldar Krishna, quando devia saldar o sexo.
a falta de compromisso.
uma simples trepada arriscada, mas uma simples trepada para satisfazer desejos da pele que respira tanto e sempre não.
e não e nada e migalha e pedaços de vc, quando eu arrisco a minha vida pelo hedonismo cego de me fazer prazer.
nem sim, nem não, talvez... e é isso.
alguma hora a poeta que vive em mim, tem que pisar no chão e ser realista.
não. não quero!!! VOU AINDA TE DIZER UM DIA COM TODAS AS LETRAS.
hoje, sim, eu quero. vc. vem...
e vc não vem... e o talvez da próxima vez, prevalece no selinho mal dado na boca, com um aperto de mão entre desconhecidos.
que assim seja.
saravá.
7.12.06
Antonia Pellegrino
FESTIVAL DE POESIA
Vá em www.poemashow.com.br e http://www.brunocattoni.com/poesiavoa.html - para saber +
Eu sei o que vai acontecer de 10 a 12 de Dezembro...
a poesia vai voar no circo
voar no tapete mágico de palavras
vivas...
Não PERCAM!!!!
6.12.06
Ei!
Quero você de perfil pra medir seu rosto perfeição
Me olha!
Quero você de frente pra sorrir os lábios esquecidos
Toca em meu ombro!
Quero você ao meu lado para massagear o ego do meu corpo
Me abraça!
Quero você colado como traça em minha roupa
Me beija!
Quero você e seu beijo de anjo
Quero que sejas sempre aquilo que eu desejo homem
De Maris para minha "SENTINELA"
Flores Roubadas (de Maris para Mim)
Para Maristela Trindade
poeta oculto
estou louca pra chegar o dia 13 para mostrá-lo lá no RATOS.
e também prá decsobrir quem me tirou...
Passa tempo
passa tempo
passa tempo
tempo passa
passa passa
pisa estica
pisa vai
corre pisa
passa vai
tempo corre
passa vai
tempo,
vai.
Buk por Koprovski
eu sou a fim de uma lata de sardinhas, ela disse.
eu sou a fim de um band-aid, eu disse.
eu sou a fim de um sanduíche de atum, ela disse.
eu sou a fim de um tomate fatiado, eu disse.
eu sou a fim de que fosse chover, ela disse.
eu sou a fim de que o relógio parasse, eu disse.
eu sou a fim de que a porta estivesse destrancada, ela disse.
eu sou a fim de que um elefante entrasse, eu disse.
eu sou a fim de que nós pagássemos o aluguel, ela disse.
eu sou a fim de que nós arrumássemos um emprego, eu disse.
eu sou a fim de que você arrumasse um emprego, ela disse.
eu não sou a fim de trabalhar, eu disse.
eu sinto que você não liga pra mim, ela disse.
eu sinto que nós devíamos fazer amor, eu disse.
eu sinto que nós temos feito amor demais, ela disse.
eu sou a fim de que fizéssemos mais amor, eu disse.
eu sou a fim de que você arrumasse um emprego, ela disse.
eu sou a fim de que você arrumasse um emprego, eu disse.
eu sou a fim de um drinque, ela disse.
eu sou a fim de um uísque, eu disse.
eu sinto que vamos acabar no vinho, ela disse.
eu sinto que você está certa, eu disse.
eu sou a fim de desistir, ela disse.
eu sou a fim de tomar um banho, eu disse.
eu sou a fim demais de que você tomasse um banho, ela disse.
eu sou a fim de que você lavasse as minhas costas, eu disse.
eu sinto que você não me ama, ela disse.
eu sinto que te amo, eu disse.
eu sinto aquela coisa em mim agora, ela disse.
eu sinto aquela coisa em você também, eu disse.
eu sinto que te amo agora, ela disse.
eu sinto que te amo mais do que você a mim, eu disse.
eu me sinto incrível, ela disse, eu sou a fim de gritar.
eu sou a fim de que continuasse para sempre, eu disse.
eu sou a fim de que você possa, ela disse.
eu sou a fim, eu disse.
eu sou a fim, ela disse.
[Poema de Charles Bukowski em tradução de Fernando Koproski, incluído em Essa loucura roubada que não desejo a ninguém a não ser a mim mesmo amém (7 letras, 2005)].
Fernando Koprovski - (sem título)
morrer tem sido a vida inteira
Fantasma
preencher minhas noites
com sonhos escorregadios
de sabonete líquido
e assombrar meu coração com promessas, ilusões.
Vem fazer meu dia arco-íris
minha noite multicor
e hologramas nas paredes com nanquim.
Quero seu rosto,
seu gosto estampado na minha pele
na minha sombra
na minha retina
na minha fotografia.
Quero seu rosto,
seu gosto,
seu susto
você eterno na minha carne
rasgando a pele
roçando a barba
amassando as ancas
enrolando as pernas
enlaçando o pensamento
torturando de prazer
enlouquecendo o pensamento
amando o ir e vir
falando sujeiras sexys
sentindo o vai vem
explodindo,
explodindo,
explodindo...
Você na cama
assim,
em mim
Importante
voltei pra época em que eu secava
o suor da tua testa depois do sexo
depois da festa de pernas, roçares e palavras depravadas.
Sinto o cheiro do lençol ainda com amaciante
antes de você me pegar pelos braços
e me jogar na cama por cima do teu ombro nos travesseiros
Depois disso...
só lembro do depois
e da hora calma
em que com gosto de café você me acordou
ainda sem roupa.
Claro que lembro do meio,
do início do meio, do fim, e do início do antes,
do depois...
do início, do fim, do meio do início, do durante, do durante, do durante...
Lembro de tudo, senão, onde estaria o sentido
do ato de limpar o suor da tua testa
e ainda,
ainda,
ainda me lembrar...
para as outras coisas exisate, Mastercard...
De cima da escada,
eu
você,
no degrau
Chego,
subo,
sento
olho pra você.
Linhas imaginárias
cortam o equador
entre nós
Respiro e sinto
o que você me diz em
gestos, riso, queixo e olhos
Respiro e desejo voar até você
ou me equilibrar
entre cipós,
pular de galho em galho
prá te amar
a qualquer preço
5.12.06
night & day
Vestida de preto
Com atmofera noir
A paixão está no ar
Estrelas brilham em quantidade
Está sozinha
Faz frio
Ela vestida de alcinha
Eu com sono
Você ronca ao meu lado
Eu acordada
Ela vai pra casa
E chega ele vestido de dourado.
aquário
No fundo do aquário
Enxergo no reflexo seus olhos
Estradas tão longas
Percorro a nado
Busco recomeço
Procuro em cada pedra
Não encontro dicas
Sigo livre
Nado em estilo borboleta
Devia nadar de costas pra voltar atrás
A correnteza manda no meu caminho
E embaixo da água,
Agora
Só teu carinho peixinho
Pra permitir que eu não me afogue.
4.12.06
1.12.06
Conversa
-não esqueça que eu sou seu amigo.
-o que você quer dizer com isso? não entendi. me explica?
-a carta. vc não me escreveu uma carta?
-tá.
-na carta. amigos. eu acreditei na carta.
-ah! sim. é prá acreditar mesmo, mas porque vc me falou isso agora então?
-é pra você não ficar longe.
abraço
Canção para Juliana
sobre ontem...PALAVRIL em versos de Mola e VERSOS DA MEIA NOITE
tô leve e feliz no hoje.
lembro em ondas
dos acontecimentos, vivências, poemas, atitudes, músicas...
cordas vocais
vogais, vírgulas, distorções, microfonias, sopros, fonemas, palavras...
Obrigada a Alex Topini, Felipe Cataldo e galera da PALAVRIL e a Gean Queiroz dosVERSOS DA MEIA NOITE - pela oportunidade de encanto em transformar a chuva em poeira de lembranças e poesia.
Puro deleite!
hands
bordam gritos de desejo
mãos acalmam, gostam, choram
artesanato brusco que me faz doer
mãos ninam, desafinam
cantam hino a liberdade
de se fazer amor
mãos cheiram, brilham, dançam
o perfume doce que se chama vida
mãos abraçam, apertam, pinça,
escolhas quietas que quero fazer
mãos constroem, destroem, acertam
alvo profano
de flechar você.
borrão
coração velho descascado
por promessas não cumpridas
ausências destiladas
na fortaleza dos velhos amores
portas entreabertas
corpos cansados de encontrar sujeitos livres
em prisões adverbiais
vírgula sonhada em fileiras
loucuras na clausura do teu toque
mentiras duvidosas
em acordos de palavras
me arrasto entre arbustos
caminho só com o futuro.
+ curtas
só
teus sóbrios beijos
embriagam minha boca.
~~..~~
já não é agora
agora
já foi ontem
~~..~~
fim
fim do verso
fim da linha
fim de tempo
fim da poesia
da palavra
fim de mim.
Perdão
sinto seu abraço
me encaixo nas metáforas
tuas mãos enlaçam meu sorriso
me energizo noite
na poesia da tua chama
me obrigo imagem
com o vigor da tua força
me ilumino vela
quando ouves as palavras minhas
me arrumo doce
no sabor do teu retrato
me escondo santa
no porão do teu olhar
sim! sou perdão quando me sinto perdoada. quando me envolves numa teia. quando me provas que é verdade. que é verdade. que é verdade...
que é verdade que podemos se amigos. apenas bons amigos. grandes amigos. amigos. irmãos. camaradas. amigos e apenas bons...
amigos.
é verdade que eu vou contar com você em minhas horas de perigo
vou contar pra você os sucessos amargos
as felicidades ácidas
que eu vou chorar nos seus ombros os diamantes da minha incerteza
que eu vou beber o cálice do segredos compartilhados.
eu te fiz acreditar que é verdade
você me faz acreditar que é verdade
e eu acredito na verdade de termos sido um
naquele quando atrás
que hoje existe na infelicidade imprópria
de hoje sermos dois
pedaços.
atitude!
descansar de mão na minha coxa
santa sandice em meu pensar
em ser eterna
sagrada esperança
em me fazer calada agora
o leão já despertou
o sono foi dormir lá fora
agora?
justo no agora de sussurros da sua voz?
justo no agora das suas mãos na minha coxa?
impertinentes atitudes no agora
me vejo sua longe.
rascunho
poema não acaba assim
sim! não acaba a calma
algodão é nuvem
que trêmula chora
palavras tomam forma
na quietude da poesia
junto letras
pra tentar fazer sentido
faço pose prá viver da tua posse
na poça infindável
das lembranças
rascunho ilusões
30.11.06
momento raro
Qual ônibus eu pego para ir do Castelo ao Circo Voador?
mas o google não me respondeu...
e eu continuo sem saber
29.11.06
Conteiner
A man in a woman's body.
pergunta
Depois
Parto
Bolo de cenoura tua ausêncai torta me faz querer
Esperando tola
Esperançosa de ilusões
Crio em sonetos
O milagre da não rima do teu amor
A passar inocente as mão pelos meus cabelos
A roçar o nariz no meu pescoço
Para roubar o último suspiro
Do perfume em minha pele
Meus poros mortos sem teu carinho,
Meus olhos que brilham com teu piscar,
A meninice inocente do frescor sweet sixteen com quase 30
Que você me dá quando está perto.
Me iludo
Iludo-me
Sim iludo minhas entranhas
Imagino,
Fantasio, quero!
Quero! Desejo! Sinto! Vibro!
Bate o coração
Explosão
Parece que vai sair pela boca
As pernas trêmulas
O sour frio escorre
A mente pulsa
É ele! É ele! Tum! Tum! Ele! É ele! Tum!
Os neurônios em algazarra
Brincam de pique-pega
Como crianças levadas gritam:
Faça! Faça alguma coisa! Faça!
E eu não faço nada
Longe de ti
Não faço nada
A faca sobre a mesa
O coração quebrado,
Parado, perdido, sangrado
Escorrendo dúvidas nas minhas mãos
Não faço nada,
Parto.
nano poemas
A mania de andar em círculos se revela.
~~ *~~
Sobre ela guarda-chuva
Proteção contra água
Que encontra cabelos.
~~ *~~
Filtro livre
Vento inverso
Em versos faço
Divisões de leves letras.
~~ *~~
Ciúme
Certo medo
De perder pimenta
Na comida quente
Temperada com dedos de amor.
~~ *~~
A morte traz cheiro de rosas
Perfume é a dor de estar viva.
~~ *~~
não me peça explicações
Você entende?
Não peças para que eu explique meus traumáticos poemas inconscientes nas Freud-junguianas teorias.
Não peças para que eu transforme minhas imagens soltas em fotografias explicativas, telas de Da Vinci nem em esculturas de Rodin ou Camile.
Não peças para que eu saiba explicar com detalhes minha essência, meus desejos e nem as loucuras que levianamente cometo por aí.
Não sei. É simples. Não sei. Simplesmente o que eu represento enquanto humana, nem o que minha cabeça pensa racional, o que acham de mim, o que falta em você, o que é preciso em nós.
Não sei nem hipoteticamente contemporizar explicações, porque na verdade nem sei quem sou.
Não faças reclamações sobre minhas frases soltas. Completas ou in. Nem sobre as tolas, clichês, idiotas, erradas, burras, sem sentido, esquisofrênicas, psicossomáticas, rebeldes, rodopiantes, psicotrópicas, psicóticas, roubadas, anfetamínicas, marias Joana, cervejas, geladas, destiladas, sortudas, bonitas, sentadas, magnéticas, venenosas, vagas, bêbadas, sóbrias, leves, lívidas, doloridas, alegres, irremediáveis, calculistas, calculadas, metricadas, geométricas, sentimentais.
Eu não sei
Eu não sei explicar
Eu não sei explicar
Eu não sei explicar o que escrevo porque não entendo o que insiste em mim.
geografia
{èlan}
perguntas frágeis minhas
facilidade flauta não sabe sofrer
dor cabelos longos
face sombria sobra
solta boceja incerta
no despertar doido que se clama guerra
frio iceberg santo
degelo incerto
pólo norte antes
pingüins vão mutantes
metafísicos,
marcianamente morrer em quentes águas limpas de Brasil.
a casa
Alergia nos pingos de chuva
Escorre goteira
Desgostos pingam sobre cabelos
Encaracolando solidões.
28.11.06
Para 2 que eu amo
te querer em face
no corpo físico te querer gênio
Em face ao sentimento amor
te querer necessário
Em face da desgarrada paixão
te querer agora
Em face a lâmina cortante em meu pulso
te fazer desejo
Em face a fagulha que pólvora acesa produz
te querer beijo
te querer faminto
te querer língua sedenta
te querer abraço apertado
te querer cheiro na nuca
te querer mãos firmes e
olhar dócil...
Em face ao mundo basta te ver
para querer-te sombra
enquanto nuvem na chuva branda que o calor traz
Você meu no céu cinzento
pra cantar meu corpo manso de azul e paz
pra aquietar meu instinto animal
pra ser rédea na minha cintura
pra dominar a fera que em mim habita quando você
me faz mulher no tapete sem dono
no vazio das minhas vírgulas
no prazer das minhas perguntas
na espera longa que o vento traz de volta para a terra
dos impossíveis amores nossos imbecís
amor
Mostre-me o significado da palavra
Mostre-me o significado da palavra
Eu já ouvi muito sobre ele
Pessoas dizem que não podemos viver sem saber.
Bem vindo a raça humana
Não podemos viver sem ela
Bem vindo a raça humana
Com todas as guerras, doenças e brutalidades
Com sua inocência e graça
Restaurando algum orgulho e dignidade
Num mundo em declínio
Bem vindo a um lugar especial
No coração de pedra que é frio e cinza
Você com sua cara de anjo
Mantém o desespero à margem
Joga ele fora e me mostra o significado da palavra
Eu já ouví muito sobre ela
Eu não desejo viver sem ela
Não desejo viver sem ela
Eu quero amor, eu quero amor, eu quero...
Bem vindo a essa galáxia
A estrada de leite ainda nos seus olhos
E você acha que é um caso perdido
Quando procura a perfeição na terra
Esse é algum tipo de renascimento,
então me mostra o significado da palavra
O significado da palavra
O significado
Eu já ouví muito sobre ele
Não me deixe viver sem saber
Sem saber do amor que eu quero
Do amor que eu quero
Do amor
Eu quero saber o significado da palavra amor...
Me mostre qual é ele.
27.11.06
moinhos de vento
nós lado a lado
gargalhando até isso estar correto
Tem algo que você esconde
esperando pela luz chegar
na hora negra- você invade e
entra a água para consertar
o que nós quebramos
puxe as beiradas para iluminar a carga
diga aos passageiros que voltamos pra casa
eu perdi muito tempo procurando abrigo
o mundo sem fim não pôde segurá-lo
tem algo que você esconde
esperando pela direção da luz
e o vento continua a soprar
e vale a pena esperar,de qualquer jeito o vento sopra.
allen ginsberg
A mente é graciosa, a arte é graciosa.
Satin
Amanhã posso querer que você seja outro,
Uma flor, uma caneta, um pedaço de papel....
Hoje eu quero-te borboleta
que embeleza a minha noite
bata suas asas homem coloridas
Encontre-me na esquina
meu carro desgovernado vai te dar carona
meu corpo servirá de abrigo para suas inconsistências
o rastro dos meus pneus no asfalto te farão vida
nesse agora infinito
em que quero que sejas meu homem
na cama de rosas
dos passos lentos que desejo que você dê
enquanto suave serei cetim.
I don´t wanna be buried in the pet sematary
com toda as forças
de suas cordas vocais.
Falem as mentiras desgarradas
com todos os gritos do suicídio
vivo dos desejos.
Falem as frases sujas
com toda a virtude de uma criança pura.
Falem!
Palavras são incertas,
facadas, tiros, pensamentos,
ilusões...
Falem, pois o calar dá câncer
Engolir sapos engorda
e uma língua inerte
é um enterro sem platéia
um caixão vazio,
sem mortos pra chorar a falta.
parece com o vento...
ainda espero por você na minha cama
sabendo que não vai acontecer de novo.
Parece que a vida vai girar em círculos e linear como uma reta
na contramão me escondo no vazio do pensar sem concluir.
Então a vida mostrar que a existência não passa de crônica nos minutos que vão e acabam de guiar os fardos desgovernados nessa tarde fria
com uma poesia que dita é sem impacto,
mas lida é o infinito.
Pão
Pensando no que será do amanhã, o sono escorre quente como lágrima por entre os dedos famintos como cachorros mal alimentados.
sol
near u always
24.11.06
gotículas
Tirar fotografia com hora marcada.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Pela estrada,
Minto.
~~~~~~~~~~~~~~
~3) Menta arde
Língua coração
Refrescante saber amor.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~
~4) Jóias bem guardadas
Lucy is in the sky with diamonds.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
~5) Caixa de bombom
Doce saber de chocolate eterno
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
~6) Sei sim
Só que não sou.
Olho mar
Vento sopra boas notícias
Na paisagem nua
Terça-feira
Contrução de palavras
Desafio
Mania irrepreensível
De agir em horas erradas
Sem fôlego pra chamar
Minha atenção,
Cala
Vivo entre gatos
E tremores de terra
Sensíveis canções
Estrelas gritam esse não sei
{non sense}
a falta de sentido
um fado alegre
entôo mi em dó
com a dor
não sei mais que hora são
estou aqui
entre capuccinos e cigarros.
Partículas de futuro
Dissolvem ilusões passageiras
Presente de ser longe
Você aqui comigo,
Pensa
Amor lá fora fica
Enforcar mágoas
Personifica mentiras
Fotografa beijos
Ardente banalizar bater de asas
Ficar deitada
A qualquer tempo
Quando o tempo pára
Prazer máximo
Na sua cama
De pregos e sorrisos.
23.11.06
Eddie Vedder - Trouble
pq eu amo esse homem, essa banda... evai fazer 1 ano do melhor show da minha vida qdo eles vieram ao Brasil...
W.H. Auden - Funeral Blues.
Pq eu chorei vendo isso agora. Não sei se foi a música, as cores, o poema...
mas chorar com a música do Titanic é sacanagem... eu devo estar muito emotiva mesmo.
O Tell Me The Truth About Love-W.H. Auden
And some say it's a bird,
Some say it makes the world go round,
And some say that's absurd,
And when I asked the man next-door,
Who looked as if he knew,
His wife got very cross indeed,
And said it wouldn't do.
Does it look like a pair of pajamas,
Or the ham in a temperance hotel?
Does it's odour remind one of llamas,
Or has it a comforting smell?
Is it prickly to touch as a hedge is,
Or soft as eiderdown fluff?
Is it sharp or quite smooth at the edges?
Tell me the truth about love.
Our history books refer to it
In cryptic little notes,
It's quite a common topic onThe Transatlantic boats;
I've found the subject mentioned inAccounts of suicides,
And even seen it scribbled on
The backs of railway-guides.
Does it howl like a hungry Alsatian,
Or boom like a military band?
Could one give a first-rate imitation
On a saw or a Steinway Grand?
Is its singing at parties a riot?
Does it only like Classical stuff?
Will it stop when one wants to be quiet?
O tell me the truth about love.
I looked inside the summer-house;
it wasn't ever there:
I tried the Thames at Maidenhead,
And Brighton's bracing air.
I don't know what the blackbird sang,
Or what the tulip said;
But it wasn't in the chicken-run,
Or underneath the bed.
Can it pull extraordinary faces?
Is it usually sick on a swing?
Does it spend all it's time at the races,
Or fiddling with pieces of string?
Has it views of it's own about money?
Does it think Patriotism enough?
Are its stories vulgar but funny?
O tell me the truth about love.
When it comes,
will it come without warning
Just as I'm picking my nose?
Will it knock on my door in the morning,
Or tread in the bus on my shoes?
Will it come like a change in the weather?
Will its greeting be courteous or rough?
Will it alter my life altogether?
O tell me the truth about love.
Closer
"Have you ever seen a human heart? It is like a closed fist wrapped in blood." - LARRY (Clive Owen)
"I know who you are. I love you. I love everything about you that hurts." - LARRY (Clive Owen)
"Where is this "love"? I can't see it, I can't touch it. I can't feel it. I can hear it. I can hear some words, but I can't do anything with your easy words." - ALICE (Natalie Portman)
"What's so great about the truth? Try lying for a change - it's the currency of the world." - DAN (Jude Law)
Pérolas da internet
Mais um dia se passou
é engraçado como a vida deixa rastros
[como passos na areia
É o passado – que cresce a cada dia
em que as horas me fugiram
[amanhã, hoje será ontem.
Duda Keiber
Areia brilhante de algodão e sombras
Diamantes longínquos na efemeridade da morte
Doce o calor colore dedos
Concorda sentidos
Sou o que sabe ser
Chá de jasmim
Alvorecer brando entende a sorte das coisas tontas
A respiração pára
Pés consoantes rumam em direção ao desconhecido
de fazer poemas noturnos
procurando os porquês.
Sobretudo deixa frio no mar que plácido parece paz
Cores fortes
Degradê de amarelos
Dia passa
aponta estrelas no asfalto quente
milagre de dores de sabão
sonho imaginativo nublado sobre ser
e só
22.11.06
Tem coisa mais perfeita que isso?
Wednesday, November 22, 2006