21.5.09

sobre aritmética e selvageria (III)


perdi o juizo
eu só gargalho
desde a noite
em que conheci
o homem com uma arma

não que eu estivesse
indefesa
eu só achei melhor
não arranjar confusão
com o homem
-ele tinha uma arma-

talvez eu saiba
o que o impediu
de atirar

pode ter sido o fato de que
você
apareceria
-alguém achou que você não fosse estar lá-


ele teve misericórdia
por um tempo

seria isso uma espécie
de sorte
ou isso seria impossível?

qual a rotina do homem
com a arma

seria isso um tipo de tortura?

você já esteve fora do país
e deve saber
o que pode ser parecido com um homem
com uma arma?

talvez
eu tenha ficado feliz
em te ver

-é difícil de acreditar-

só que agora
estar
perto de você
é um alívio

-isso vai me machucar-
eu não sabia que você viria,
mas sinto
que o estrago
já foi feito.

Ouvindo Stina Nordenstam

*Tradução livre - Juliana Hollanda

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