21.5.09

Sobre fragilidade e árvores centenárias (III)

fogos de artifício

nunca apagam


me disseram que ajuda

andar sobre água


-eu me deixo levar pela correnteza-

me disseram

que ela não pára

e por isso,

eu vou o mais longe

que conseguir


estou num local distante

barcos de pesca passam por mim


-eu caí no sono-

cedo demais


eu gritoquando

não sou ouvida

as ondas abafam meus gritos

-estamos quites-


viro o rosto

para qualquer lugar

onde o vento sopre

e vale à pena

tentar


-estou no aeroporto-

esperando que as luzes se apaguem


-todas as luzes estão apagando-

a dor vai embora

e eu nem vou lembrar


se todas as luzes apagarem

se o elevador parar

se estivermos perdidos

-onde me encontro-


o trem vai parar

dentro

do túnel mais longo


porque você

não me deu

chance

-de escolha-


Ouvindo Stina Nordenstam

*Tradução livre - Juliana Hollanda


Um comentário:

Betina Kopp disse...

juju,
vc esta arrasando, deslizando nas palavras... dançando nos poemas...