flores despetaladas
-no caos-
um frio na barriga que repele
-os medos-
eu passo dias
com frio na barriga
quando lembro de nós
e da mesma sensação
-do despertar-
de todo início
-dos riscos-
do caos nos finais de dia
nos inícios de noite
tudo o que apavora
fica colorido
com a velocidade
do lembrar
quando o arrepio
que você
me faz sentir
-não é de medo-
e só de susto
quando o vulto
que descola
de você
-entra em mim-
e sinto seu coração
bater em meu peito
tal qual um bumbo
-coordenado-
com o tambor
do meu
sinto seu coração no peito
e o meu
na garganta
a querer saltar
de mim
para encontrar
com o seu
e eu sei que você
também sente
a minha percussão
-por dentro-
a invadir
você
-por dentro-
e a gente sai
-de repente-
da Bahia
e vira orquestra sinfônica
em Veneza
– a navegar por canais-
das gôndolas
fotografamos estátuas
obras de arte
e desejamos remar
partimos de palavras,
conversas
para silêncios necessários
e abraços apertados
até quando
nos teletransportamos
para sentir a eternidade perto
para observar as gérberas
com todos os detalhes
-as rosas – a rosa – a sua rosa-
e o que respira
e fura
- morde –
o que invade
e pula da ponte
e passa de mim
para você
-enquanto encontro-
desejo que pensa
e pulsa! - exclama a alma
em sintonia
com o que se percebe
do amor
-seu por mim e meu para você-
[gérberas despetaladas no caos]
a invencibilidade
-assusta-
a fortaleza
-assusta-,
mas os degraus
da escada
são firmes
muito firmes.
Um comentário:
Você é Debussy reencarnado.
Gostou? Sem exagero.
Beijos mil
Piotr Pitrovich
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