20.5.09

Sobre imaginação e sorrisos (II)


Da série: a verdade do sentir

Querido Poeta,

Lago que transborda e vira mar - nos meus olhos, ouvidos e coração - toda vez que te percebo, escuto, olho. Todas as vezes que te sinto perto e mergulho - no sorriso que suas palavras dão quando abraçam as minhas. Todas as vezes nado nesse calmo mar que é um lago - um lago que transborda - feito àgua que ultrapassa os limites do copo - feito corpo que pulsa ao ouvir a música que sai dos lábios do seu coração.

É tanta verdade que sinto, que vejo em você... - que não posso nomear-te com outras palavras senão delicadeza, pureza, particularidade, minúcia , gentileza, singeleza, beleza, gentileza, elegância, simplicidade, leveza... - desfiaria o dicionário (todos os dicionários) se fosse preciso, mas sei que não é - e por quê não é? - porque simplesmente eu sei que você entende - e você me entende e isso me faz feliz.

Eu te admiro muito e não me canso (nem cansarei) nunca de te olhar. Como já te disse antes: vc é o anjo poeta de cabelos cacheados e olhos negros que sorri para mim e me faz sorrir. O anjo poeta de cabelos cacheados e olhos negros que despertou-me do (des)encanto e me fez despertar do sono profundo - da cama morta - onde eu estava adormecida. Dormente. Anestesiada.

Eu te agradeço por querer-me perto e por olhar-me com admiração e carinho.

Estava falando de você para um menino que trabalha comigo (uma espécie de confidente) na hora do almoço e simples e finalmente percebi o meu real sentimento por você - pode até soar esotérico demais - mas percebo em nós (eu e você) ou de mim para você uma energia que parece uma coisa de "almas-gêmeas", mas não "alma-gêmea" no sentido de casal, de ter encontrado a "alma-gêmea" para dormir junto - e sim "alma-gêmea" irmã, sabe? - é algo que a gente de alguma forma trouxe de uma outra vida quando eu devo ter nadado no seu então riacho, antes de virar lago ou mar. De uma outra vida - quando você era o rio e eu a então projeto de sereia que aprendia a nadar. É sim... é isso que sinto... e por sentir, preciso falar/escrever/dizer para você essas coisas (deixo meus dedos seguirem o caminho que desejam e não penso neste momento no que estou escrevendo - deixo meus dedos como barcos de pesca - colecionar letras e formar palavras. Posso até estar pescando tubarões, mas eles me fascinam então não ligo se eles vierem morder-me a ponta dos dedos. Não ligo. Sinto e só sinto peixinhos dourados a esbarrar em meu corpo e me fazer lembrar de tudo de ontem - até do que eu esqueci. E por falar em esquecer...

Depois me manda o poema do Camões que eu lí. Achei tão lindo... e como você viu, me inspirou de alguma forma tal e tão profunda que lembro apenas que emendei/costurei com outra coisa - só que eu não lembro o que/nem qual... (Você conseguiria refrescar a minha memória aliás dos poemas que eu senti ontem? O que eu disse?) - Lembro-me apenas que criei asas e as abanava como leque de aristocrata pelo salão. Meus pés bailavam e os sapatos de cristal estavam no meu pé o tempo todo. Não perdi nenhum lado na escada e isso me fez lembrar de que adoro andar descalça e sentir a textura da terra, do asfalto, da grama, sob meus pés.

Beijo,

J.

P.s- Ouço agora o som da sua voz e ele faz lembrar o canto do passarinho que mora dentro de mim...

P.s2- Vou apertar o SEND e mandar o e-mail sem revisar. A vida fica mais divertida assim...

P.s3- Eu já disse que te adoro?!

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